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Coluna: Direito e Justiça (24/11)

qui, 24 de novembro de 2022 08:09

Direito e Justiça:

Editorial Direito e Justiça:
(Nº 4 – 24.11.2022)

Perdeu, mané. Não Amola!

Eis as palavras infelicíssimas, pronunciadas pelo Ministro do STF, Luís Roberto Barroso, na face de manifestantes brasileiros, quando da sua permanência recente em Nova York. A invectiva do Ministro viralizou nas redes sociais, ou seja, transformou-se em um “meme”. Também pudera: essa frase, contendo uma gíria grosseira, é própria dos malfeitores, ou seja, sai sempre, ou quase sempre, da boca de bandidos, de celerados, tais como assaltantes à mão armada, traficantes, ladrões de todo tipo, desclassificados em geral, enfim, da gentalha pérfida e da ralé mais imunda, baixa covarde e decadente da nossa sociedade

Assim sendo, mesmo que se possa compreender que o “magistrado supremo” estivesse acuado ou irado contra os gritos e xingamentos que lhe eram endereçados, bem como a outros dos seus pares que se achavam com ele na ocasião, nada justifica um dito desse tipo, mormente saindo da boca de alguém que se supunha “ tão bem-educado”, “tão estudado”, tão “senhor de si”, tão “superior a nós, “simples mortais”.

Mas o impropério inusitado “perdeu, mané, não amola” foi demais, constituiu um ato de extrema estupidez e extrapolou todo e qualquer limite. Essa frase, afrontosa, insultuosa, nojenta e depreciativa saiu da boca de alguém que se julga muito superior, que adota o lado de ganhador, tendo sido endereçada a nós, o povo brasileiro, aquele que paga, de fato, os vencimentos e salários de todos os agentes e funcionários públicos, incluindo os polpudos rendimentos dos imaculados e inatingíveis “entres supremos”.

Há poucos dias, dizem ter chegado lá pelos lados do Egito a 11ª praga e que veio a faltar uma das icônicas pirâmides. Não se conhece ao certo o culpado. Além disso, aquelas malsinadas palavras foram repetidas diversas vezes por um melindrado Senador da República no saguão de embarque do Aeroporto Internacional do Cairo. Naquela ocasião, Sua Excelência retornava ao nosso país e brandiu o portentoso “perdeu mané, não amola”, certamente por falta de criatividade e de bons argumentos, ao enfrentar “corajosamente” uma brasileira que o reconhecera, criticava e filmava.

Os nossos homens e mulheres que atuam na esfera pública não admitem e não suportam receber e ouvir críticas e negam ou evitam contatos civilizados com as pessoas. Por este e outros motivos, deixo claro, que me incluo – e com muito orgulho — entre os manés. Se na África mané chega ser nome próprio de pessoa, como acontece com um famoso jogador senegalês, aqui no Brasil não é outra coisa senão um diminutivo, um achincalhe, um deboche, um menoscabo para com a população de bem, e com certeza o povo brasileiro irá cobrar muitíssimo caro daquele que o criou e dos que o utilizam para humilhar e submeter ao seu jugo a nossa gente.

Destarte, haverá de chegar o dia em que poderemos dar um troco correto ou uma resposta condizente a esses elementos nocivos não importando o cargo ou função que ocupem, pois, todo o poder emana do povo e o povo brasileiro agora acordou de vez. Por fim, ressalto que nada é melhor do que o tempo, para trazer à tona a verdade nua e crua, que tentam encobrir ou mascarar. Quem viver verá…

– “Perdeu, mané. Não amola”

• Rogério Fernal.

Como é a prisão no Japão:

• Relato de um brasileiro que mora lá.
• Por aqui, cadeia é só para P, P e P.

– “Então, cara, faz mais de um ano que estou morando aqui no Japão. Quando teve as Olimpíadas aí no Brasil, passava propaganda aqui na TV japonesa, dizendo para os japoneses não irem ao Brasil, porque é muito perigoso…”

– “Bom, tenho um amigo japonês aqui, que é policial. Estávamos conversando com esses dias, e ele me explicou como funciona a cadeia aqui…”
– “Fora o fato de 86% dos presidiários aqui serem estrangeiros, as regras são bem rigorosas. Primeiro, que cada dia na solitária acrescenta dois na pena, não existe redução de pena aqui em hipótese alguma, visita é uma vez por mês, pelo tempo de quinze minutos, dependendo do comportamento do preso e visita íntima não existe…”

– “Os presos são obrigados a trabalhar; caso se neguem, é solitária e, na solitária, é como eu disse: cada dia lá aumenta dois na pena; em caso de presídio superlotado, serão escolhidos presos para construir um aumento, são dois presos por cela, é proibido conversar sem ordem do guarda; caso seja desobedecido, é solitária…”

– “Se o presidiário for pego se masturbando, é solitária. Se quando puder conversar, o preso conversar em qualquer outro idioma que não seja japonês, também vai direto para a solitária…”

– “Se não trabalhar, consequentemente não vai comer, se a família não mandar dinheiro para ele receber comida, e se ficar muito tempo sem comer, se não quer morrer de fome, precisa trabalhar…”

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As diferenças entre a (nossa) casa e a escola:

• Em casa, ensina-se a dizer:
– Bom dia, boa tarde, boa noite, obrigado (a), com licença, por favor, desculpe.

• São os pais que ensinam:
– Honestidade, respeito, cidadania, dizer a verdade, não xingar, pontualidade, solidariedade.

• Os pais também ensinam:
– Organização, limites, deveres, cuidados, valores, responsabilidades.

• Na escola, nós aprendemos (ou deveríamos aprender):
– Português, Matemática, Ciências, Educação Física, Organização Social e Política Brasileira, regras de trânsito e de boa convivência social etc., reforçando e valorizando o que foi aprendido em casa.

 

COMENTÁRIOS DA COLUNA DJ:

– Será mesmo? Tudo isso ainda é possível de ser feito? Em um tempo e num país em que os valores morais estão destroçados ou em vias de sê-lo? Onde as famílias desagregam-se, e os pais mal ficam em casa, pois têm que trabalhar, para manterem-se e aos filhos? Onde não se pode mais educar, pois uma palmadinha corretiva no bumbum da criança poderá mandar um pai ou mãe para a prisão? Não estou falando de espancamento e de exploração infantil, não me deturpem. Os que ainda tiverem discernimento e boa-fé, se me lerem com atenção, perceberão muito bem o que quero dizer e aonde quis chegar. Sinal dos tempos?

– Eu sou de duas gerações atrás, sou de um tempo mais antigo, embora não tão afastado assim, mas já esquecido ou em franco esquecimento. Era um tempo mais simples, mais feliz, menos agitado, não tão corrido quanto hoje em dia. Era um tempo em que chamávamos nosso pai de senhor e nossa mãe de senhora, em que falávamos por último e sempre depois deles, em que as famílias almoçavam e jantavam juntas, conversavam todos entre si, e as coisas simples e baratas eram as mais importantes.

Hoje, tudo isso mudou, ficou para trás. Já não se ouve falar da Emília, do Pedrinho, da Narizinho, do Visconde de Sabugosa, da Vó Benta, da Tia Nastácia, e muito menos do Saci ou da Cuca. Até porque ninguém acredita mais no Papai Noel ou nas Fadas, pois uma criança com três anos de idade já dedilha e não larga do seu celular. Não é saudosismo, não é nostalgia, não é frustração. É simplesmente uma constatação! Até porque a chamada “geração de ferro” já se foi ou está indo embora…

“Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes” (provérbio oriental). Este é o ciclo inexorável e sucessivo da vida.

 

Estamos – eu creio – em um tempo fácil (no sentido mais amplo desta palavra, incluindo “dissoluto”), quando os valores morais tradicionais são suplantados por ideias materialistas e imediatistas, sem que se meçam as consequências, um tempo em que a tecnologia manda, comanda e predomina, suscitando indolência, irresponsabilidade e alienação. Até qual ponto tudo isto vai chegar? Não sei dizer. O tempo dirá. Quem viver saberá. “

– “Perdeu, mané, não amola”!

 

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