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Coluna: Direito e Justiça (02/03)

qui, 2 de março de 2023 08:09

O Pai nosso: a oração perfeita. (2)

As razões:
1ª ) – Oração que nos foi ensinada pessoalmente por Jesus;
2ª) – Oração simples, bela, rápida, objetiva, concisa e precisa.
3ª) – Oração de caráter universal: abrangendo o material e o espiritual.
4ª) – Oração inteligível, fácil de aprender e ótima para ser recitar em voz alta.
5ª) – Oração que permite acréscimos de acordo com o sentimento da pessoa que ora.
6ª) – Oração que nos eleva e que nos motiva, trazendo-nos emergias para o dia-a-dia.
7ª) – Oração que soa como verdadeira, que nos faz felizes e que traz fé e esperança.

Os 13 itens da oração perfeita:
1º) – Pai nosso;
2º) – Que estais no céu;
3º) – Santificado seja o Vosso nome;
4º) – Venha a nós o Vosso Reino;
5º) – Seja feita a Vossa vontade;
6º) – Assim na terra como no céu;
7º) – O pão nosso de cada dia;
8º) – Daí-nos hoje;
9º) – Perdoai as nossas dívidas;
10º) – Assim como nós perdoamos os nossos devedores;
11º) – E não nos deixeis cair nas tentações;
12º) – Mas livrai-nos do mal;
13º) – Amém!

O conteúdo e os significados:

1 – Pai nosso:
Simplicidade e humildade de Jesus:
Jesus era simples e humilde. Mesmo achando-se muito mais próximo do Pai Criador (Deus) do que nós mesmos, não nos esqueceu e nem nos deixou de fora, incluindo-nos na paternidade divina e universal. Pai Nosso: dele, Jesus, e de nós todos.
Generosidade de Jesus:
Como sempre, Jesus foi generoso e solidário para conosco, não se esquecendo de que somos criaturas imperfeitas, muito abaixo dele, e que teremos que evoluir muito, para merecermos estar na presença de Deus. Não nos deixou órfãos, mas nos assegurou que temos – como ele – um Pai maior e que nos ama e protege.

2 – Que estais no céu:
O Reino de Jesus não é – ou não é somente – deste mundo. Ele já havia dito isto a Pilatos, quando afirmou que, se o Reino dele, Jesus, fosse deste mundo, o procurador romano não teria nenhum poder sobre a sua pessoa, pois as suas legiões de anjos lutariam por ele. Todavia, assim como o reino espiritual é o principal para Jesus, o preexistente e definitivo, também para nós é e será assim. A nossa vida encarnada – uma ou diversas – é meramente uma passagem, uma hospedagem; é como um rápido percurso em que desceremos em alguma estação tal como ocorre em uma viagem de trem. Daqui nada levaremos, a não ser as boas obras e os méritos que dela decorrerem. Títulos, nomes, fortunas, luxos, ostentações fama — tudo que for material — permanecerá por aqui, quiçá ocasionando sérias e trágicas disputas hereditárias.

3 – Santificado seja o Vosso nome:
O nome próprio de Deus constituía-se de um tetragrama, formado por quatro consoantes, pois no hebraico antigo não havia vogais, motivo por que não se sabe qual seria a pronúncia exata e correta do nome divino. Especula-se que o nome próprio de Deus seria YHWH (Jeová ou Javé) – “Eu sou”, “Aquele que se revela”, conforme Ele mesmo se identificou a Moisés em meio à sarça ardente no Deserto do Sinai. O nome de Deus é santo e não deve ser invocado ou empregado em vão. Não se brinca, não se insulta, não se zomba do nome de Deus, que deve merecer de nós amor, reverência e adoração. O nome divino, ainda hoje, é considerado tão sagrado pelos judeus que eles não o pronuncia, ou seja, consideram-no inefável, havendo na língua hebraica cerca de 120 variantes para substituir esse nome próprio de Deus. Trago alguns desses nomes, os mais conhecidos ou utilizados entre nós e em diversas passagens do Velho Testamento e nos demais textos sagrados do Judaísmo:

• Elohim (Eloim) = Deus no controle, soberano criador;
• Adonai = Senhor;
• El shaddai = Deus todo poderoso, Deus altíssimo;
• Jeová Kadesh (kadosh)= Senhor santo, santificador;
• Jeová Shalon = Deus da paz;
• Jeová Jireh = Deus de proteção, provedor;
• El Elion = Não há outro igual;
• Shamah = Deus presente;
• Jeová Rafá = Deus que cura, Deus é a minha justiça;
• Jeová Nissi = O Senhor é a Minha bandeira;
• El Caná = Deus zeloso;
• El Raí = Deus que tudo vê.

4 – Venha a nós o Vosso Reino:
Sim, ó Senhor, venha até nós o Vosso Reino. Alternativamente, que nós possamos ir até o Vosso Reino. O ser humano não poderá, jamais, prescindir da presença, da luz e do auxílio de Deus. Salvo por um dos quatro aspectos de estúpida soberba: 1) não crer em Deus; 2) julgar-se superior a Deus; 3) pretender igualar-se a Deus; 4) prescindir de Deus. Pois, em verdade, Deus é e será Deus sem você e sem mim, mas nós seremos nada sem Deus. Deus é o nosso esteio, o nosso consolo, a nossa segurança.

5 – Seja feita a Vossa vontade:
Deus é onipotente, soberano e absoluto, possuindo muitos outros atributos. Nada acontece ou deixa de acontecer, se não houver a sua permissão, e as Leis Divinas são irrevogáveis, mas também são razoáveis, possíveis, inteligíveis e completas. São Leis como a Lei do Karma ou lei de causa e efeito, pela qual a semeadura é opcional e a colheita, obrigatória; Lei de Justiça ou do resgate completo, pois teremos de colher exatamente tudo aquilo que semeamos ou plantamos; Lei de Misericórdia, pela qual Deus coloca todos os meios necessários à nossa disposição, para que façamos tal resgate, principalmente através de uma ou de várias reencarnações.

 

6 – Assim na terra como no céu:
Deus não possui limitação temporal ou espacial. Ele é onipresente. Por toda parte, espraia-se a vontade divina, no macro e no micro, neste mundo e em outros mundos, universos ou multiversos, enfim, em caráter ad infinitum. Deus é Deus. Eis tudo!

7 – O pão nosso de cada dia:
Jesus disse claramente — ao ser tentado no deserto e resistir — que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra de Deus”. Sim, além do pão de trigo, da aveia ou do centeio, é preciso algo mais. Deus é o nosso alimento espiritual, o único que nos pode saciar permanente e completamente. A palavra, ou o Verbo de Deus, é nosso melhor alimento. As palavras de Jesus vêm diretamente do Pai e constituem o “pão do céu”

8 – Daí-nos hoje:
Confiemos na providência divina. Jesus disse: “- não vos inquieteis pelo dia de amanhã, pois o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. Olhai as aves do céu; elas não plantam, não colhem e não guardam em celeiros. No entanto, vosso Pai Celestial lhes provê o alimento. Não sereis vós mais importantes? Olhai as flores dos campos; elas não fiam e não tecem; no entanto, nem mesmo Salomão, em toda sua glória e riqueza, vestiu-se de maneira mais bela ou teve joias mais preciosas do que elas. Elas logo serão lançadas ao fogo. Não sereis vós mais importantes para o Pai Celestial”?

9 – Perdoai as nossas dívidas:
Somos recalcitrantes, rebeldes e obstinados. Pelo livre arbítrio, podemos semear e plantar o que quisermos; pela Justiça de Deus, como vimos, teremos que colher exatamente tudo que semeamos e plantamos. E, pela misericórdia divina poderemos expiar e resgatar nossos erros e culpas através de uma ou de várias reencarnações. É crer nisso ou não crer. Eu creio!

10 – Assim como nós perdoamos os nossos devedores:
Jesus deixou também muito claro que, antes de orarmos, deveremos perdoar e superar as mágoas que tivermos com os nossos desafetos. Fazendo isso, liberamos a mente, e a nossa oração será eficaz e fará pronta conexão entre nós e Deus. Em caso contrário, não. Tal como na parábola do rei e o seu servo mau, nós devemos perdoar os nossos devedores (ou ofensores), pois, se o rei (que é Deus) foi e é capaz de perdoar uma dívida enorme, por que é que, nós (suas criaturas) não poderemos perdoar uma dívida muito menor? Se obtivemos compaixão, por que não deveríamos ser compassivos?

11 – Não nos deixeis cair nas tentações:
Já abordei este aspecto. Há textos incorretos do Pai Nosso, onde constam os verbos “conduzir” (em italiano) ou “submeter” (em francês) à tentação. Soam inaceitáveis, pois Deus não conduz e nem submete alguém à tentação. Tampouco favorece. O cair em tentação ficará inteiramente por conta e risco do nosso livre arbítrio. Como disse antes, a reforma havida no texto italiano, feita pela Igreja Católica, a meu sentir, não resolveu a questão, pois trouxe agora o verbo “abandonar”. Deus não abandona ninguém à tentação, nós é que abandonamos a Deus, quando desprezamos e desobedecemos suas leis. Quando muito, Deus consente ou permite que façamos o que nos aprouver. Haverá, é claro, consequências, advindas da nossa escolha: ação e reação, causa e efeito.

12 – Mas livrai-nos do mal:
Deus não criou o mal. O mal existe na ausência do bem, assim como as trevas existem na falta da luz. Não coloquemos na conta de Deus aquilo que é da nossa própria e exclusiva responsabilidade. Onde estava Deus, quando você e eu precisamos? Eu digo: dentro dos nossos corações. Se não o buscamos na hora certa ou na forma certa, Deus não é o culpado. Deus disse a Moisés, quando o povo, fugindo da escravidão no Egito, bradava e bufava de medo e revolta ante o faraó e suas tropas que se aproximavam: – “Moisés, diga ao povo que marche”! Portanto, não adianta pedir a Deus que guie os nossos passos, se não estivermos dispostos a movê-los para frente.

13 – Amém:
Assim seja! Seja feita e cumprida a vontade de Deus, que é suprema, soberana e absoluta. Que isso fique bem estabelecido. Diz o povo, erradamente, que “Deus escreve certo por linhas tortas”. Muito antes pelo contrário: Deus escreve sempre certo e por linhas sempre certas e retas. Cumpre-nos acatar, conhecer e interpretar corretamente a sua Vontade. Jamais deveremos esquecer que Deus é bom, que Deus nos ama, que Deus é Pai. Ele sempre fará a coisa certa, cumprindo-nos realizar a nossa parte.

 

 

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