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Heels & Wheels – Saudade atrás do volante

ter, 8 de dezembro de 2015 08:47

Abertura heels and Weels

Nesta segunda-feira, 7, me deparei com uma daquelas histórias cheias de amor e saudade que sempre nos deixam com lágrimas nos olhos. São histórias de vida, lembranças verdadeiras que nos tornam nostálgicos e nos transportam ao passado sem sair do lugar. Desta vez, as recordações são contadas por um neto – Nícolas Carrelo, que levou seu avô Antônio de Moraes Carrelo às lágrimas ao reproduzir uma sessão de fotos com o carro dirigido por ele da infância à juventude, como taxista em Cáceres no Mato Grosso.

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O passado veio à tona assim que os olhos de seu Antônio encontraram o Fordinho 1929. A ideia, segundo o fotógrafo Nícolas, era retratar Antônio de 86 anos ao lado de dois grandes amores: Nilce, com quem é casado há 58 anos, e o carro. O resultado? Um amor em lágrimas e uma volta ao passado sem sair da antiga estação ferroviária daquela cidade. Antônio de Moraes conta em detalhes que se tornou taxista da frota do próprio pai, aos 13 anos de idade. Entrou no Fordinho 29 como motorista em 1942. A primeira foto que tem dele é um tempo depois, com 20 anos, ao lado dos irmãos, exibindo toda a frota da família.

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Entre 1951 e 1952, houve concorrência para o táxi na cidade e eles perderam boa parte do serviço, inclusive as corridas do aeroporto. Na mesma época, o pai teve um derrame. Foram dois anos de internação e tratamento médico que terminou com a morte do pai. Para pagar dívidas de médico e hospital, tudo foi vendido, inclusive o Fordinho 29. No mesmo ano, seu Antônio se casou com Nilce, e seguiu a vida como taxista até o final da década de 80.

Os anos passaram e o carro ficou na memória até Antônio se deparar com ele circulando na cidade. Nícolas, o autor da foto e das surpresas, combinou tudo, conseguiu um carro igual ao do avô que, coincidência ou não, também era táxi.  No trânsito, Antônio viu o carro antes de chegar à estação ferroviária. Como era surpresa para ele, a família tentou disfarçar. Ele de cara reconheceu e pediu que fizessem fotos para ele guardar. Mal sabia que ele mesmo as tiraria minutos depois. A gente pode imaginar ao ver as fotos. O ensaio ficou perfeito. Mostra a alegria de um passado sofrido, mas bem vivido atrás do volante do Fordinho 29.

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Fonte: Lado B – Campo Grande

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