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Neuropsi – O que é a Ansiedade de Separação?

qui, 8 de fevereiro de 2018 05:03

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1-O que é a Ansiedade de Separação?

O Transtorno de Ansiedade de Separação é um transtorno típico na infância, com maior incidência em crianças entre os 5 e os 12 anos; caracteriza-se principalmente pela ansiedade excessiva envolvendo o afastamento de casa ou de pessoas com quem a criança mantém uma forte ligação afetiva, especialmente a mãe.

2-Quais são os sintomas?

Os sintomas desse Transtorno se referem essencialmente ao sofrimento intenso por estar afastado de casa ou da figura de vinculação. Essas crianças apresentam medo excessivo de se perderem e nunca mais reverem seus pais, além da preocupação irrealista sobre perigos que lhes possam acontecer. Em função dessa ansiedade exagerada, a criança reluta de forma persistente a sair de casa sem os pais. A recusa em ir à escola e em dormir sozinha, passam a ser constantes; pesadelos com temas de separação e queixas físicas como dores de cabeça, de estômago ou vômitos no momento da separação ou antecipadamente fazem parte do quadro.

3-O que os pais devem fazer para ajudar o filho com esse problema? Existe tratamento?
Caso os pais percebam que a ansiedade do filho é muito elevada e persistente, devem procurar um psicólogo. O tratamento da Ansiedade de Separação envolve necessariamente a terapia, orientação dos pais e a mudança de alguns comportamentos da família (a fim de estimular a independência da criança), e a escola quando existe a recusa em frequentá-la – o que ocorre na maioria dos casos.

4-O que pode acontecer se esse Transtorno não for tratado adequadamente?
Algumas consequências podem acontecer tanto de forma imediata quanto a longo prazo na vida da criança. O medo e ansiedade excessivos interferem na interação social da criança, prejudicando seu convívio com os colegas. Isso pode acarretar um isolamento e consequentemente sintomas depressivos. A falta de socialização e a dependência dos pais são fatores que contribuem para a imaturidade da criança, não só na infância, mas também em sua futura idade adulta. A queda do rendimento escolar também é uma consequência bastante observada. Além disso, é importante ressaltar que a Ansiedade de Separação é um fator de predisposição ao Transtorno de Pânico. Por esses motivos, é importante buscar ajuda profissional o quanto antes para minimizar o sofrimento da criança e preveni-la de outros problemas futuros.

 5-O que fazer? Como agir perante as ansiedades e medos dos nossos filhos?

Em primeiro lugar, é importante não reforçar o comportamento ansioso com procedimentos que tendem a validar e fortalecer a ansiedade e representam ganhos secundários para a criança (como deixá-la dormir na cama dos pais, reorganizar as rotinas para evitar momentos de separação ditos normais como idas ao supermercado, permitir que falte à escola ou ir com ela à hora de almoço).
Sempre que seja necessário os pais ausentarem-se, devem explicar onde vão e a que horas regressam, prevendo desde logo algum atraso ou contratempo que surja.
O momento das despedidas deve ser o mais natural possível e até remetendo para aspectos positivos da ida à escola ou festa de aniversário, por exemplo. É frequente cairmos na tentação de repreender a criança quando chora ou “faz birra” perante a separação – o risco destas verbalizações é a validação das crenças associadas à ansiedade.

 

 

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