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Neuropsi – O que é processamento auditivo?

qui, 27 de abril de 2017 05:45

Abertura-neuropse

1-O que é processamento auditivo?
É o processo de decodificação das ondas sonoras desde a orelha externa até o córtex cerebral, ou seja, a capacidade de analisar, associar e interpretar as informações sonoras que nos chegam pelo sentido da audição.

2-O que é um distúrbio do processamento Auditivo Central (DPAC)?
A pessoa que apresenta esse distúrbio(DPAC)  escuta os sons, mas tem dificuldades de entende-los, armazená-los e localizá-los.  Há uma deficiência neurológica que prejudica a compreensão das informações, mesmo com audição normal, sendo totalmente diferente da perda auditiva.
3-A DPAC está relacionada  a dificuldades no aprendizado escolar?
Sim. Em geral encontra-se associada a dificuldades de aprendizagem. Crianças portadoras de distúrbio, por ser  ainda pouco conhecido, costumam ser confundidas com falta de inteligência ou com alguma deficiência mental.
O ouvido até percebe os sons, mas o cérebro, iludido pela falta de estímulos na infância, não sabe o que fazer com eles. Os médicos geralmente não percebem a disfunção porque ninguém desconfia que sintomas tão variados possam estar todos ligados à audição, menos ainda quando constatam em exames que o ouvido funciona normalmente. E, se não for descoberto, não há como curar.

 4-Como se apresenta a criança com DPAC?
Para uma vítima de DPAC, o mundo se transforma numa interminável confusão de barulhos desconexos e embaralhados de onde é quase impossível pescar os sons que realmente interessam. O ar-condicionado vira um zunido infernal que se sobrepõe às vozes dos outros. O telefone torna-se uma máquina indecifrável, porque o cérebro não consegue decodificar a fala do interlocutor em meio à distorção normal de qualquer ligação. Também não é fácil entender a entonação das frases. Uma pergunta pode soar como uma afirmação e uma ironia acaba parecendo a frase mais séria do mundo. Os amigos acabam se afastando, pois ninguém gosta de conversar com alguém que não entende o que os outros dizem.

5-Quais são as suas características?

Um dos principais sintomas da DPAC é a dificuldade em manter a concentração num ambiente ruidoso. Quem sofre desse mal não consegue prestar atenção em uma coisa só.
Como exemplo cita-se uma criança na sala de aula, não separa o que a professora diz do latido de um cachorro do lado de fora.

  6-Quais são os sinais que a criança  pode apresentar?

– Dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita; dificuldade em compreender o que lê; necessidade de ser chamado várias vezes (“parece” não escutar); Solicita com frequência a repetição das informações: Ah? O quê? ; Dificuldade ao dar um recado ou contar uma história; Problemas de memória para nomes, datas, números etc. Dificuldade em acompanhar uma conversa, aula ou palestra com outras pessoas falando ao mesmo tempo. Na suspeita que a criança apresenta DPAC necessita-se da confirmação com especialistas como otorrinolaringologista, neuropediatra e fonoaudiólogo.

7-Como é feito o tratamento?
A partir dessas informações muita coisa pode ser feita para ajudar. O tratamento é basicamente o treinamento auditivo com o fonoaudiólogo (especializado em audição e linguagem) para treinar as habilidades auditivas que estão alteradas.  O tratamento é multiprofissional, com apoio de neuropsicólogos, psicopedagogos, neuropediatras e otorrinolaringologistas.

8-Quais são as dicas para os pais de crianças com DPAC?
A criança deve ter incentivo para melhorar a autoestima;- barulhos e ruídos prejudicam mais ainda a concentração dessas crianças, portanto é importante evitar na hora dos estudos, tanto em casa quanto na escola, espaços com poluição sonora; na escola, é preferível que a criança se sente o mais perto possível do professor e se mantenha afastada de portas e janelas para ficar mais protegida dos barulhos.

1 Comentário

  1. LUCIANE JOHANSON disse:

    Minha filha sofre com DPAC, foi diagnosticada aos 7, 8 anos.Fez vários acompanhamentos com profissionais diversos. Aprendeu a tocar violino, ela pediu, foi ótimo. Ano passado aprendeu andar de bicicleta na rua comigo, ajudou muito na concentração, habilidades motoras e autoestima. Aos 11 anos tinha desenhado muito e criou vários personagens e a história em quadrinhos História de Clãs. Aos 15 anos lançou o livro infantojuvenil História de Clãs, na livraria Cultura da Av. Paulista em São Paulo, tem uma página no face com mesmo nome, caso queiram ver. A família precisa ajudar sempre e dar suporte aos filhos, ainda mais se tem DPAC ou outro distúbio que seja. Nessa quarentena é um horror ficar em casa, fazer lições, com tanto barulho externo. Mas devagar e com coragem vamos vencer.

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