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Neuropsi – O que é Disgrafia?

qui, 24 de novembro de 2016 05:58

Abertura-neuropse

1-O que é Disgrafia?
É a escrita manual extremamente pobre ou dificuldade de realização dos movimentos motores necessários à escrita. Uma criança que tem letra feia e que foi treinada por muito tempo a superar esta dificuldade sem grande sucesso ou que permanece com os mesmos garranchos e erros ortográficos pode não somente apresentar problemas motores ou espaciais de escrita, mas também outras condições que costumam se associar a isto.

O que é Disgrafia?

O que é Disgrafia?

 

2-Quais as principais características da disgrafia?
As principais características da disgrafia são a dificuldade para escrever, a escrita marcada por junção de letras maiúsculas e minúsculas, a mistura de letras do tipo bastão e cursiva, letras muito juntas ou incompletas, dificuldade ou lentidão para realizar cópias, falta de respeito aos limites espaciais de escrita, emprego de muita força ou pouca pressão no momento da escrita, comprometendo a caligrafia. Dentre outras características estão também: a troca de letras que se parecem sonoramente (faca, vaca); confusões de sílabas (encontraram / encontrarão); adições (ventitilador); fragmentações (em saiar, a noitecer); omissões (cadeira, cadera); inversões (pipoca, picoca); junções (nodiasiguinte, sairei maistarde).

3-O que são encontrados nos disgráficos?
São encontrados perturbação da lateralidade, do esquema corporal e das funções perceptivo-motoras, bem como perturbação de eficiência psicomotora (motricidade débil, perturbações leves do equilíbrio). Nestes casos, é salutar investigar outras possibilidades que podem, neurologicamente e funcionalmente, influenciar negativamente no desenvolvimento e performance de escrita.

4-O que devo fazer se meu filho (a) tem disgrafia?
A avaliação sistemática e interdisciplinar (neurologista, neuropsicologia, neuropsicopedagogia)  dos problemas de escrita é um dos passos mais importantes para se entender os reais motivos da persistência desta disfunção. Pode ser falta de estímulo ou de treino? Pode ser por utilização de método didático inadequado? Sim e sim. Mas é possível que esta criança tenha problemas de coordenação visuo-motora, a qual impede que a mesma venha a representar a escrita da mesma forma que percebe e vê as palavras num descompasso que resultará em garranchos, sobreposições de letras e alteração da escrita linear que respeite linhas ou limites.

5-Quais doenças a criança com disgrafia pode ter?
Pode ser que ela tenha um Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) a qual, mesmo sem Hiperatividade, pode levar a problemas de atenção e falta de persistência motora, resultando em escrita com pouca atenção aos detalhes, perda de letras, “encavalamento” de palavras. Na hiperatividade associada, tais problemas ficam ainda mais evidentes e intensos. Crianças com Transtorno do Espectro Autista-Autismo, não persistem até o fim e costumam ter problemas sérios ao pegar no lápis com efeitos significativos na coordenação motora para escrever, pois ora não possuem boa propriocepção na “pega”, ora não conseguem coordenar a sequência da escrita.
A dislexia e os Transtornos Específicos de Linguagem podem, com muita frequência, levar a problemas de escrita por refletir suas disfunções também no ato escrito. No tocante aos Transtornos do Desenvolvimento da Coordenação as dificuldades de coordenação motora podem levar a caligrafia ainda pior com efeitos na organização, no esboço, no traçado e na postura adequada para a escrita.
6-Quais as recomendações finais?
Nem é preciso dizer, portanto, que estas condições abalam a motivação e geram grande desprazer para escrever reduzindo, aos poucos, toda a disposição da criança para este tipo de atividade. O professor, contudo, deve estar atento para estas situações encaminhando-a para uma avaliação e recuperando sua autoestima com atividades secundárias ou facilitando os registros por meio de outros caminhos.

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