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Coluna: Saúde Alerta (01/09)

qua, 1 de setembro de 2021 10:59

Qual a relação Tabagismo x Coronavírus?

 

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. Criado em 1986 pela Lei Federal 7.488, a data inaugura a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva.

Nesta data ainda terá continuidade a campanha “Comprometa-se a parar de fumar, pois enfrentamos a Covid-19”, porque o tabagismo, também considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem papel de destaque no agravamento da pandemia de Covid-19, já que é fator de risco para transmissão do vírus e para o desenvolvimento de formas mais graves de Covid-19, sendo assim, parar de fumar se torna uma medida de proteção à saúde de todos os cidadãos.

 

O tabaco é um dos vícios mais prejudiciais entre os que enfrenta o ser humano.

 

Sabe-se que a decisão de parar de fumar não é fácil. Muitas vezes, o cigarro está tão presente na rotina de uma pessoa que ela mal consegue imaginar sua vida sem ele. Mas é importante lembrar dos prejuízos que o cigarro pode trazer, entre os principais: as doenças cardiovasculares.

Aquelas mais de sete mil substâncias nocivas presentes no cigarro e de que sempre ouvimos falar facilitam o processo de adesão de placas de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos. As placas, por sua vez, criam pontos que favorecem e a formação de coágulos. A passagem do sangue fica comprometida e pode ocorrer a interrupção completa da circulação, quando ocorre o infarto. Ao mesmo tempo, ao inalar a fumaça há aumento súbito da pressão arterial, o que danifica os vasos e aumenta ainda mais o perigo.

Homens que fumam têm seis vezes mais chances de passar por um infarto do que os que não fumam. Já em mulheres fumantes (principalmente se também tomam anticoncepcional), o risco de ocorrência de infarto é dez vezes maior em comparação com as não fumantes.

Os números são expressivos, porém remediáveis. Um ano após abandonar o vício, o ex-fumante reduz em 50% o risco de ter um infarto. Até dez anos depois, ele pode chegar ao mesmo risco de uma pessoa que nunca fumou.

Além de melhorar o funcionamento do coração e reduzir a possibilidade de doenças cardiovasculares, outros benefícios já são comprovados há muito tempo pela ciência, como a diminuição do risco de câncer no pulmão, melhora do olfato e paladar, ganho financeiro, mais saúde para a pele, enfim, garantia de mais qualidade de vida de forma geral.

Os efeitos da nicotina, que estão associados à dependência, incluem aumento da expressão de receptores de nicotina cerebral, alterações do metabolismo cerebral de glicose, alterações eletroencefalográficas, liberação de neurotransmissores, como a dopamina, que promove sensação de prazer e motivação, e tolerância e dependência fisiológica. Estes efeitos aumentam a compulsão pelo cigarro, produzindo reforço positivo frente à nicotina e sintomas de abstinência na sua ausência.

Por isso, é obrigação de todo profissional da área de saúde, em especial o cardiologista, dedicar todo esforço possível para fazer com que seus pacientes parem de fumar e, com isso, reduzir o enorme problema de saúde pública representado pelo tabagismo.

O médico, ao se deparar com um paciente fumante, deve utilizar um método terapêutico conhecido por os 5 “As” (em inglês) da intervenção para a cessação do tabagismo, que são:

Ask (Pergunte): O médico deve perguntar a todos os pacientes se fumam ou pararam recentemente.

Aconselhe: O médico deve dar a todo fumante aconselhamento claro, inequívoco e personalizado para parar de fumar.

Avalie: O médico deve avaliar o nível de dependência à nicotina e a prontidão para parar de fumar de cada paciente.

Assista: O médico deve assistir o paciente para obter um ou mais tratamentos efetivos existentes para parar de fumar.

Arranje seguimento: O médico deve arranjar seguimento para reforçar esforços bem-sucedidos e identificar relapsos precocemente, para otimizar o programa de cessação ao fumo.

 

Fumantes parecem ser mais vulneráveis à infecção pelo novo coronavírus, pois o ato de fumar proporciona constante contato dos dedos (e possivelmente de cigarros contaminados) com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca. O uso de produtos que envolvem compartilhamento de bocais para inalar a fumaça — como narguilé (cachimbo d´água) e dispositivos eletrônicos para fumar (cigarros eletrônicos e cigarros de tabaco aquecido) — também pode facilitar a transmissão do novo coronavírus entre seus usuários e para a comunidade.

Além disso, o tabaco causa diferentes tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo. Por esses motivos, os fumantes têm maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos. Os fumantes são acometidos com maior frequência de infecções como sinusites, traqueobronquites, pneumonias e tuberculose. Por isso, é possível dizer que o tabagismo é fator de risco para a Covid-19 e que é um agravante da doença. Devido a um possível comprometimento da capacidade pulmonar, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da doença.

Por fim, o médico deve relatar quais serão as melhorias para a qualidade de vida deste paciente já nas primeiras horas após ele abandonar o cigarro. Para o fumante ativo, principalmente aquele que já fuma há muitos anos e em grande quantidade, o cigarro não é um vilão, é um companheiro. E mesmo tendo consciência de que o cigarro faz mal à saúde, acha que nunca será atingido pelos malefícios do fumo.

A decisão de parar de fumar é extremamente importante, afinal, cada vez que se acende um cigarro, algo apaga no seu interior.

Parar de fumar é uma grande decisão, dizer não ao tabaco é a melhor escolha.

Preserve sua vida, não fume!!! Jogue o cigarro no lixo. Pense nisso.

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