Coluna: Direito e Justiça (13/02)
qui, 13 de fevereiro de 2025 08:07O Analfabeto Político é o Pior de todos:
1 – Não entende? Mas vendeu o seu voto. Você é tão culpado quanto eles. Hipócrita!
2 -Os maus políticos chafurdam nas suas mordomias, e o povo brasileiro sofre privações.
3 – Sem uma educação de qualidade e sem a valorização do professor, o Brasil não tem futuro.
O Analfabeto Político:
– O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito, dizendo que odeia a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político. Vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo (Bertolt Brecht).
—————————————————————————-
No Caminho com Maiakóvski:
(Eduardo Alves da Costa. – 1898 – 1956)
………………………………………………………………………………………………………………..
Na primeira noite eles se aproximam
E roubam uma flor
Do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
Pisam as flores,
Matam nosso cão,
E não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada
………………………………………………………………………………………….
Observações:
“No Caminho com Maiakóvski” é um livro, contendo poesias de Eduardo Alves da Costa (obra publicada até 1986). O poema em si tem como objetivo precípuo o de denunciar a violência e a intolerância da ditadura militar pela qual o Brasil acabara de passar.
Foi escrito na década de 1960 e é o mais popular do escritor carioca. Muitas pessoas ainda confundem a autoria do poema com o poeta russo Vladimir Maiakóvski. No entanto, embora inspirado nele, nada mais tem a ver, porquanto é bem tupiniquim.
O trecho acima transcrito é mesmo muito popular e ainda hoje estampa muitas camisetas e ilustra muitas situações reais vivenciadas novamente em nosso país. Então, como é que eu definiria, ou resumiria, estes versos? Assim:
– Medo de tudo e de todos; em suma, a covardia que nos paralisa e incapacita para reagir contra os atos arbitrários e abusivos sejam eles de quem forem ou venham de onde vierem”.
Intertexto:
(Bertolt Brecht. – 1898 – 1956).
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro.
Em seguida, levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.
Depois apareceram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei.
Agora estão me levando
Mas já é tarde
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
……………………………………………………………………………………………………….
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu;
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista;
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico;
Como não sou católico não me incomodei.
No quarto dia vieram e me levaram;
Já não havia mais ninguém para reclamar.
………………………………………………………………………………………………….
Observações:
Bertolt Brecht foi um teatrólogo, poeta e encenador alemão, que se preocupou com temas políticos e socais. Chegou a ser designado como sendo “a voz dos oprimidos”. Essa merecida alcunha decorreu, sem dúvida alguma, do estilo combativo e de denúncia contido nos seus versos. Está claro por demais que as arbitrariedades e os abusos, elencados nos seus versos, eram perpetrados pelo regime nazista, então em plena força e ascensão Ele viveu em tempos muito perigosos e mortais para os opositores.
O poema parece ter sido inspirado a Bertold Brecht de um trecho de sermão ou prédica, de um pastor luterano alemão, da época do nazismo, Martin Niemoller, ao que parece de 1933, especialmente na última parte, quando se refere a judeu, católico e comunista. Esses três segmentos sociais, foram, de fato, combatidos, com maior ou menor ferocidade, pelo regime de Adolf Hitler e seus asseclas assassinos.
Mas, o nazismo não ficou somente nisso Outras minorias e inimigos, como ciganos, homossexuais, negros, pessoas deficientes (com necessidades especiais), grupos religiosos (Testemunhas de Jeová), poloneses, prisioneiros de guerra (especialmente os soviéticos), enfim, todos aqueles que pudessem representar oposição ou perigo, sob qualquer forma, também foram parar em um dos famigerados campos de concentração e de extermínio em massa, onde as câmaras de gás e os fornos crematórios funcionavam a toda carga. Enfim, o genocídio institucionalizado!
Aqui, como é que eu definiria, ou resumiria, este poema? Assim:
– “Omissão criminosa dos governantes ou da sociedade de cada país ante situações intoleráveis e atentatórias aos direitos e à dignidade do ser humano; numa frase, a opção egocêntrica de salvar a própria pele a qualquer custo, deixando os outros à própria sorte, não importando quais serão as consequências presentes ou futuras”.
Considerações finais:
Os textos acima transcritos, em parte, são efetivamente os mais representativos de qualquer contexto ou tempo de exceção, arbítrio e abuso, ambos suscitando em mim uma grande enxurrada de ideias e sentimentos nem sempre coerentes e harmônicos.
Muito pelo contrário, debruço-me e debato-me para um lado e outro, tentando livrar-me dos preconceitos e das amarras de cunho psicológico / ideológico, sejam estas e / ou aqueles tidos como de direita, de esquerda, de centro ou de que nuance for.
Repugnam-me visceralmente o fanatismo, s superstição, o sectarismo, a luta de classes, a desigualdade social, a injustiça, a perseguição, a ditadura (inclusive a juristocracia), a injustiça. E mais! Resistir não é fácil, eu sei, mas é possível.
Haja vista, um dia, o que fez e pôde fazer Mahatma Gandhi…!
Araguari – MG, 13 de fevereiro de 2025.
Rogério Fernal .`.
2 Comentários
Deixe seu comentário:
Últimas Notícias
- Coluna: Da Redação (27/03) qui, 27 de março de 2025
- Coluna: Direito e Justiça (27/03) qui, 27 de março de 2025
- “Comida di Buteco”: votação da primeira fase começa em abril qui, 27 de março de 2025
- Explora recebe notificação para adequações no estacionamento rotativo qui, 27 de março de 2025
- Câncer de colo do útero: prefeitura intensifica conscientização durante o “Março Lilás” qui, 27 de março de 2025
- Araguari Vôlei Eva qui, 27 de março de 2025
- Primeiro Congresso Técnico da 16ª Copa Amvap: definição e aprovação dos Termos do Regulamento qui, 27 de março de 2025
- Jogo festivo arrecada alimentos para pessoas carentes qui, 27 de março de 2025
- Acidente na região da Bocaina deixa condutor e passageiro feridos qui, 27 de março de 2025
- Combate ao mosquito da dengue é dificultado por imóveis fechados e pessoas que não permitem a entrada dos agentes qui, 27 de março de 2025
> > Veja mais notícias...
A educação teria que ser prioridade, mas sem uma família estruturada também não funciona, ele tem que ter uma continuidade em casa, eu não sei, mas quando a pessoa gosta de estudar qualquer lugar ela estuda, a maioria dos alunos não se interessam por conteúdos e o conteúdo é o mesmo, se bem que na particular os meninos do primário já tem aulas de inglês e tem algumas modalidades diferentes. Vi o comentário de um pai de Salvador reclamando que o primeiro trabalho que o marcaram na escola do filho dele foi sobre homossexual e heterossexual e os alunos não gostam como também não gostam de comemoração de Consciência negra nas escolas. A saúde também é uma coisa que está bem longe de ser prioridade, valoriza-se demais algo, dá-se dinheiro demais para um determinado setor e o outro fica a ver navios, quer dizer o povão fica com as migalhas de Quinta categoria.
Pensando nos acontecimentos ninguém se importou mesmo com ninguém, os próprios negros vendiam seus irmãos e ninguém procurou salvar ninguém em parte nenhuma da história e as maldades continuam mesmo que mais suaves, mas continuam.