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Conselho de Promoção da Igualdade Racial realiza seminário em Araguari

dom, 1 de novembro de 2015 08:44

Da Redação

Evento é gratuito e aberto a toda a comunidade araguarina

O Conselho de Promoção da Igualdade Racial (Comprir) realiza o “I Seminário Afro-Consciência e Promoção da Igualdade Racial – Reafirmando Direitos”. O evento acontece no Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos, no dia 9 de novembro, das 7h30 às 21h.

Evento conta com a presença da secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo

Evento conta com a presença da secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo

De acordo com Valéria Landa Alfaiate Carrijo, membro do Comprir, o objetivo do evento é trazer ao município a discussão sobre questões étnicas e raciais. “Queremos promover um debate com a comunidade a respeito das desigualdades e preconceitos”. O lançamento oficial das comemorações, ações e reflexões sobre a “Década do Afrodescendente”, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), também acontece no evento. “A pauta da ONU está voltada para esse assunto e a proposta é que as escolas promovam essa discussão para evitar ações de racismo e intolerância”.

Também será promovido o lançamento oficial da campanha “Afro-Consciência: com essa história, a escola tem muito a ver”. “Essa ação é parte de um projeto da secretaria de Estado de Educação, que visa o retorno de discussões relativas à consciência negra em escolas da rede estadual, porém, todas estão convocadas por lei a discutirem essa questão”.

Durante o evento, os educadores serão atualizados quanto à implementação das Leis Federais 10.639/03 e 11.645/08, referentes à promoção da igualdade racial e à educação para as relações étnico-raciais no cotidiano escolar. “Essas leis tratam da introdução, no currículo das escolas, do estudo sobre a História África e sobre os afro-brasileiros. A lei foi aprovada em 2003, mas às vezes a temática fica adormecida, então, uma série de questões será colocada em pauta”.

A expectativa é receber aproximadamente 300 participantes, tendo como público-alvo autoridades locais, movimentos sociais e culturais, gestores, especialistas e professores das redes estadual, municipal e particular de ensino. “Teremos palestras diferentes nos três turnos. Durante a manhã, contaremos com a presença da secretária de Estado de Educação e provavelmente receberemos um público mais voltado para essa área. Na parte da tarde, contaremos com um público grande de estudantes da rede particular e pública, então, teremos relatos de experiências e atividades envolvidas com a temática. Durante a noite, contamos com a presença dos estudantes da Imepac, principalmente das áreas de Direito e Pedagogia, porque abordaremos questões legais sobre a intolerância e combate ao racismo”.

A programação conta com apresentações artísticas, conferências e mesas redondas, com diversos temas, como: “Afro-Consciência nas escolas de Minas Gerais”, “Movimento negro do Triângulo Mineiro – O movimento negro e a luta contra o racismo no Triângulo Mineiro”, “Práticas e Saberes, Corpo Negro e Educação”, “Princípios norteadores para trato da questão racial nas escolas de Araguari: saberes e fazeres, diálogos e perspectivas”.

O evento também conta com a participação de palestrantes envolvidos na questão étnico-racial como: secretária de Educação do Estado de Minas Gerais, Macaé Evaristo; Hélio Santos, diretor presidente do Instituto Brasileiro da Diversidade e militante histórico do movimento negro; Rosa Margarida de Carvalho Rocha, mestra em Educação; Dickson Duarte, presidente do NEAB.

Valéria Landa comenta que o racismo ainda existe em todos os locais e situações. “Percebemos que a democracia racial no Brasil é um mito, pois o negro continua sendo aquele no subemprego e nas posições inferiores no trabalho. Atualmente, o negro tem mais acesso às universidades e esse é o momento para corrigir o erro que foi a escravidão. Quando esse período acabou, o negro ficou sem lugar e está lutando para ter o seu espaço. Muitas vezes o preconceito acontece de forma velada e outras explicitamente. Muitos negros ainda são mortos nos grandes centros, ligados à marginalidade, pois não tiveram oportunidades. Essa é a discussão que estamos propondo”.

O evento é gratuito, aberto a toda a população e não é necessário se inscrever. “Apesar de o foco ser a área educacional, convidamos toda a população a estar conosco, pois queremos transformar esses valores abertos a todo o público”.

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