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Heels&Wheels – Cultura sobre rodas

ter, 16 de junho de 2015 07:49

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Cultura sobre rodas

Debaixo do capô, uma mecânica impecável, motor e freios de primeira linha. Assim são os Rat Rods, em geral – modelos da década de anos 30 a 60, que ganham direção hidráulica e máquinas potentes para obter um desempenho agressivo. A tendência chegou ao Brasil há 10 anos, quando motores de Opalas e Mavericks adaptados, começaram a ser usados para envenenar carros populares. Atualmente os modelos chamam atenção por onde passam e se engana quem acha que o carrinho está todo acabado: um Rat Rod não é uma sucata. Na verdade, encontramos um conjunto mecânico de ponta. Há espaço para os modestos, como o Fusca que caiu no gosto dos brasileiros e se tornou a escolha para quem quer um carro um tanto quanto diferente. Outros desfilam pelos eventos de carros antigos a bordo de Kombis, principalmente o modelo do ano 1967.

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Os amantes do bom e velho Opala não ficam de fora. É o caso do jovem João Paulo Portilho, guardião de um opala modelo 74, também conhecido como “rabo de peixe” e comprado aos 18 anos de idade. Além de curtir o carro em sua es­­sência, João Paulo enxerga vantagens em manter a originalidade por fora. “Tenho este opala há 11 anos, foi o meu primeiro carro e sempre utilizei como o meu veículo de uso diário, para isso eu precisava de um carro com mecânica confiável e isso tudo ele me proporciona. Meu Rat nunca me deixou na mão devido a problemas mecânicos,” contou o opaleiro.

Foto Túlio Cerqueira

Foto Túlio Cerqueira

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Muita ferrugem 

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Pintura intacta? Jamais! O lance é deixar os carros com carroceria envelhecida e enferrujada.  Daí o termo rat look (visual de rato), referência a um rato verde, conhecido como Rat Phink, que se tornou uma marca registrada. Para conseguir um aspecto antigo e com marcas do tempo, há quem lixe a pintura até remover toda a tinta. Outros preferem o envelhecimento natural e tinta queimada pelo Sol. A essência de um veículo rat é a oposição a reformas e restaurações, não se importando muito com a estética, aliás, muitos até exageram nos detalhes para mostrar seu estilo próprio com criatividade, mas costumo dizer para as pessoas que por trás de  cada amassado e ou podre na lataria com certeza tem uma história. É importante destacar também que, além de automóveis encontramos as rat bikes termo usado para diferenciar motocicletas ou bicicletas também antigas.

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Customização

O estilo de customização de modelos antigos nasceu nos Estados Unidos, após o fim da Segunda Guerra nos Estados Unidos. Na época, um dos mais procurados era o Ford 1932, um dos primeiros veículos com motor V8 dos EUA. Os Hot Rods como são conhecidos aliam o charme dos antigos, conforto e mecânica atualizados. Ao longo do tempo foram surgindo empresas que aproveitaram o novo mercado e passaram a fornecer peças e motores de alto desempenho. Aos poucos a prática se sofisticou: nascia a era dos Hot Rods de luxo com preços altíssimos. A verdade é que algumas pessoas amam, outras simplesmente odeiam, mas todos concordam que eles estão por aí, conquistaram seu lugar dentro da cultura e sem dúvida são uma categoria à parte.

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1 Comentário

  1. Janis Peters Grants disse:

    Prezada Samara,

    Há um bom tempo, sou usuário e divulgador de ximbicas RAT LOOK, encontrando seríssimas resistências e preconceitos quanto a esta modalidade, acima de qualquer modismo… E olha que nem se trata de “ferrugem”, e sim, um autêntico indigo blue desbotado. Incrível como isso desestimula até os apropriadores do alheio.

    Falando em modismos, automóveis de luxo envelopados com preto fosco é altamente kitsch !!!

    Atenciosamente,
    Janis Peters Grants.

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