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Gaeco deflagra operação de combate ao desvio de verbas publicitárias em Araguari

qua, 14 de agosto de 2019 05:31

por Laura Alvarenga

O Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia realizou na manhã desta terça-feira, 13, uma operação em parceria com as Polícias Civil e Militar e com o apoio das Promotorias de Justiça do município. O objetivo é combater um esquema de possível desvio de verba publicitária institucional envolvendo contratos da prefeitura através de secretários e servidores municipais.

Delegado da Polícia Civil e Promotores do Gaeco falaram sobre operação em coletiva de imprensa

Delegado da Polícia Civil e Promotores do Gaeco falaram sobre operação em coletiva de imprensa

 

As ações executadas na manhã de ontem, consistem na segunda parte da Operação Hoopoe. O juiz da 2ª Vara Criminal da comarca de Araguari, Cássio Macedo da Silva, expediu 14 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva contra o secretário de Gabinete, Marco Antônio Farias, além de uma ordem judicial de afastamento imediato do cargo público comissionado contra o secretário de Educação, Werley Ferreira de Macedo.

De acordo com o coordenador do Gaeco, Daniel Marotta Martinez, ficou comprovado durante as investigações que os secretários são suspeitos de serem proprietários de empresas na área de comunicação em Araguari, como rádio, jornal e empresas de outdoor e manejavam a destinação das verbas de publicidade institucional em virtude dos próprios negócios.

“Como a legislação proíbe a contratação de qualquer empresa de funcionário que ocupe cargo em comissão, eles então registraram essas empresas em nomes de ‘laranjas’, familiares ou então outras pessoas conhecidas e assim, desviaram esse montante de recursos”, informou o coordenador do Gaeco.

O Ministério Público Estadual (MPE) ressaltou que o valor dos contratos em questão, firmado pela prefeitura, girava em torno de R$ 3,5 milhões ao ano. Daniel Marotta ainda afirmou que esse dinheiro era em parte desviado para empresas que, “por vezes, nem mesmo prestavam os serviços ou o pagamento, por exemplo, para um jornal, em meses que o jornal não circulou”. Ambas as rádios investigadas estão situadas no mesmo endereço.

Além dos mandados de prisão, ainda tiveram cinco denúncias contra os investigados, os quais irão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, falsidade ideológica [uma vez que foram utilizados terceiros para se passarem por proprietários das tais empresas de comunicação] e lavagem de dinheiro.

Segundo o Promotor de Justiça, Adriano Arantes Bozola, durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira, 13, as empresas aparentemente pertencentes ao secretário de Educação, Werley Ferreira de Macedo, estavam em nome da mãe e do filho dele. Enquanto isso, as propriedades do secretário de Gabinete, Marco Antônio Farias, estão em nome de um ex-agente penitenciário e de uma terceira pessoa, a qual ainda não se sabe a ligação com o secretário. Ao todo, foram quatro empresas identificadas pelo Gaeco, responsáveis pelo recebimento de recursos desviados da prefeitura e intermediados pela agência licitada.

O Promotor evidenciou que “o serviço mesmo sendo feito, foi ilegal, ele foi imoral. Há outra vertente de medidas judiciais a serem tomadas através de ações civis públicas por improbidade administrativa com enriquecimento ilícito e essas ações serão devidamente propostas pelo Ministério Público”.

Neste momento, parte da investigação se concentra em descobrir o valor real que era desviado e de que maneira esse grupo agiu. Adriano Bozola declarou que, acontecerão ações, medidas cautelares e proposições de liminares para desmembrar as investigações.

1 Comentário

  1. Cezar disse:

    Precisava ter cadeia para os bandidos do colarinho branco. O dinheiro que falta para sanar os problemas da cidade, sempre entram nos bolsos dos políticos. NA ELEICAO DO ANO QUE VEM OS ELEITORES PRECISAM DEIXAR DE SEREM BOBOS E MUDAR TOTALMENTE A POLITICA, INCLUINDO EXECUTIVO E LEGISLATIVO.

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