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Coluna: Direito e Justiça (30/03)

qui, 30 de março de 2023 08:09

Direito e Justiça:

Pinga-Fogo:

Tanta gente orou por mim…
Tanta gente orou por mim, para que eu fosse bem-sucedido nos procedimentos médicos a que (então) eu iria submeter-me em Belo Horizonte, que nem tentarei citar todos os nomes, para não me esquecer de alguns e praticar injustiça. Agradeço indistintamente a todos por essa egrégora de força, poder e otimismo que se formou sobre mim e ao meu redor. Como já disse antes e tantas vezes, orar é bom, a oração tem poder: previne, impede ou diminui o mal. Com certeza, sim!

Já lá se vão cinco anos de luta renhida:
Já lá se vão cinco anos, desde o mês de março de 2018, quando se descobriu em mim um câncer já um tanto avançado e extenso, que se instalara na região do reto. Eis uma doença hoje habitual (aparelho digestório como um todo) e disseminada neste Século XXI (quiçá pela nossa alimentação inadequada consistente em produtos embutidos, industrializados, picantes e com muitos conservantes, saiba-se lá). Todos os procedimentos médicos foram realizados em Belo Horizonte, no Hospital Rocho e seus anexos.

Quimioterapia (10 sessões) e radioterapia (25 sessões) nos meses de abril, maio e junho de 2018, uma batelada de exames (pet scan, tomografias e ressonâncias diversas); cirurgia robótica para retirada do tumor em julho de 2018, com inserção de bolsa de colostomia; reversão da bolsa em novembro de 2018. Em janeiro de 2019, “arrebentei-me por dentro”, rompendo-se a emenda e gerando uma gravíssima peritonite (ou coisa assim), motivando minha remoção para a capital mineira em avião e entre a vida e a morte. Por verdadeiro milagre e competência médica, sobrevivi a uma nova e desesperançada cirurgia, saindo agora com uma bolsa de ileostomia.

E veio a pandemia de Covid – 19 e o seu pico (2020 / 2021), causando pânico e interrompendo as cirurgias eletivas; e eu fui ficando com essa segunda bolsa, fazendo apenas acompanhamento oncológico e proctológico. Agora, em 2023, parti para a segunda tentativa de reversão de bolsa. Fui para Belo Horizonte no dia 5, fui operado em 8 de março, tive alta hospitalar no dia 12, e retornei para Araguari (hoje a minha terra) na última sexta-feira, 24. Encontro-me, felizmente, em franco processo de recuperação.

Mas, eu devo agradecer a algumas pessoas especiais, estendendo os agradecimentos às suas equipes, aos enfermeiros, enfermeiras e colaboradores. Não me esquecendo de muitos laboratórios e clínicas pelo bom atendimento e excelentes exames realizados. Foi muita gente:
– Ao Doutor Fábio Lopes de Queiroz, médico proctologista, que me fez a cirurgia robótica e as duas reversões, cuidando do meu acompanhamento até o presente;
– Ao Doutor Paulo Rocha, que me salvou a vida em uma situação de absoluta emergência, em janeiro de 2019;
– Ao Doutor Ricardo Cembranelli, médico oncologista do Instituto Oncológico Felício Rocho;
– Em Araguari, não posso deixar de mencionar as intervenções dos Doutores Dilson Martins de Deus, Fernando Ruiz Pereira, Jorge Henrique Moreira Agostinho e José Maria de Melo;
– Meus irmãos Ana Cândia Fernal (falecida em maio / 2021), Waldemar H. Fernal, Eduardo Fernal e Modesto Fernal, além de minha esposa Relva Valéria Ramos.
– Relva Valéria Ramos, minha esposa, sim, pois foi ela quem suportou todo o peso maior desta minha situação desde o seu início e até agora e, não fosse por ela, por suas iniciativas, coragem e discernimento eu não estaria mais aqui. Valendo-me do seu nome, agradeço a todos que de qualquer forma torceram por mim e desejaram o meu bem.
Ainda em janeiro de 2019, no hospital, eu me lembro de ter tido a prova cabal da existência e da presença de Deus:
Isso mesmo! Depois que cheguei desenganado ao Hospital Felício Rocho (na noite de 10 de janeiro de 2019, ou por aí), fui operado, internado no CTI e fiquei até meados de março no hospital (mais de 40 dias). Lembro-me de ter lido, certo dia, os dados de um exame relativo à presença de septicemia, onde a pontuação de constatação era 10 e a encontrada em mim era 350. Não vi mais esse exame e não sonhei. Eu li…
Desde então, eu me pego indagando constantemente:
– Por que eu estou aqui? Cada um de nós tem a sua hora?
– Por que tanta gente boa e próxima já foi levada a outros planos e eu não?
Somente me atrevo (e contento-me) a responder que esta (talvez) foi a vontade de Deus e que porventura Ele (na sua misericórdia) ainda tenha alguma missão para eu cumprir por aqui.
Tomara que sim. E, se for assim, buscarei descobrir e tentarei fazer o melhor.
Nada, nada mesmo, acontece sem a permissão de Deus. Nada!

É nos momentos cruciais…
É nos momentos cruciais das nossas vidas (das anteriores, da presente e com certeza das futuras) que percebemos nitidamente a nossa pequenez ante a absurdidade e enormidade do Universo (ou dos Multiversos) e principalmente do Seu Criador, a “suprema inteligência do Universo e causa primária de todas as coisas”, ou seja, Deus, segundo a resposta dada pelo Espírito de Verdade (um só ou talvez uma legião), indagado por Allan Kardec e constante da pergunta nº 1 de “O Livro dos Espíritos”. Pois, Deus sem você e mim é Deus; e você e eu sem Deus somos nada.

Em nossas vidas:
Em nossas vidas necessitamos apenas de três coisas:
1ª) – Humildade – para que não nos sintamos superiores a quem quer que seja;
2ª) – Coragem – para que possamos enfrentar qualquer situação que se apresente;
3ª) – Sabedoria – para que possamos nos calar diante da estupidez dos outros.

As três verdades da vida:
1ª) – Não se preocupe pelas pessoas que povoaram o seu passado;
– Há certamente uma razão pela qual elas não chegaram ao seu presente.
2ª) – Uma pessoa muda por duas razões:
– Ou porque sofreu muito ou porque aprendeu o suficiente.
3ª) – Não dependa de nada na vida:
– Porque até a sua sombra o abandonará, quando você estiver na obscuridade.

Sintomas de imaturidade:
1º) – Você se considera vítima, quando foi você quem errou.
2º) – Culpados são os outros pelos seus problemas.
3º) – Pouca ou nenhuma observação ou prudência.
4º) – Você vive em constante negação consigo mesmo e com o mundo.
5º) – Você nunca quer falar dos seus sentimentos.
6º) – Você não aceita que todos nós cometemos erros.
7º) – Você sempre procura escapar dos problemas.

Para reflexão:
Muitos abandonam o casamento, alegando que o amor acabou.
No entanto, eu me questiono:
– Quando a gasolina do meu carro acaba, eu o abandono ou o reabasteço?
E você? O que é que você faz? Larga o carro ou põe mais gasolina?

A Água Milagrosa:

Referem os autores o caso gracioso de uma pobre mulher que se foi queixar, muito magoada, a um velho sacerdote dos desabrimentos do marido.
– Logo que entra em casa – narrou a infeliz – é uma tormenta desfeita de impropérios e de injúrias; renovam-se todos os dias estas cenas violentas, com grandes clamores que atordoam e escandalizam a vizinhança. Ando consumida, já me é insuportável a vida; dizei-me, padre, que deverei fazer em tão angustiosa situação?
O padre, depois de ouvi-la com toda a paciência, foi buscar um frasco de água e lhe entregou, dizendo:
– Esta água, colhi de uma fonte junto à Igreja de São Geraldo, é milagrosa. Todas as vezes que seu marido aparecer colérico, e começar a maltratar-te com palavras ásperas, toma um pouco desta água na boca, e aí a conservarás até que ele se tenha calado. Verás que a água de São Geraldo possui realmente uma virtude maravilhosa.
Fez a esposa exatamente como lhe ensinara o padre e observou que, quando tomava a água na boca, a ira do marido como que se amainava mais depressa. Suas cóleras foram-se tornando cada vez menos duradouras e menos frequentes, até que enfim cessaram de todo, e reinou a paz entre o pobre casal.
Voltou a mulher ao padre, toda jubilosa, a agradecer o portentoso efeito da água milagrosa de São Geraldo.
– Minha filha – disse-lhe, então, o sacerdote – a água que te dei só teve uma virtude, e não pequena. Foi a de fazer-te calar; enquanto a tinhas na boca, não podias proferir palavra. A esse silêncio, e só a ele, deves o benefício da paz e concórdia que desfrutas agora com teu marido.
Se, quando um se agasta, o outro se calasse, nunca haveria discussões.
Muitos casais seriam felizes e viveriam em perfeita harmonia, se o cônjuge sensato e prudente experimentasse sempre, nos momentos precisos, o efeito milagroso da água de São Geraldo.

Dom Macedo Costa

FONTE: Malba Tahan.
Lendas do Céu e da Terra, Pág. 66/67.

Comentário sucinto da Coluna DJ:

Com acerto, a sabedoria popular diz:
– A palavra vale prata, mas o silêncio vale ouro.
Nem sempre poder-se-á dizer que “a voz do povo é a voz de Deus (vox populi vox Dei), mas neste caso em tela é, sim, a VOZ DE DEUS.
Saber, quando e como calar-se poderá ser-lhe útil e essencial.
– O silêncio poderá manter ou salvar um relacionamento como amizade, namoro, casamento.
– O silêncio poderá evitar um atrito ou até salvar uma vida numa briga no trânsito, na rua, em um bar.
– O silêncio poderá preservar um emprego na fábrica, no escritório.
– O silêncio poderá preservar a sanidade mental, coibir a agressividade, impedir a violência.
Silenciar nem sempre é subserviência. É um ato de pura inteligência.

• Rogério Fernal

2 Comentários

  1. Eliane disse:

    Em algumas famílias o câncer costuma ser genético e às vezes costuma de um não ter a doença, dizem que é uma doença de amargura e pessoas que já tem uma predisposição e que se alimentam de comidas com conservantes, embutidos, latarias, refrigerantes. Antes eles faziam umas aplicações que matavam as células anômalas, mas também matava as sadias. Realmente violência gera violência e o Silence is Gold.

  2. Eliane disse:

    Ainda escrevi errado é Silence is Golden é nome de uma música de uma banda inglesa, Roupa Nova fez uma versão.

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