Quarta-feira, 24 de Abril de 2024 Fazer o Login

Coluna: Neuropsi (10/03)

qui, 10 de março de 2022 09:11

1-O que é carência afetiva?

Todos têm carência afetiva em algum nível, mesmo aqueles que parecem mais frios também a possuem.

Mas quando essa carência entra em um nível muito alto, surgem as cobranças e o medo excessivo de ser rejeitado.

É o que chamamos de Dependência Emocional Afetiva. Esse sentimento acaba sendo um peso para ambas as partes dentro de um relacionamento, uma vez que nenhum dos dois conseguem suprir as expectativas.

A carência afetiva é caracterizada por uma dependência emocional extrema, na qual uma pessoa precisa da outra para se sentir feliz e amada.

Esta condição se torna um peso para os envolvidos, uma vez que ninguém é capaz de suprir os problemas internos de outra pessoa.

O perigo aqui é ficar vulnerável a pessoas oportunistas e relações problemáticas; porque esta pessoa está tão mergulhada na carência que quando chega uma pessoa sedutora ela não conseguirá perceber o perigo de estar entregue a alguém assim.

 

2-Qual é a incidência de pessoas com carência afetiva?

Dar carinho é tão importante quanto receber: segundo pesquisa do Ibope, 28% da população brasileira considera não ter recebido carinho na vida, enquanto 21% afirma jamais ter expressado carinho a qualquer outra pessoa.Esses números explicam porque existem tantas pessoas que sofrem de carência afetiva.

 

3-Qual é a característica?

A carência afetiva caracteriza-se por uma dependência acima do normal de outra pessoa. O indivíduo carente sente que precisa do outro para ser feliz e sentir-se amado. Por isso, aceita qualquer tratamento, bom ou ruim, por medo de ficar sozinho. A submissão é um fator muito presente nessa condição.

A carência em excesso pode ser perigosa. O indivíduo carente pode aceitar ser maltratado por pessoas abusivas para sentir-se amado. Mesmo logicamente sabendo que aquele tipo de tratamento não é digno, inventa histórias para justificar as atitudes grosseiras dos outros

 

4-Quais são os sintomas de carência afetiva?

A carência afetiva é um problema emocional complexo. A pessoa carente raramente consegue o que deseja (o afeto) de maneira apropriada. Assim, se torna ainda mais necessitada da atenção e afeição do outro, vivendo em uma espécie de ciclo sem fim.

Medo de desagradar; crença de que a felicidade está condicionada à outra pessoa; ciúme excessivo; viver em função dos sonhos do outro; não ter planos nem perspectiva para a própria vida; medo da solidão; sentimento de inferioridade; necessidade de chamar a atenção das pessoas, dentre outros.

 

5-Como é desenvolvida a carência afetiva?

O excesso de carinho e cuidado também pode desencadear a carência afetiva.

Isso porque pessoas que cresceram com muita dependência dos pais tendem a sentir que não são capazes de fazer nada sozinhas, inclusive amar a si mesmas.

Como consequência, essas pessoas condicionam sua felicidade aos outros.

O maior problema da carência afetiva é que, quanto menos uma pessoa pratica o ato de dar carinho, mais difícil se torna para ela ser carinhosa no futuro.

Isso acontece porque esta pessoa acaba se fechando emocionalmente.

Portanto, se você não sabe dar e receber carinho, cuide das suas dores e livre-se dessa dependência que acaba com tantas relações.

 

6-Como é o tratamento?

Aprenda a ficar sozinho.

Antes de se relacionar com uma pessoa, aprenda a se relacionar com você, a gostar da sua companhia e a preencher seu vazio interior.

Seu parceiro (a) deve ser escolhido a partir do desejo de estar acompanhado, e não da necessidade de suprir suas carências.

Saiba reconhecer o amor.

As pessoas associam o amor a um relacionamento a dois, mas existem tantas outras formas e expressões de amor: pais, irmãos, filhos, amigos, colegas de trabalho.

As pessoas têm diferentes formas de demonstrar o amor, que vão muito além do “eu te amo”.

Ame-se!

Aprenda a gostar de você, conheça as suas qualidades, aprenda a lidar com suas limitações e sinta-se bem com isso.

Reconheça-se!

Se não conseguir fazer isso, procure um psicólogo.

 

Nenhum comentário

Deixe seu comentário: