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Coluna: Direito e Justiça (25/08)

qui, 25 de agosto de 2022 10:42

Direito e Justiça:

Pinga – Fogo:

Amigos:
– Já disseram que é melhor ter um cachorro amigo do que um amigo cachorro. Verdade…!

– E, se…!
– E, se a Prefeitura Municipal comprasse, arrendasse ou desapropriasse o prédio onde funcionou o Supermercado Bretas aqui em Araguari? Seria muito bom. Poderia instalar um Mercado Novo, acomodar os camelôs, etc. Tanta coisa…!

Não é calçadão:
– É bom que fique claro de uma vez por todas: não é e não será um calçadão. Chamem do que quiserem. De calçadão, não…!

Comecem logo:
– Se é que vão fazer mesmo alguma coisa, comecem logo, pois o tempo urge. Se não, deixem para o ano que vem e façam a tal revitalização com tranquilidade. Do jeito que as obras públicas são levadas neste nosso país, já se vê que, lá pelo Natal, a coisa vai complicar. Estou só avisando…!

Praça Manoel Bonito:
– Já antes de ser reaberta ao público, a nova versão da praça Manoel Bonito recebeu muitas e pesadas críticas. Como diz certa música: “eu fui lá pra ver”… Vi, gostei, aprovei. Abriram-se os espaços, eventos poderão ser feitos no círculo central, pessoas poderão frequentar o local. Não há mais como se esconder nas sombras e nas dobras. De fato, virou de novo uma praça. Parabéns…!

Protestos das dívidas ativas: (1)
– Nada tenho contra o protesto extrajudicial (cartorial) das dívidas públicas municipais devidamente inscritas. Muito pelo contrário, até demorou a ser implantado. Porém, isso deve ser feito como última medida antes do ajuizamento – que é caro e demorado – de uma ação de execução fiscal. Levada a CDA (Certidão de Dívida Ativa) ao Cartório de Protestos, o devedor receberá uma notificação cartorial de que, se não pagar dentro de 5 (cinco) dias, o protesto será tirado. O temor faz com que se paguem quase todas…!

Protestos das dívidas ativas: (2)
– Mas, eis onde eu quero chegar: tem razão o professor do Rádio, Valmir Brasileiro, quando disse (mais uma vez) em seu programa vespertino (Rádio Onda Viva, dia 23.08.2022) que, pelo menos, o devedor deveria ser notificado antes, administrativamente, de que o seu título vai a protesto. Deveria mesmo, pois, já estando o título em cartório, para pagamento em (cinco) dias ou protesto, sempre haverá a incidência de honorários de advogado de 10% sobre o valor final da dívida. Um pesado ônus a mais, para mim desnecessário e indevido, visto que o protesto cartorial prescinde da intervenção de um advogado público. Já fui muito judiado e achincalhado por expressar tal entendimento. Entendimento que mantenho. Portanto, respeitem…!

Como se fosse uma xepa de feira:
– DJ 17.06.2021: Vivenciamos tempos mórbidos. Um dos sinais mais emblemáticos é o do escandaloso e nefasto ativismo judiciário. Tínhamos uma alta corte constitucional, mas que se politizou completamente e que se preocupa hoje muito mais em assegurar a ferro e a fogo o seu status quo de intocáveis e o de analisar e julgar miudezas do que — de fato e de direito — proteger e fazer valer com correção a nossa Carta Magna. Posso estar errado, é claro…!

Um país ao contrário:
– DJ 17.06.2022: No Brasil, invertem-se as coisas. O bandido vira herói e o herói vira bandido. Somos mesmo a terra de um faroeste fajuto às avessas, onde o mocinho sempre perde no fim. Até a lei da oferta e da procura por aqui desanda, pois os preços sobem, quando a demanda é maior, mas nunca descem depois, voltando ao nível anterior, quando a oferta volta a ser maior. Isso é muito desonesto…!

Podia Ser Pior:

O médium Figueiras era espírita de grande serenidade.
Certa feita, um amigo que ele não via desde muito, visita-lhe a casa e, depois das saudações habituais, dá notícias do próprio pessimismo.
Declara-se ausente de toda atividade doutrinária. Continua espírita de convicção, mas afastou-se do trabalho mediúnico, da leitura, das sessões, das preces…
Inquirido por Figueiras, começou a explicar-se:
– Imagine você que minha infelicidade começou quando o meu sócio conseguiu furtar-me quase tudo o que eu possuía. Foi terrível desastre…
– Mas podia ser pior! – falou Figueiras, preenchendo a pausa da conversação.
– Em seguida, estabeleci-me com pequena loja; no entanto, meu único empregado ateou fogo a tudo, após roubar-me…
– Podia ser pior… – atalhou Figueiras.
O azar não ficou aí, pois quando me viu sem qualquer recurso, a companheira me abandonou, buscando aventuras inconfessáveis.
– Podia ser pior…
– Depois disso, minha única filha, aquela que ainda se mantinha ao meu lado, ouviu as insinuações de um homem que a seduziu, desprezando-me com amargas palavras.
– Podia ser pior…
– Por fim, meu irmão, a única pessoa que ainda me dispensava proteção e carinho, foi assassinado por um salteador que escapou à cadeia.
– Mas podia ser pior… – acentuou Figueiras, calmo.
O outro sorriu, mal-humorado e objetou:
– Ora essa! Que podia ser pior? Dois ladrões me acabam com os negócios, dois malfeitores me acabam com a família e um assassino me acaba com o único irmão…. Que podia ser pior, Figueiras?
O prestimoso médium abanou a cabeça e respondeu calmamente:

– Podia ser pior, sim, meu amigo! Podia ser você o autor de tantos crimes; entretanto, cá está conversando comigo, de consciência purificada e mãos limpas. Sofrer dos outros é, de algum modo, trilhar o caminho em que Jesus transitou, mas fazer sofrer os outros é outra coisa…
O amigo silenciou e, ao despedir-se, rogou a Figueiras o benefício de um passe.

FONTE :Hilário Silva (Francisco Cândido Xavier); Almas em Desfile – Edição FEB – Pérolas Literárias – págs. 24/25; Antônio Fernandes Rodrigues.

Comentário:
Araguari – MG / 23.08.2022):

Eu tenho guardado comigo este texto por muitos anos. De vez em quando, volto a lê-lo e a meditar sobre as lições morais edificantes para a nossa vida que, porventura, ele possa conter. Todavia, hoje, deliberei escrever um comentário bastante sucinto por minha conta e risco.

Antes de prosseguir, devo dizer – sem falsa modéstia, mas com sinceridade – que sou Espírita Kardecista, embora não possa almejar, de forma alguma, possuir a firmeza, a prudência e a convicção aqui demonstradas pelo médium Figueiras. Como ele, aqui uma ficção literária, existiram de fato no, Brasil, grandes vultos da doutrina espírita, tais como um Dr. Bezerra de Menezes, um Eurípedes Barsanulfo, um Chico Xavier, assim como há encarnados tantos outros expoentes dessa doutrina.

Por vezes, ao longo destes muitos anos, cheguei a pensar que Figueiras seria um exemplo clássico de pessoa que se conforma com tudo que lhe possa acontecer na vida, seja de bom seja de mau. Ouvindo os desastres ocorridos na vida do seu amigo, não se revoltou, não esbravejou e nem mesmo condenou os autores de ações dão vis.

Por outro lado, no final das contas, eu não podia e ainda não posso deixar de concordar com a argumentação final irrespondível com que Figueiras dirigiu-se àquela pessoa aparentemente batida pelos acontecimentos trágicos da vida:

-“ Podia ser pior, sim, meu amigo! Podia ser você o autor de tantos crimes; entretanto, cá está conversando comigo, de consciência purificada e mãos limpas. Sofrer dos outros é, de algum modo, trilhar o caminho em que Jesus transitou, mas fazer sofrer os outros é outra coisa…”

E, eu também rogaria a Figueiras o benefício de um passe…!

• Rogério Fernal .`.

 

1 Comentário

  1. Eliane disse:

    Poderia também fazer uma adaptação para ser um terminal de coletivos, pois ali no mercado não comporta tantos ônibus, o pedaço ali é muito saturado, tinha que expandir para outros locais da avenida.

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