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Coluna: Saúde Alerta (29/07)

qua, 29 de julho de 2020 09:38

Abertura-saude-alerta

JULHO VERDE

No dia 27 de julho foi o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço. É por isso que durante todo o mês de julho a ACBG Brasil e várias organizações trabalham para conscientizar a sociedade por meio da campanha Julho Verde.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), que vem há 50 anos buscando o melhor para a prevenção e tratamento da doença, promove durante todo o mês de julho atividades de conscientização e informação no combate a este tipo de câncer.
A última campanha foi pautada na narrativa “O câncer tá na cara, mas às vezes você não vê”, fazendo uma alusão às mutilações sofridas por muitos dos sobreviventes dos cânceres de cabeça e pescoço.
A cor verde e a hashtag “#julhoverde” foram utilizados para disseminar a informação sobre o tema e atingir o maior número possível de pessoas, com ações na internet, redes sociais e nas ruas. A iniciativa quer estimular a prevenção “boca a boca”, já que a boca é alvo da doença, e dela deve sair a mensagem de alerta.
Precisa-se esclarecer a população sobre os fatores de risco e a informação certa é o primeiro passo que pode levar ao diagnóstico precoce. Essa doença pode ser curada se detectada no início, com a própria pessoa podendo fazer um autoexame e identificar se existem feridas na boca que não cicatrizam há mais de duas semanas.
Os tumores malignos de cabeça e pescoço correspondem a 3% de todos os tipos de câncer e é o quinto entre os homens aqui no Brasil. São cerca de 10 mil mortes por ano no país. Além dos óbitos, os pacientes sobreviventes enfrentam perda significativa da qualidade de vida durante e após o tratamento.
A infecção pelo papilomavírus (HPV) tem contribuído, nos últimos anos, com o aumento na incidência desta doença. A infecção pelo HPV é um importante fator de desenvolvimento do câncer de faringe. Uma das formas de contágio por essa infecção é por meio da prática do sexo oral e em pessoas com múltiplos parceiros sexuais.
São cerca de 41 mil novos casos anualmente, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Trabalhos brasileiros demonstram que cerca de 7% da população pode ter infecção pelo HPV detectada na boca. O número parece pequeno, mas em um contexto de 200 milhões de pessoas, esse percentual representa cerca de 14 milhões de indivíduos em risco de desenvolver a doença no Brasil.
O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são fundamentais para a cura do câncer de cabeça e pescoço. Um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, deixando sequelas no paciente.
Segundo levantamento do Inca, o câncer de boca, laringe e demais sítios é hoje o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum entre elas.
Outro alvo: também atinge fumantes e pessoas que fazem uso frequente de bebidas alcoólicas. Porém é cada vez mais frequente o diagnóstico da doença em indivíduos jovens (menores que 45 anos), sem a exposição a estes fatores, com tumores originados pelo HPV.
Os tumores de cabeça e pescoço é uma denominação genérica do câncer que se localiza em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe (onde é formada a voz), esôfago, tireoide e seios paranasais.
Outro cuidado importante é com relação ao uso de pomadas ou medicações sem a orientação de um especialista, sendo que muitos diagnósticos são agravados pelo uso, durante um longo tempo, de pomadas a base de corticoide sobre suas lesões.
Além disso, recomenda que esses pacientes devam buscar um atendimento multidisciplinar, já que podem vir a necessitar de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. O acompanhamento de profissionais de diferentes áreas também pode contribuir com a prevenção ou tratamento de sequelas advindas do tumor e do seu tratamento.
Com a evolução das cirurgias endoscópicas através da robótica, o tratamento passou a ser menos invasivo, reduzindo as sequelas. Outra novidade são os aparelhos de radioterapia, que estão cada vez mais precisos, o que permite focar a radiação nas áreas onde está o tumor.
Por fim, o surgimento e rápido aprimoramento dos tratamentos imunoterápicos também é uma das inovações. O medicamento ampliou o entendimento sobre o câncer, trazendo múltiplos benefícios para os pacientes.
Um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, com impacto negativo na sobrevida do paciente. Outro alerta é em relação à faixa etária dos indivíduos diagnosticados com tumores de boca e garganta, que reduziu significativamente nas últimas décadas, com um grande aumento de casos entre mulheres e jovens. O tabaco é responsável por 97% dos diagnósticos de câncer de laringe. O álcool associado ao fumo aumenta o risco em cinco vezes para o câncer nessa região.
O câncer de cabeça e pescoço, independentemente da modalidade terapêutica escolhida (cirurgia, radio e/ou quimioterapia), causa sequelas psicológicas e anátomo-funcionais irreversíveis para qualidade de vida do paciente

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