Quarta-feira, 24 de Abril de 2024 Fazer o Login

Saúde Alerta – Dia Internacional do Sono

qua, 15 de março de 2017 05:57

Abertura-saude-alerta

Estatísticas apontam o sono e o cansaço como responsáveis por 60% dos acidentes de trânsito no Brasil. Visando enfrentar esse grave problema de saúde pública, a ABN está desenvolvendo uma campanha nacional, com apoio da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET) do Conselho Regional de Medicina de São Paulo e da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP).

O lançamento oficial está agendado para 16 de março, em coletiva na antiga sede do Cremesp, em São Paulo. Será para anunciar as ações para o ano de 2017, que se iniciarão oficialmente em 18 de março, data em que se destaca em todo o mundo o Dia Internacional do Sono.

Uma ação visando reduzir estatísticas de acidentes de trânsito, um problema importante deste País que causa a morte de tantas pessoas e sofrimento humano, além de ter impacto sobre os custos de saúde.

A finalidade educativa da iniciativa, que buscará a conscientização de todos os médicos brasileiros sobre o problema, bem como focará o esclarecimento do público leigo, da mídia, além de tentar sensibilizar o poder público a criar campanhas e normas legislativas para reduzir os índices de acidentes relacionados à sonolência, em especial à apneia do sono.

O grande problema é desde o berço da formação médica, uma vez que, no meio acadêmico, também há falta de conhecimento sobre distúrbios de sono e suas consequências sociais. É preciso alertar para os riscos da sonolência excessiva diurna, uma importante consequência da apneia obstrutiva do sono.

De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS) 30% das mortes em rodovias nacionais são ocasionadas por motoristas que dormem ao volante; 53,9% dos brasileiros queixam-se de insônia e, destes, 43% continuam cansados durante o dia.

O número de indivíduos que não descansa o necessário para o pleno funcionamento do sistema neurológico, combinado com a rotina estressante das grandes cidades, coloca o cidadão em risco eminente de causar e sofrer um acidente.

É recomendável um período de sete a nove horas de sono. Todavia, cada organismo responde de maneira distinta sobre quanto é o suficiente para estar alerta e bem disposto ao amanhecer. Criar uma rotina é fundamental para preservar a qualidade do sono e, desta forma, evitar que problemas relacionados à sonolência diurna se evidenciem. A ABRAMET estima que dormir mal pode reduzir a concentração do condutor no trânsito em até 50%.

Pesquisa promovida pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) identificou uma empresa de ônibus que incentivou o diagnóstico e tratamento médico aos funcionários que apresentavam distúrbios de sono. Como resultado da iniciativa, houve redução de 80% no gasto mensal com reparos após acidentes, isso sem falar no mais importante: a preservação de vidas humanas e da saúde.

Motoristas profissionais, inclusive, são os alvos da campanha, pois vivem expostos a longas horas de direção e, não raro, privam-se do descanso para cumprir prazos.

Em casos normais, o sono costuma aparecer em intervalos de doze horas, graças à produção do hormônio melatonina. Desta forma, é de suma importância atentar-se aos sinais do organismo, por exemplo, bocejos frequentes; dificuldades para ficar de olhos abertos; e não conseguir focar objetos à distância. Ao dirigir, situações como freadas bruscas; perder saídas; não enxergar sinais de trânsito; escorregar o carro para o acostamento e sair da pista são indícios claros de que é hora de estacionar em local seguro e iluminado para recuperar as energias.

A campanha  surgiu a partir da constatação de que o olhar das autoridades está focado somente em outras causas de acidentes, como bebidas alcoólicas e uso de aparelho celular.

O objetivo é chamar atenção não apenas do motorista, mas, também, dos órgãos reguladores, uma vez que a distração causada pelos smartphones desvia o foco da mesma forma que a sonolência.

Normalmente, a resposta a um estímulo acontece por volta de 100 a 250 milisegundos – em caso de sonolência, varia para 150 a 500 milisegundos. Quando em velocidades mais altas, essa diminuição de reflexo eleva o risco de acidentes fatais.

Se o indivíduo é privado de sono ou é portador de um distúrbio, tem chance muito maior de causar um acidente, próximo ao que acontece com o álcool.

Um dia de privação de sono equivale a seis copos de cerveja; dois dias a 15 copos.

 

A população deve compreender que o sono é um fenômeno indispensável à saúde humana. Não é algo negativo, desde que não se misture com a direção. Logo, se você está programando uma viagem, é preciso separar um tempo para descansar e recuperar a energia.

Resultado da maior resistência nas vias aéreas, a apneia obstrutiva do sono dificulta a passagem de ar durante o sono. Acarreta maior incidência de hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e alterações metabólicas e hormonais, causa sonolência diurna, irritabilidade e cansaço.

O resultado é que os acidentes de tráfego ocasionados pelo distúrbio não são reconhecidos, uma vez que seus principais sintomas, como ronco e sonolência diurna, são mascarados pelos pacientes.

Não há um medidor de sono que qualifique a apneia, como o etilômetro indica o nível do álcool. Existem alguns aparelhos que funcionam como marcadores de sonolência, porém, inacessíveis à Polícia Federal.

No trânsito, todo cuidado é pouco, vamos prevenir!

Nenhum comentário

Deixe seu comentário: