“Os Aliados”: jovens unem ação social e ideais de liderança em Araguari
qua, 23 de setembro de 2015 08:26Da Redação
“Começamos a nos reunir para buscar pessoas que liderem dentro da política, para que o jovem de Araguari seja protagonista da história do município.” Assim o idealizador do grupo “Os Aliados”, o professor e historiador Marco Túlio Nascimento, define o objetivo que uniu o grupo de amigos. De um pequeno círculo que começou a ter ideias em 2013, hoje em dia, o movimento possui 14 integrantes.
Com a mensagem de que o jovem é capaz de promover mudanças, os integrantes tem se oferecido para fazer palestras motivacionais nas escolas, além de prover ações de cunho social, como doação de cestas básicas e auxílio direto para famílias em situação de vulnerabilidade.
Segundo Marco Túlio, todos os membros fundadores passaram pelo Exército, algo que influenciou diretamente na formação pessoal deles. “Adquirimos noções de liderança, organização e cidadania,” comentou.
Para traçar metas e desenvolver ações futuras, “Os Aliados” se reúnem a cada dois meses. Além do trabalho no grupo, o professor de 27 anos também é o mais jovem membro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial. “Estou aprendendo muito com o pessoal que lutou em outras épocas. Tem sido maravilhoso,” disso.
Além dos trabalhos envolvendo a juventude, ele afirma ter abraçado também a bandeira do movimento negro com um viés político, em suas palavras, “para ir além da cultura”. “A gente segrega o negro quando ele só é lembrado na questão da cultura. Ele tem que estar em todo lugar, na política, na tomada de decisões. Mas isso é lembrado somente em datas específicas, como se fosse uma obrigação histórica, para estar ‘ajudando’,” continuou.
Experiências pessoais ajudaram a reforçar as perspectivas e caminhos que ele propõe. Na escola, era membro do colegiado. Protestante presbiteriano desde os 15 anos, atualmente exerce a função de diácono em sua igreja e foi presidente de diretório acadêmico. Se espelha em líderes como Barack Obama, Nelson Mandela e Martin Luther King, nomes que ele considera importantes pela luta contra o racismo através da política.
“Consciência da desigualdade todo mundo tem, o racismo é crime, ninguém discorda disso. O que falta é a sensibilidade, a empatia, a pessoa se sentir no lugar do outro, para que todos se sintam seres humanos, participando ativamente da sociedade. Aquela história de ‘negro contra branco’ ficou no século XX. O radicalismo não cabe mais, temos que buscar a conciliação,” concluiu.
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