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Coluna: Direito e Justiça (15/10)

qui, 15 de outubro de 2020 13:01

Abertura-direito-e-justica

STF – a maior vergonha do Brasil:

Que vergonha! Que desastre! Que revoltante! Que nojo!

Um Tribunal que se diz e que se julga supremo, mas que se apequena diuturnamente, que se acovarda em face da sua real missão judicante e que se exibe impudicamente perante as telas das televisões.

Um tribunal que destroça de forma inconsequente os alicerces de uma bicentenária Casa de Justiça, onde pontificaram Ministros de escol e onde hoje residem seres que se arvoram em deuses da nação brasileira, proferindo votos exaustivos em juridiquês incompreensível e paquidérmicos em tamanho esdrúxulo, mas que nada acrescentam às necessidades mais prementes e diárias do nosso país.

Um Tribunal que perdeu por completo a sua credibilidade, insensível, insensato, alienado, imaturo, onde cada deus, por si e habitualmente, bajula a estupidez humana, suprime instâncias, cria e altera conceitos jurídicos básicos, assassina a verdadeira Justiça e escarnece do Direito, fazendo deles o que querem que eles sejam.

Um Tribunal que deveria ser formado por magistrados de carreira e de incontestáveis reputações, ilibada e notório saber jurídico, totalmente avesso aos meandros das políticas e das ideologias passageiras, mas que age exatamente nessa ordem de coisas, sendo hoje, quando quer, policial, acusador, julgador e censor.

Um Tribunal que não é mais digno de que se pronuncie o seu nome.

Um Tribunal que nega ao Brasil, e a nós brasileiros, segurança jurídica…!

Pleonasmos viciosos:

Pleonasmo, no sentido estrito do termo, é uma redundância (repetição inútil) de termos no âmbito das palavras, mas de emprego legítimo em certos casos, pois confere maior vigor ao que está sendo expresso. Ex.\; ele via tudo com seus próprios olhos.

Fora desses ditos “casos legítimos”, teremos um “pleonasmo vicioso”.

A Língua Portuguesa é extremamente rica e possuidora de extraordinários recursos de expressão. Existem muitos pleonasmos viciosos, mas alguns são mais engenhosos, e ao menor descuido passam despercebidos: Vejamos alguns:

– Planos para o futuro:
Você conhece alguém que faça planos para o passado?

– Criar (ou gerar) novos empregos:
Alguém consegue criar algo velho?

– Habitat natural
Todo o habitat é natural; consulte o dicionário. 

– Conviver junto:
É possível conviver separado?

– Sua autobiografia:
Se é autobiografia, já é sua.

– Goteira no teto
No chão é impossível.

– Pequenos detalhes:
Existem grandes detalhes?

– Despesas com gastos:
Despesas e gastos são sinônimos.

– Encarar:
Alguém encara de costas?

– Monopólio:
Ora, se é monopólio, já é exclusivo.

– Viúva:
Não pode haver viúva, se não houver um falecido.

                                                                                                                                                          Jornal (maçônico) Coluna Livre, pág. 10; colaboração do Laudemiro Gomes de Sá, Mestre Maçom.

 

O fiel retrato do Brasil:

  • Reiterando e relembrando.
  • Eis o fiel retrato do que somos.

Perfeito. Absolutamente perfeito! Eis aí embaixo um fiel retrato do Brasil destes dias: o “Samba do Crioulo Doido”. Nessa bagunça anárquica em que vivemos (uma redundância necessária), o crioulo não estava louco coisa alguma: estava era profetizando…!

Samba do crioulo doido:

Este é o samba do crioulo doido.

A história de um compositor que durante

muitos anos obedeceu o regulamento,

e só fez samba sobre a história do Brasil.

E tema da inconfidência, abolição, proclamação, Chica da Silva,

e o coitado do crioulo tendo que aprender tudo isso para o enredo da escola

Até que no ano passado escolheu um tema complicado: a atual conjuntura.

Aí o crioulo endoidou de vez e saiu este samba:

Foi em Diamantina, onde nasceu J. K.

E a Princesa Leopoldina lá resolveu se casar,

mas Chica da Silva tinha outros pretendentes

e obrigou a princesa a se casar com Tiradentes.

Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar.

Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar.

Joaquim José, que também é da Silva Xavier,

Queria ser dono do mundo e se elegeu Pedro II.

Das estradas de Minas, seguiu pra São Paulo

E falou com Anchieta, o vigário dos índios.

Aliou-se a Dom Pedro e acabou com a falseta.

Da união deles dois ficou resolvida a questão

E foi proclamada a escravidão.

E foi proclamada a escravidão.

Assim se conta essa história,

que é dos dois a maior glória.

A Leopoldina virou trem

E Dom Pedro é uma estação também.

Oô, oô, oô, o trem tá atrasado ou já passou.

Oô, oô, oô, o trem tá atrasado ou já passou.

  • Composição de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)

 

Algumas frases de Eça de Queiroz:

  • Uma singela “homenagem” aos nossos poderes constituídos e aos seus preclaros integrantes.
  • Em inadiável reconhecimento à modéstia, sabedoria, civismo e patriotismo com que atuam, sempre pensando no melhor para o nosso povo e jamais neles mesmos.

No Século XIX, Portugal e Brasil eram nações independentes (eram mesmo?) e enfrentavam praticamente os mesmos problemas. Regimes monárquicos anacrônicos, atraso, cinismo, hipocrisia, corrupção e burrice das suas respectivas elites. Colonialismo por lá e escravidão por aqui. As marcas indeléveis de um perverso atavismo crômico perpetuam-se, enxovalhando o nosso presente e obscurecendo o nosso futuro. As frases seguintes falam por si mesmas:

  • – Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.
  • – Quando não se tem aquilo que se gosta é necessário gostar-se daquilo que se tem.
  • – Nas nossas democracias a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as ações – mesmo as boas.
  • – O jornal exerce todas as funções do defunto Satanás, de quem herdou a ubiquidade; e é não só o pai da mentira, mas o pai da discórdia.
  • – O amor eterno é o amor impossível. Os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam.
  • É que o amor é essencialmente perecível, e na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há então um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois! Seria, pois, necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir?
  • – Curiosidade: instinto que leva alguns a olhar pelo buraco da fechadura e outros a descobrir a América.

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