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Coluna: Direito e Justiça (26/01)

qui, 26 de janeiro de 2023 08:09

Direito e Justiça:

Vem, Chuva! Vem, Chuva!

As chuvas já estão aí,
Chegaram na hora certa,
E tem gente que reclama.
Vem, chuva! Vem chuva!

Chuva que não tem culpa alguma
Pelo manilhamento velho, obsoleto e rachado,
Nem pelo serviço porco e superfaturado,
Pelo desmatamento insensato e constante,
Nem pelo crescimento maluco das cidades.

Se as pessoas constroem em cima dos morros,
Se enchem de cimento e asfalto a área verde,
Se impedem o curso natural das águas.
Se provocam a erosão e a queda de barreiras,
Qual é a culpa que tem a chuva?

Chuva inocente e boa que enche as nossas represas,
Que enche o nosso lençol freático, os nossos poços e cisternas,
Que enche os rios e córregos e que nos garante a eletricidade,
Que enche nossas caixas, mantém nossos chuveiros e nos dá de beber,
Chuva, dádiva de Deus e da Mãe Natureza! Vem, chuva! Vem, chuva!

O objetivo de uma casa espírita kardecista:
• Li em um livro espírita e adaptei sem inteira literalidade.
• Peço escusas por não conseguir me recordar de qual livro.
• O que importa (eu penso) é o conteúdo moral que se extrai.

Dizem que um senhor, vindo da cidade de São Paulo, integrando uma grande comitiva, encontrando-se com o Chico Xavier, em seu centro espírita em Uberaba, teria comentado todo eufórico e risonho:
– Chico, eu estou muito feliz. Depois de muitos anos e de muito trabalho, meus irmãos e eu conseguimos terminar o nosso centro espírita. É uma obra grande, maravilhosa, tem praticamente de tudo: sala de recepção; salas para atendimentos com privacidade; biblioteca; farmácia; depósito para materiais, doações e remédios; quartos para acomodar pessoas sob tratamento espiritual; cantina….
E desfilou tudo aquilo de mais que o seu centro espírita tinha
Com toda a sua costumeira e conhecida tranquilidade e bondade, o “nosso” Chico, após alguns minutos de profunda e silenciosa reflexão, disse ao seu empolgado visitante.
– Parabéns, meu irmão. Deus seja louvado! O seu centro espírita deve ser mesmo tudo isso que você disse ser, mas nunca se esqueça de uma coisa: por maior que ele seja e por mais rico que possa vir a ser, nada disso é suficiente; um centro espírita somente será um centro espírita, se tiver uma única coisa.
Pausou e concluiu:
– Evangelização, meu irmão. Evangelização. Se não tiver evangelização, não é e nunca será um verdadeiro centro espírita.

Comentário da Coluna DJ:

Kardecista: termo relativo a Allan Kardec, pseudônimo do escritor e pedagogo francês Hypolite Léon Denizard Rivail (1804 / 1869), ou do kardecismo. Ex.: doutrina kardecista, pensamento kardecista. Rapidamente, podemos conceituar o kardecismo (ou espiritismo) como sendo uma religião (existem nele também os aspectos filosófico e científico) sem culto externo, sem sacerdócio organizado, sem cerimônias, cultos ou ritos de qualquer natureza, sem intermediários entre a criatura e o Criador, podendo ser considerada como sendo uma religião cósmica (eu diria espiritualista), tendo o amor e a caridade como seus ideais maiores.

FONTE: Google (não considero o conceito impecável ou completo, mas permite ter uma ideia aproximada do que seja o kardecismo e, nas Colunas DJ subsequentes, irei esmiuçar o assunto). Porém, voltemos ao texto que desejo comentar.
Como sempre, Chico Xavier tinha razão.
De nada valerá ter abundância em meios ou recursos espirituais, se a casa espírita não se dedicar à sua primeira e máxima função: evangelizar. E evangelização, ou evangelizar, para mim, não é tão somente conhecer, ler e recitar a Bíblia, no geral, ou os Evangelhos no particular. Tampouco o seu entendimento ficará restrito ao sentido apenas cristão do termo, nem mesmo a qualquer religião ou denominação em específica.
Eu encaro a doutrina de Jesus como sendo um legado universal, que não pertence nem ao Ocidente e nem ao Oriente, nem a este povo e nem àquele. É de toda a Humanidade, pois os princípios deixados por Jesus, de amar a Deus sobre todas as coisas (o maior dos mandamentos) e o de amar o próximo como a si mesmo (o segundo maior) são atemporais, imortais, não admitem restrições ou condições, pois o amor, o perdão, a caridade e a solidariedade são preceitos que permeiam qualquer corrente filosófica, ideológica, religiosa ou moral decente e que se julgue civilizada e humana. A ninguém é dado apoderar-se da figura divina de Jesus ou pretender distorcer a sua palavra, usando o seu nome para matar, ferir, mutilar e fazer sofrer aos outros, consoante se tem visto através dos séculos e no mundo inteiro.
A correta evangelização há de pressupor e desenvolver a sua atividade verbal estendida e contínua de evangelizar no mais amplo sentido que essa palavra possa conter ou deixar antever. Evangelizar é educar, ensinar, conhecer, ler, exemplificar e vivenciar Deus em todo o seu esplendor, abrangendo isso tudo também a pessoa de Jesus e a sua milenar e perfeita doutrina de amor infinito, de amor incondicional, de solidariedade irrestrita e de caridade desprendida ao próximo.
Evangelizar é ensinar a prática do bem, é sempre praticar o bem, é dar exemplo com atitudes e demonstrações úteis e práticas em prol de todos. Não é sem razão que Allan Kardec definiu o Espiritismo em uma frase: “fora da caridade não há salvação”. Amor somente constitui inação; amor com caridade é ação. Mas, caridade sem ostentação, sem toque de trombetas, sem exibicionismo, aquela que nos for possível realizar, sem humilhar, sem apequenar, buscando continuamente eliminar ou diminuir as desigualdades e as injustiças existentes e reinantes sobre a Terra.

Araguari – MG, 24. 01. 2023
Rogério Fernal

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