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Coluna: Direito e Justiça (11/05)

qui, 11 de maio de 2023 08:08

Direito e Justiça:

 

Mãos Salvadoras:

 

Certa senhora, embora dotada de grande formosura, tinha um defeito. Possuía as mãos enrugadas, quase disformes. Durante muito tempo sua filha, menina viva e sagaz, com a delicada intuição da infância, não tocara no assunto. Por fim, a curiosidade pôde mais do que ela, levando-a a esta confissão:

– -Minha mãe, eu gosto muito do seu lindo rosto, e gosto muito de seus lindos olhos, e da sua testa e do seu pescoço, mas não posso gostar das suas mãos. São tão feias!

Então, a carinhosa mãe contou-lhe o seguinte:

 

– Uma noite, quando tu eras ainda muito pequena e estavas dormindo em teu bercinho de rendas e fitas, ouviu-se por toda a casa o alarme de incêndio. Subi precipitadamente as escadas e encontrei em chamas o quarto onde sonhavas com os anjinhos. Quis Deus levar-me até ao teu berço, e eu salvei-te. Desde então, as minhas mãos ficaram assim.

 

A adorável criança quedou silenciosa por alguns instantes. Depois, disse:

– Ó mamãezinha, eu ainda gosto do seu rosto, da sua testa e do seu pescoço e dos seus olhos e dos seus cabelos, mas agora gosto das suas mãos mais do que tudo.

 

 

FONTE: Mãos Salvadoras.

Malba Tahan – Lendas do Céu e da Terra, Pág. 50.

 

 

 

Interpretação livre:

 

 

Anterior:

 

Como são puras e inocentes as crianças…!

 

Não se vislumbra, nas palavras da filhinha, nenhuma gotícula de maldade, apenas a incompreensão, natural da tenra idade, a respeito do grandioso gesto de abnegação e de amor, praticado por aquela extremosa mãe, que se teria deixado incinerar toda, se fosse preciso tanto para salvar a vida do ser amado.

 

Aquelas mãos enrugadas, queimadas pelo fogo, transformaram-se, no entanto, para a filha, no símbolo mais lindo e radioso de sua querida mãe.

 

Pois, fora graças àquelas mãos, tão lindas antes, mas sempre caridosas, que a criança recebeu da mãe – e por uma segunda vez – a Luz da Vida.

 

 

Atualizado:

 

Jesus já reconhecera, em sua peregrinação pelo Planeta Terra a inocência das crianças e a grandeza abnegada das mães, deixando-nos belos exemplos de vida, que devem ser observados como parte da sua doutrina e legado de amor, perdão e caridade incondicionais e infinitos.

 

Reconheceu a inocência das crianças, quando permitiu – ou mesmo determinou aos que estavam com ele – que lhe deixassem vir as criancinhas, pois delas é o Reino dos Céus, e todo aquele que não for como uma criança, ou seja, limpo e puro, isento de culpas e pecados, não entrará no paraíso.

 

Reconheceu a grandeza e abnegação das mães, honrando sempre sua própria mãe terrena, Maria, participando da vida dos seus pais até iniciar a via pública aos trinta anos de idade. Mas, devem ser ressaltadas três passagens emblemáticas e constantes dos Evangelhos:

 

1ª) – No Templo em Jerusalém, quando seus pais, aflitos, o localizaram a dialogar e questionar Doutores da Lei, não se recusou a voltar com eles para casa, embora dissesse na ocasião que deveria primeiro cuidar das coisas do seu Pai (o Pai Celestial);

 

2ª) – Nas bodas de Caná, quando faltou o vinho, e sua mãe lhe pediu que acudisse os noivos, e Jesus, embora dissesse que não era chegada a sua hora, acabou por atendê-la e transformou grande quantidade de água no mais delicioso vinho;

 

3ª) – Quando já estava suspenso na cruz, atormentado pelo sofrimento físico, não se esqueceu da mãe e entregou-a expressamente aos cuidados de João, o seu discípulo mais amado, para que dela cuidasse até o fim e isso foi feito com muito amor.

 

4ª) Já na sua vida pública, Jesus era bom e compassivo para com as mães. Jesus era muito diferente – para melhor — dos homens do seu tempo, uma época rude, atrasada e ignorante, em que a mulher era muito mais discriminada e desconsiderada do que ainda é hoje, e o apedrejamento até a morte constituía uma regra para elas, quando para um homem, em circunstâncias iguais, muito se tolerava. Haja vista passagens como a da cura da mulher com o fluxo de sangue; a do justo julgamento público da mulher adúltera; a do diálogo e aconselhamento da mulher samaritana, uma gente sofrida e desprezada naquela região; a do precioso óleo de nardo, aplicado por Maria em seus pés, por exemplo.

 

Vejamos mais:

 

– Ordenou que a menina Talita voltasse das sombras, para alegria de seus pais.

 

 

– Devolveu à vida o filho único da viúva de Naim, quando a viu chorando em desespero e tristeza e chorou com ela

 

– Expulsou, mesmo de longe e reticente no início, o espírito imundo que atormentava a filha da mulher fenícia, uma estrangeira, deixando claro a todos que a Boa Nova deveria ser abrangente para os judeus e para os gentios

 

Se o próprio Jesus, nosso Divino Mestre, criador e governante deste Planeta Terra, o espírito mais evoluído que passou por aqui, jamais negou ou deixou de reconhecer a grandeza de uma mulher, incluindo especialmente as mães, por que é que, qualquer um de nós, faria isso?

 

Deixo a resposta por conta de cada um que se dispuser a ler o que escrevi.

 

_____________________________________________________________

 

 

 

A Criança e Deus:

 

 

Uma criança – pronta para nascer – perguntou a Deus:

 

– Dizem que amanhã serei enviado à Terra … Como viverei lá, sendo assim pequena e indefesa?

 

Deus disse: – Entre muitos anjos, eu escolhi um especial para você. Estará te esperando e tomará conta de você.

 

A criança:– Mas, diga-me: aqui no céu eu não faço nada a não ser cantar e sorrir, o que é suficiente para que eu seja feliz. Serei feliz lá?

 

 

Deus: – Seu anjo irá cantar e sorrir para você… A cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo e será feliz.

 

A criança: – Como poderei entender, quando falarem comigo, se eu não conheço a língua que as pessoas falam?

 

Deus: – Com muita paciência e carinho seu anjo ensinará você a falar.

 

A criança: – E o que eu farei, quando quiser Te falar?

 

Deus: – Seu anjo juntará as suas mãos e lhe ensinará a rezar.

 

A criança: – Dizem que na Terra há homens maus. Quem me protegerá?

 

 

 

 

Deus: – Seu anjo defenderá você, mesmo que tenha que arriscar a própria vida.

 

A criança: – Mas, eu serei sempre triste porque não Te verei mais.

 

Deus: – Seu anjo sempre falará sobre mim; ele ensinará a maneira de vir

a mim, e eu estarei sempre dentro de você.

 

Nesse momento havia muita paz no céu, mas as vozes da Terra já podiam ser ouvidas. A criança, apressada, perguntou suavemente:

 

– Oh, Deus, se eu estivesse a ponto de ir agora, diga-me, por favor, o nome do meu anjo…

 

E, Deus respondeu:

 

– Você chamará seu Anjo de Mãe.

 

 

 

OBS. : Autor desconhecido.

 

 

 

 

Interpretação livre:

 

 

Há pouco a dizer e nada a acrescentar.

 

 

– Deus deu à criança o seu Anjo protetor: a Mãe.

 

 

Ou seja, se foi Deus quem criou a vida, e foi – algo sublime, ainda incompreensível e inimitável –, no entanto, concedeu à mulher o dom sublime e único de gerá-la em seu próprio ser.

 

Não nos atrevamos a impedir ou mudar isso de forma inconsequente.

 

 

– Pois, o preço a pagar será enorme, e a própria espécie humana estará sob risco.

 

 

O tempo dirá.

 

 

 

1 Comentário

  1. Eliane disse:

    E eu que não sabia que Malba Tahan era brasileiro e que usava esse pseudônimo e que o nome de registro ele usava como se fosse tradutor das obras, parece um nome indiano, sempre se vê fragmentos de obras dele nos livros, nos jornais.
    Pouco tempo atrás saíram alguns assuntos ridículos de quererem proibir as mães de serem chamadas de mãe.
    Eu só sei que nos nascemos no planeta certinho e a uma distância certa do Sol, temos oxigênio, terra para tirar o sustento, água, de vez em quando surgem assuntos que encontraram um planeta igual ao nosso. A reprodução está nos animais, nas plantas, nos seres humanos cada um perpetua a sua espécie. Coisa mais difícil de entender é quem nasceu primeiro, porque o homem passou por transformações físicas ao longo do tempo e a terra tem bilhões de anos.

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