Quarta-feira, 24 de Abril de 2024 Fazer o Login

Direito e Justiça

qui, 12 de março de 2020 05:42

Abertura-direito-e-justica

Posso estar errado, mas é como penso

O absurdo final: abaixo Araguari

Embargaram o hotel novo. Mas deixaram edificar. Então, Justiça neles. Indenização neles. Pau neles. É muito, muito difícil mesmo, ser empresário aqui em Araguari. Na verdade, somos avessos ao progresso é à modernidade. Por isso, estamos nesse marasmo. Cidade teimosa (para não dizer mais).

Empréstimo milionário: na undécima hora

Eles não resistiram às pressões ou aos acenos. Saiba-se lá o que houve nos bastidores. O empréstimo teria sido bem-vindo, se tivesse sido pleiteado no primeiro ou até mesmo no segundo ano de gestão. Mas agora! É para duvidar das apregoadas boas intenções até mesmo porque não houve suficiente transparência e objetividade. Vamos ver no que vai dar. Pelo menos que os vereadores fiscalizem o emprego das verbas, se é que têm competência, paladar e coragem para tanto.

Estação Stevenson: ainda

“Araguari mais uma vez com um grande imbróglio. Motivo: a Estação Stevenson, que foi restaurada em 2012, com uma verba de 625 mil reais, foi licitada e repassada, mas há um bom tempo está inutilizada e abandonada, se deteriorando. Um patrimônio que poderia ser aproveitado com mais carinho e apreciado por muitas gerações está mais uma vez presenteado pelo descaso de nossos mandatários e cada dia que passa acabando e “derretendo” sem contar que muito dinheiro, nosso — diga-se de passagem, foi investido no local. Como disse no título da nota: olha nós aí, “travêis”. (Márcio Marques, coluna Em Resumo, Gazeta do Triângulo, Edição de 6.3.2020, pág. 2).

‘Estação Stevenson: “salgar carne podre”

Não discordo do preclaro colunista. Todavia, devo dizer que eu não almoçaria ou jantaria lá, se viesse a instalar-se um restaurante naquele imóvel. Para mim, o local é ermo, isolado, desprotegido e perigoso. Já imaginaram à noite? Doutra parte, abrir comércio ali, à margem da rodovia, também é perda de tempo. Quem iria parar, a fim de, pelo menos, dar uma olhada? O que se desperdiçou lá e o que ainda poderá vir a ser esbanjado será a mesma coisa que, como se diz, “salgar carne podre”.

Ferrovia turística: cadê?

Lembro-me bem de que se falou muito naquela ocasião aludida pelo colunista que a ferrovia no trecho Araguari-Uberlândia-Araguari seria também utilizada para o transporte de passageiros em geral e de caráter turístico. Seria. Nunca foi. Em Araguari, é assim mesmo: de tempo em tempos vem um “idealista”, “ou ilusionista”, ou “iludido”, como você preferir chamar, e começa a dizer que temos vocação turística. Seria cômico, se não fosse trágico. A cidade está feia, largada, suja, esburacada, sem pontos ou opções sadias de lazer, diurnas ou noturnas, com as suas entradas-saídas horrorosas, sem shopping center, sem cinemas, sem teatro, sem futebol, sem isso e sem aquilo… O que é que nos sobra? Recordações de um tempo antigo e bom.

 

A mulher adúltera

(Bíblia Sagrada)

 

 

Dirigiu-se Jesus para o Monte das Oliveiras. Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar.

 

Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher, que fora apanhada em adultério. Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus:

– Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério. Moisés mandou, na Lei, que apedrejemos tais mulheres. Que dizes tu a isso?

Perguntavam isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra. Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes:

 

– Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra.

 

Inclinando-se, novamente, escrevia na terra.

A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele.

Então, ele se ergueu, e, vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe:

– Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?

Respondeu ela:

– Ninguém, Senhor.

Disse-lhe então Jesus:

– Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.

 

COMENTÁRIO LIVRE:

 

(Pelo “Dia Internacional da Mulher” – 8 de março)

 

Esta belíssima passagem bíblica merece comentários à parte.

Ela contém em si a única ocasião em que Jesus escreveu alguma coisa, pois o Mestre dos Mestres não nos deixou livros ou pergaminhos, mas nos legou algo muito mais consistente, qual seja a sua vida, calcada nos seus exemplos contínuos e incondicionais de amor, de caridade, de perdão, de solidariedade e de desprendimento, que viriam a redimir a Humanidade.

Dizem que, ao abaixar-se e escrever no chão, Jesus elencava — um a um — os crimes e os erros, cometidos por todos aqueles sanguinários e malévolos acusadores, a começar, exatamente, pelos mais velhos. Jesus escrevia placidamente e aqueles que o cercavam, estando em pé, por toda a sua volta, puderam claramente ler:

– Assassino! Latrocida! Ladrão! Fraudador! Falsário! Estuprador! Delator! Perjuro! Corrupto! Prevaricador! Caluniador! Blasfemador! Traidor! Covarde! Ímpio! Incréu!

Um a um — começando exatamente pelos mais velhos — foram-se retirando, até que só restaram naquele local Jesus e a mulher.

Disse-lhe, então, Jesus.

– Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?

Respondeu-lhe ela:

– Ninguém, Senhor.

Finalizou o doce Rabi da Galileia:

– Nem eu te condeno. Vai-te e não tornes a pecar.

Ela, aquela mulher desamparada, achava-se inteiramente acuada, abandonada, vilipendiada, degradada e apavorada. Acenavam-lhe com a morte e morte violenta e de forma cruel por apedrejamento, a qual ainda hoje se aplica em muitos lugares, em nome de deus, mas estranhamente somente contra mulheres.

Como pode ser percebido facilmente, o Redentor expressou nessa sublime passagem, assim e na verdade, um conselho, um desejo, uma esperança no reerguimento moral daquela pobre mulher, dirigindo-se a ela com mansidão e benevolência, mas também com firmeza e ponderação, devendo ser lembrada aqui a admoestação que Jesus muitas vezes fazia aos que, compassivamente, libertava e curava dos seus males, quando acrescentava:

– “para que algo pior não te aconteça…!”

Jesus foi justo. Jesus foi misericordioso. Vislumbro na sua atitude todos os atributos da justiça perfeita e da misericórdia redentora.

Vejamos:

– Igualdade entre homens e mulheres muito além daquele tempo;

– Moderação e comedimento no exame da questão a ele submetida;

– Razoabilidade na valoração das condutas da mulher e dos acusadores;

– Decisão capaz de permitir à acusada recomeço e recuperação.

Por ocasião deste 8 de março, mulheres do mundo inteiro saíram em passeatas, apresentando diversas pautas, mas principalmente lutando pelo secular anseio de igualdade com os homens em oportunidades sociais, profissionais, familiares e pessoais. Em alguns países do Oriente Médio, essas mulheres valorosas foram apedrejadas e vaiadas.  Lá – e às vezes como cá – parece que nada mudou…

Precisaríamos novamente de Jesus até mesmo para reafirmar a sua decisão, esperando que a Humanidade tenha um pouco mais de bom-senso e decência.

Esperando…!!!

Nenhum comentário

Deixe seu comentário: