Domingo, 05 de Maio de 2024 Fazer o Login

Coluna: Saúde Alerta (26/01)

qua, 26 de janeiro de 2022 08:08

O que é Gordofobia?

 

Gordofobia é afirmar que só é obeso quem quer, que é falta de vontade ou “vergonha na cara”; que “basta fazer exercício e fechar a boca”, é julgar o portador de obesidade pela aparência.

Não devemos confundir a afirmação de que obesidade é uma doença com gordofobia.

A Gordofobia é o repúdio ou aversão a portadores de obesidade.

É um tipo de preconceito e de discriminação que leva à exclusão social e que nega acessibilidade ao portador de obesidade.

Enquanto injúria racial e violência contra a mulher são consideradas crime no Brasil, o preconceito com pessoas gordas não apenas passa batido como é até encorajado por órgãos de saúde pública e campanhas de publicidade, especialmente durante o verão, quando os corpos estão mais à mostra. Mas por que, afinal, há tamanha intolerância com o corpo gordo?

Na ausência de uma lei que regule esse tipo de preconceito e com a constante presença de stand-ups, programas de TV e filmes em que pessoas acima do peso viram alvo de chacota, a gordofobia está tão entranhada na sociedade que às vezes somos gordofóbicos sem perceber.

Diariamente, pessoas gordas e obesas saem de casa logo cedo e sabem que vão encontrar pela frente desafios de todos os tipos: transporte público, escritórios, restaurantes e outros ambientes que não estão preparados para acomodá-las. Ainda pior: sabem também que vão ser alvo de piadas, julgamentos e ouvir de muita gente que precisam emagrecer. Esse preconceito tem nome. Gordofobia é um neologismo para o comportamento de pessoas que julgam alguém inferior, desprezível ou repugnante por ser gordo. Funciona como qualquer outro preconceito baseado em uma característica única.

Apesar de o nome ser novo, é algo que sempre existiu, a gula é até um pecado capital. Há estudos com universitários em que afirmam preferir se casar com traficantes ou bandidos do que com obesos.

Muitas pessoas ainda pensam que ter obesidade é uma responsabilidade única do indivíduo. Não é simples assim!

A obesidade não é consequência exclusiva de maus hábitos ou uma questão estética. Ela é de causa multifatorial e possui fortes componentes genético e ambiental.

Julgar alguém por estar acima do peso, além de não ajudar, pode provocar uma série de danos psicológicos como baixa autoestima, isolamento, ansiedade, depressão, transtornos alimentares.

Em um mundo pouco adaptado a corpos gordos e em uma sociedade que institucionaliza o preconceito contra os donos desses corpos, navegar pelo cotidiano traz desafios de diversas naturezas, dos mais simples aos mais complexos. Comprar roupa, por exemplo, pode ser uma experiência desgastante emocionalmente.

Tratar a obesidade como uma doença crônica, assim como outras doenças como por exemplo diabetes e pressão alta é entender que a atenção e o cuidado devem ser contínuos para que resultados mais saudáveis e duradouros sejam alcançados.

A obesidade tem o potencial de causar diversos problemas de saúde como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, gordura no fígado, infarto, AVC, piora da imunidade, erisipela, câncer, entre outros.

Estudos mostraram a associação de excesso de gordura corporal e risco para desenvolvimento de diversos tipos de câncer: esôfago, estomago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino, rins, mama, ovário, endométrio.

Existe uma grande diferença entre saúde e padrão de beleza. Não seguir os padrões estéticos culturais, e seguir o que te faça bem, é saudável e deve sim ser mantido.

Cuidar da saúde psicológica, aceitando seu corpo é sim importante, mas isso não deve ser motivo para esquecer da saúde do corpo.

 

Nenhum comentário

Deixe seu comentário: