Seria cômico se não fosse trágico a comparação do cenário atual brasileiro com certos filmes que relatam o mal uso de recursos essenciais que podem levar a situações desesperadoras. Até então, é difícil imaginar um cenário apocalíptico em um país com tantos recursos naturais como o nosso. Troque a água pelo combustível fóssil no enredo e imagine como seria viver em um mundo onde esse item é escasso. O tema é atual, entretanto, não teria graça se não recheássemos a coluna com os carros e motos mais incríveis dos anos 70.
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Seria verdade?

O escritor Oscar Wilde dizia que a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida: foi durante uma discussão sobre o exorbitante preço do combustível e demais problemáticas na sociedade que veio à mente a trilogia do diretor George Miller: Mad Max. Lembro-me das várias vezes que assisti ao filme recheado de cenas cruéis e um futuro caótico. O longa trata da disputa violenta sobre o ouro negro num planeta desolado e seco, os bandidos gozam das ruas com suas motos e carros, o que representa um desleixo dos políticos, sendo que esses nem são abordados no filme. Com as perseguições automobilísticas e vingança pessoal, o filme se tornou cult rapidamente e gerou mais duas sequências que marcaram uma geração consagrando Mel Gibson no cinema.

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Reservas de petróleo e Dispositivo anti-furto

Tendo poucas reservas de petróleo como pano de fundo, é impossível não destacar o brilhante Max ao lado de seu Interceptor V8 – um furioso Ford Falcon XB GT coupe. O carro é real, mas como o filme se passa em um cenário apocalíptico, os diretores resolveram concretizar algumas modificações, a fim de aguentar as “estradas esburacadas e cheias de perigos”. Na época o combustível representava um tesouro, para não correr o risco de perder este bem tão precioso, o carro possuía um segredo: na parte de baixo havia um botão que, ao ser acionado por alguém que tentasse roubá-lo, ele simplesmente explodia – não tente fazer em casa! Entretanto, o ponto alto do Interceptor é o dispositivo que ao ser acionado injetava nitro e simplesmente impulsionava o veículo a velocidades altíssimas; o sistema é visto atualmente em vários outros automóveis. Foi no filme Mad Max que se popularizou o termo “envenenar o carro” que hoje é mais conhecido como “tunar” ou tunning.

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As motos da gangue malvada

Além do mocinho, quem rouba a cena no filme são as motos da gangue Nightrider. Elas possuem uma legião de fãs, tanto pelos modelos quanto pela personalização. Em torno de 20 modelos participaram das filmagens de Mad Max, em 1978. A maioria delas foi cedida pela Kawasaki Austrália, sendo consideradas as mais velozes e caras da época. Como eram muitas motos iguais, todas foram modificadas por uma empresa de customização de Melbourne, ganhando um aspecto ‘surrado’, e personalidade própria. Uma em especial entrou para a história: a Kawasaki Z1000 1977 do policial amigo de Max, Jim Goose, interpretado pelo ator Steve Bisley. O modelo também recebeu sua cota de customização, aparecendo longamente no filme, até Goose ser pego pela gangue.

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Lançamento Mad Max: Fury Road

Tanto que boatos envolvendo um quarto capítulo circularam durante alguns anos, e o diretor George Miller foi responsável por alguns deles, demonstrando publicamente seu interesse em retornar à franquia. Com o novo lançamento – Mad Max: Fury Road é o quarto filme da franquia e chega aos cinemas em 14 de maio de 2015. Se recentemente presenciamos o retorno de John Rambo e de Indiana Jones aos cinemas – dois ícones dos filmes de ação dos anos 80 – não parece muito impossível que um “Mad Max 4” com Mel Gibson de volta ao personagem acabe se tornando mesmo uma realidade.