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Direito e Justiça – Relembrando e Recuperando

qui, 1 de maio de 2014 00:00

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Coluna DJ de 11.07.2003

Pastor pede sinal e raio cai na igreja

Um raio atingiu uma igreja dos Estados Unidos, no exato momento em que o pregador suplicava por um sinal de Deus. O episódio deixou chocada a pequena congregação da Cidade de Forest, no Estado de Ohio. O pastor, que visitava a igreja, falava em seu sermão sobre a importância do sacrifício e pediu um sinal divino.

Instantes depois, um raio acertou a torre do templo. A descarga elétrica percorreu o fio do microfone e atingiu o pregador. Apesar do susto, ele não se feriu. O culto foi suspenso apenas 20 minutos depois, quando se percebeu que o raio iniciara um incêndio. Os danos foram estimados em US$20.000,00.

FONTE:   ESTADO  DE MINAS, Ed. de 05.07.2003, pág. 16.

OBSERVAÇÕES:
Abstraindo-se o “aspecto religioso”, se a “moda” pegar aqui em Araguari, e os “nossos preclaros políticos”, desesperados por votos e poder, começarem a invocar aos céus, em busca de sinais, teremos que nos precaver.

Afinal de contas, existem incontáveis pontos, espalhados pela cidade, onde o sinal  —  ou a (justa) ira —  divina poderá querer manifestar-se, através de raios. tais como:
·    o Paço Municipal;
·    certas Secretarias;
·    a Casa de Leis;
·    os locais de reunião das “eminências pardas”.

Europa reage contra julgamentos especiais
Comissão Europeia expressou ontem sua preocupação com a possibilidade de os tribunais militares norte-americanos condenarem à morte presos acusados de terrorismo. “Nossa maior preocupação é o risco de aplicação da pena de morte, sentença que contraria os princípios da União Europeia e que, no combate ao terrorismo, geraria ainda mais apoio à causa”, declarou o porta-voz de Chris Patten, Comissário Europeu de Relações Exteriores.

Não se deve violar os direitos humanos para se realizar uma luta eficaz contra o terrorismo, e isso serve também para Guantámano, base militar dos EUA em Cuba, onde os prisioneiros devem ser tratados  conforme o direito internacional e a convenção contra a tortura e os tratamentos cruéis e desumanos”, reiterou. Na quinta-feira, o Pentágono anunciou que o Presidente Bush decidiu que seis presos, de um grupo de 600 acusados da campanha que ele classificou de guerra ao terror, poderiam ser submetidos a tribunais militares.

FONTE:   ESTADO DE MINAS, Ed. de 05.07.2003, pág. 16.

OBSERVAÇÕES:
Entre nações, sempre prevaleceu o argumento da força e não a força do argumento. Com a criação da Liga das Nações, ao findar da I Grande Guerra Mundial, e, depois, com as Nações Unidas, criada em 1948, ainda sobre os escombros da II Grande Guerra Mundial, raiavam novas esperanças de Justiça, de Concórdia e de Paz internacionais.

Todavia, as potências vencedoras da II Grande Guerra Mundial, especialmente Estados Unidos e União Soviética, bipolaziraram o poder mundial, mantendo o planeta sob o “regime do equilíbrio armado, ou do terror  atômico”, cujo ápice ocorreu em 1962, durante a crise dos foguetes em Cuba.

Mas, agora, depois da autoderrocada da União Soviética, em 1991, que, literalmente, “caiu de podre”, temos no mundo apenas o poder único, solitário, incontrastável, hegemônico, arrogante, prepotente e pedante dos Estados Unidos, que, presunçosamente, alçam novamente a bandeira dos “Pais da Pátria” (pátria americana) do (seu) “destino manifesto”, sem se falar na regurgitada Doutrina Monroe, da “América para os americanos” (do norte, é claro, bastando ver-se o projeto  leonino da ALCA).

Os  “americanos” (aliás, brasileiro também é americano, e até nisso os Estados Unidos extrapolam, proclamando-se, unilateral e orgulhosamente,  “A América”)  —  sob os influxos belicistas da Guerra do Golfo, objetivando expulsar as tropas iraquianas do invadido Kuwait, prosseguindo-se o processo pela destruição pelos terroristas da Al Qaeda das torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e agora com a covarde e injustificável invasão do Iraque, lastreada em informações/acusações falsas/mentirosas  — mandaram simplesmente às favas o Direito Público Internacional, sem se falar no real desprezo que nutrem pelas demais nações do Globo, aliadas ou não.

Não aceitam a jurisdição penal internacional (representada pelo Tribunal de Haia) para os seus combatentes, ainda que perpetrem crimes de guerra e de genocídios; prendem, maltratam, torturam e matam, como estão a fazer no enclave perpétuo da base naval de Guantámano, nas fuças de Fidel Castro, ancorando-se num famigerado e odioso “vazio legal”.

Os ianques formularam planos para preservar esta sua dominação por tempo indefinidio, projetando e construindo novas e mortíferas armas, buscando consolidar o seu domínio sobre o espaço sideral e até sobre as profundezas marítimas. Suas bases espalham-se por todo o mundo, suas tropas chegam aonde e quando querem, e nem mesmo o Brasil escapa de suas pressões expansionistas, pois querem abocanhar-os Alcântara.

Não respeitarão mais a soberania das nações, aplicarão a guerra preventiva, tacharão de terroristas quem os contrariar, adotarão represálias comerciais indiscriminadas, boicotes e embargos, enfim, farão – como fazem – no e do mundo o que bem querem e consoante a sua força militar e econômica está a permitir-lhes.

E, por aí caminhará o Planeta Terra neste Século XXCI, calcado sob o tacão da pax americana, tão falha quanto aquelas que a precederam, e que se manterá até o surgimento de algum outro poder equivalente, seja o formado por uma só nação, como a China, o que é improvável, ou quiçá, por um grupo de nações, o que é mais provável, como a China, a Rússia e a Índia.

Mas, aberto o precedente de 2.001, em Nova York, o “pior” das guerras no Século XXI, será travado no próprio território continental dos Estados Unidos, ou bem perto dele. E, nas intervenções externas, os americanos não sairão facilmente e sem pagar um alto preço, como estão a comprovar as situações vigentes no Afeganistão e agora no Iraque.

Talvez outro Presidente  —  mais e melhor estadista do que Bush — caia na realidade e restaure o verdadeiro e necessário papel das Nações Unidas como foro natural, legal e legítimo, para a solução de litígios entre Estados. Talvez…

O mundo, afinal, não é o far vest dos quadrinhos e dos filmes.

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