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Coluna: Direito e Justiça (07/07)

qui, 7 de julho de 2022 08:07

Direito e Justiça:

LGBT ou LGBTQIA+ ou LGBTQQICAAPF2IK+. ?

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é comemorado anualmente no dia 28 de junho. O que é o movimento LGBTQIA+? É o movimento civil e social que busca de forma permanente, incansável, ordeira e respeitosa a igualdade para a diversidade nas orientações sexuais humanas e a aceitação das pessoas representadas por seus termos (ou letras) na sociedade como um todo, além do respeito integral aos direitos constitucionais e legais dessas mesmas pessoas.
Cada letra ou sinal representa um grupo de pessoas, uma diversidade ou nuance de orientação sexual humana presente na sociedade atual, mas ainda tão desprezada, espezinhada, discriminada e até atacada fisicamente, angariando feridos e mortos entre os seus integrantes. Tudo isso como fruto de uma brutal e abjeta intolerância onde, quando e como quer que ela se apresente.
Por trás da sigla LGBTQIA+ existe também toda uma história de luta, inserida em cada uma das letras que a compõem. Embora tenha a sua origem ligada a sentidos pejorativos, temos que reconhecer – independentemente da nossa posição ou convicção pessoal – que a luta pela diversidade de opção sexual tem sido constante e hoje, mais do que nunca, os seus direitos têm sido reconhecidos amplamente e protegidos na maioria das legislações nacionais.
A expressão GLS ganhou força na década de 90, significando Gays, Lésbicas e Simpatizantes. Em seguida, acrescentou-se a letra T, para Transexuais, tornando-se LGBT. Com o tempo, a sigla evoluiu ainda mais, ocorrendo (presumivelmente) a inclusão de pessoas de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero. Sendo assim, cada atualização que a sigla LGBTQIA+ sofreu (ou venha a sofrer) significa a representatividade de diversos grupos com a oficialização das respectivas nomenclaturas. Mas qual é, então, o significado preciso de cada uma das letras?

Vejamos em seguida de uma forma sucinta e objetiva:

L = Lésbicas:
São mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, por outras mulheres.
G = Gays:
São homens que sentem atração afetivo/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, por outros homens.
B = Bissexuais:
São homens e mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelos gêneros masculino e feminino. Consigne-se que a bissexualidade não tem qualquer relação direta com a poligamia, promiscuidade, infidelidade ou comportamento sexual inseguro. Esses comportamentos podem ser tidos por quaisquer pessoas de quaisquer orientações sexuais.
T = Transgênero:
Diferentemente das letras anteriores, o T não se refere a uma orientação sexual, mas à identidade de gênero. Também chamadas de “pessoas trans”, elas podem ser Transgênero (homem ou mulher), travesti (identidade feminina) ou pessoa não-binária, que se compreende além da divisão “homem e mulher”.
Q = Queer:
Pessoas com o gênero Queer são aquelas que transitam entre as noções de gênero, como é o caso das Drag Queens. A teoria Queer defende que a orientação sexual e identidade de gênero não são resultado da funcionalidade biológica, mas de uma construção social.
I = Intersexo:
A pessoa Intersexo está entre o masculino e o feminino. As suas combinações biológicas e desenvolvimento corporal – cromossomos, genitais, hormônios, etc. –não se enquadram na norma binária (masculino ou feminino).
A = Assexuais:
Assexuais não sentem atração por outras pessoas, independentemente do gênero. Existem diferentes níveis de assexualidade, sendo comum essas pessoas não verem as relações sexuais humanas como prioridade.

 

+ = Mais:
O símbolo de “mais” (+) no final da sigla aparece para incluir outras identidades de gênero e orientações sexuais que não se encaixam no padrão cis-heteronormativo, mas que não aparecem em destaque antes do símbolo.
Atualmente, essa sigla LGBTQIA+ tem sido a mais usada, mas já existem outras correntes que caminham pra consolidar uma sigla nova ainda mais completa (mas sem dispensando o +).
Esta seria a pretensa nova sigla: LGBTQQICAAPF2IK+. Significando: Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Questionando, Intersexuais, Curioso, Assexuais, Aliados, Pansexuais, Polissexuais, Familiares, 2 – Espíritos e Kink.
Há numerosos artigos que abordam o assunto. Por aqui, é o bastante.

FONTE: Pesquisa no Google.
(Cm pequenos acréscimos pessoais)

Comentário da Coluna DJ:

Por enquanto, vou centralizar este assunto – que é complexo, polêmico e ainda mal resolvido — na sigla LGBT e, quando muito, na sigla seguinte LGBTQIA+, que me parecem, ambas, mais do que suficientes para abarcarem todas as “diferenças” decorrentes das diversidades sexuais humanas, ou ao menos as “mais razoáveis”.

Por outro lado, e salvo maior e melhor juízo do que o meu, a esdrúxula (para dizer o menos) sigla LGBTQQICAAPF2IK é muito estirada, quiçá mais do que o necessário, não me parecendo usufruir de seriedade científica e de credibilidade moral suficientes. É claro, eu posso estar errado! Paciência, se estiver! Num assunto como este, cada qual deve construir o seu credo pessoal desde que não discrimine…!

 

Todavia, cumpre-me salientar – até mesmo por direito e dever de argumentação — que algumas letras dessa última sigla parecem estar fora de um contexto aceitável, de uma razoabilidade verossímil ou terem sido simplesmente inseridas nela por puro diletantismo, não contribuindo em nada para a “causa legítima da diversidade sexual humana”, gerando o que aparentam ser excrescências ou, pelo menos, inutilidade óbvias, tais como: “questionando”, “curioso”, “aliados…

E, vou mais adiante: a predita sigla LGBTQQICAAPF2IK intenta querer abarcar até mesmo ações ou atitudes ilícitas, imorais, amorais, brutais ou pervertidas, tais como: a bestialidade (ver na Medicina Legal o sexo de humanos com animais), e todas as demais perversões (ver também na Medicina Legal a pedofilia, a necrofilia, os assédios, o sexo de humanos com objetos), etc., etc., etc. Um salutar e ancestral princípio latino proclama: est modus in rebus, ou seja, “em todas as coisas há uma medida. Mas, parece-me que tal sigla não possui e não deseja ter limite algum.

Sendo assim, não posso aceitar ou compactuar com isso! De maneira alguma, não posso! Mesmo sob o risco de ser chamado de obsoleto, retrógrado, coisas deste jaez ou até mais pesadas. Como quer que seja, nem vou dar-me ao trabalho de responder ou justificar ataques eventuais, pois os exageros falam por si mesmos, e a realidade haverá de chancelar qual é a razão e quem está com ela.

Finalmente, e com todo o respeito que me animou a reproduzir matéria e a tecer alguns comentários sobre um tema tão espinhoso, creio que será muito melhor para todos os envolvidos separar o joio do trigo, evitando banalidades e bandalheiras Destarte, ainda valendo-me de um adágio para o encerramento imediato, eu diria que é melhor ir “devagar com o andor que o santo é de barro”.

– Fiquemos, pois, com o que já temos: ou LGBT ou LGBTQIA+.

Araguari – MG, (cinco) de julho de 2022.

• Rogério Fernal :
Mestre Maçom, Advogado e Articulista.

 

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