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Sáude Alerta – Há alguma relação entre tontura persistente e ansiedade?

qua, 3 de fevereiro de 2016 08:13

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O equilíbrio, que permite aos humanos caminhar em terra firme ou enfrentar o mar revolto sobre uma prancha de surfe, depende de pequenas estruturas existentes no ouvido interno conhecidas como vestíbulo que justamente com a cóclea – estrutura responsável pela audição –, o vestíbulo forma o labirinto.

Há alguma relação entre tontura persistente e ansiedade?

Há alguma relação entre tontura persistente e ansiedade?

 
Uma série de doenças que prejudicam a função labiríntica, algumas popularmente conhecidas como labirintite, pode interferir no controle do equilíbrio e causar sintomas como tontura, que costumam ser controlados entre 1 e 3 meses com o tratamento adequado.
Em alguns pacientes, porém, a tontura persiste mesmo após a doença labiríntica de base ter sido compensada e sem qualquer outro motivo aparente. Uma pesquisa feita na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) sugere que a explicação para esses casos pode ser a atividade exacerbada de partes do sistema nervoso central relacionadas com ansiedade e medo.
Exames de ressonância magnética funcional indicam haver uma diferença fisiológica no cérebro desses pacientes. Embora as estruturas cerebrais sejam idênticas às do grupo controle, as vias relacionadas com ansiedade e medo ficam mais ativas que o normal quando submetidas a determinados estímulos.
Nesses casos hoje classificados como tontura postural e perceptual persistente (TPPP), a doença labiríntica funciona como um gatilho para um distúrbio do equilíbrio impossível de ser diagnosticado e tratado pelos métodos convencionais.
Depois que esse gatilho é acionado, a doença entra em moto-contínuo. Qualquer estímulo, seja motor, emocional ou situacional, pode ativar as vias de ansiedade e medo e causar tontura. Esse paciente sente-se tonto quando está em pé, sentado ou deitado. Sente que está flutuando ou que vai cair. Nunca está bem e não melhora sem um tratamento psiquiátrico específico.
As voluntárias foram submetidas a uma série de exames para comprovar que a doença labiríntica de base estava de fato controlada, além de testes para avaliar o perfil de equilíbrio e questionários psiquiátricos usados no diagnóstico dos transtornos de ansiedade e depressão.
Um dos estudos concluídos, revelou que os portadores de TPPP apresentam um perfil considerado limítrofe para ansiedade e depressão.
Embora eles não possam ser considerados doentes psiquiátricos, são muito mais sensíveis do que os pacientes do grupo controle.
O grande mérito foi promover a integração das áreas de otoneurologia e psiquiatria. Antes, nenhuma das duas especialidades sabia ao certo qual encaminhamento dar a esses casos. Os pacientes eram muitas vezes tratados com antidepressivos, mas apenas metade respondia. Hoje, pode-se dizer que mais de 90%  pacientes dessa pesquisa estão bem.

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