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Neuropsi – Como surge o medo de sair de casa?

qui, 28 de julho de 2016 05:03

Abertura-neuropse

1-Como surge o medo de sair de casa?

Pode começar apenas como um “desconforto” sobre o pensamento de sair de casa. Inicialmente a pessoa “prefere não sair”, com o tempo as pessoas em volta podem se acostumar com este comportamento e passam a considerar que faz parte de sua personalidade, porém este comportamento de medo pode estar denunciando transtornos bem mais sérios.

2-O que causa o medo de sair de casa?

Existem algumas possibilidades, é possível que você tenha associado o fato de estar fora de casa com a possibilidade de passar mal ou de não conseguir se relacionar de forma satisfatória com as pessoas. Se alguma vez aconteceu de você ter passado por experiências negativas, que causaram muito medo, fora de casa, como por exemplo, assalto, agressões, presenciar crimes etc. mesmo que estas experiências tenham acontecido há algum tempo, é possível que sua mente (mesmo sem você perceber – inconscientemente) esteja considerando que toda vez que colocar os pés na rua o evento traumático irá acontecer novamente.

3-Quais são os locais onde o medo surge com maior frequência?

Algumas pessoas não têm apenas medo de sair de casa, mas de simplesmente atravessar o portão. Outras delimitam um parâmetro, por exemplo, ela vai tranquila até o mercado, mas depois disso passa a se sentir muito desconfortável, tão desconfortável que prefere não ir. Outras pessoas evitam lugares específicos, como por exemplo, o cinema, supermercados, shows, ruas abertas, mas ficam bem se estiverem de carro. Outras se sentem bem a pé, mas de carro passam mal.

4-O que a fobia social tem a ver com o medo de sair de casa?

O medo de ser julgado pelas pessoas, medo de ser o centro das atenções,  medo em fazer “algo errado”, total desconforto se não considerar que as pessoas desejam sua companhia também provoca o medo de sair de casa. Pensamentos irracionais e perfeccionistas de que “não pode falhar” faz com que as pessoas considerem falhas detalhes absolutamente absurdos. Por exemplo, é muito comum os psicólogos receberem em suas clínicas pessoas que tem tamanha dificuldade no relacionamento social porque “enrubescem”. Isso mesmo, para elas o fato de ficar corada diante das pessoas é inadmissível, a ponto de evitar sair de casa e encontrar pessoas. Para outras pessoas a fobia social aparece no medo de não ser interessante. Alguns acreditam que “só falam bobagem” – eles mal sabem que 90% de toda conversa é pura bobagem, mas o melhor da estória é que isto é ótimo, a vida tem mesmo que ser leve, temos que perceber que temos o direito de errar – e que esta é a melhor forma de aprendizagem. O trabalho desta autoaceitação pode ser muito penoso se você não tiver um acompanhamento do psicólogo. Conte com as técnicas da psicoterapia para vencer este tipo de medo, principalmente se o seu medo o impede de falar em reuniões de trabalho, de fazer perguntas em palestras, de estar à vontade nas festas.

5-O que fazer para acabar com este medo de sair de casa?

Não ceder ao medo. Perceber que o enfretamento é sua melhor ferramenta. A cada enfrentamento, claro que dentro de suas possibilidades, sua mente receberá uma informação que você pode superar. Perceber que nem todas nossas sensações são verdadeiras, muitas vezes nosso mecanismo de autodefesa desregula e nos enclausura em casa desnecessariamente. Você também deve identificar todo pensamento disfuncional que mantém este medo. Identifique o que seu “advogado de acusação” interno está lhe dizendo. Sabemos que esta tarefa não é fácil, muitas pessoas iniciam a terapia dizendo que não passa nada em sua cabeça, que ele “apenas tem medo de sair de casa”, mas os psicólogos sabem que pensamentos automáticos são terríveis, pois não são percebidos com tanta clareza. Será que ele diz que você passará mal se sair de casa? Será que ele diz que não valerá a pena? Contestar estes pensamentos disfuncionais e identificar formas mais claras e verdadeiras poderá ser uma forma maravilhosa de vencer este medo. Caso não consiga sozinho considere falar com um psicólogo.

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