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Coluna: Ortopedia em Foco (05/04)

ter, 5 de abril de 2022 08:09

ORTOPEDIA EM FOCO

 

DOR E O ABUSO DE MEDICAÇÃO

 

O que é a dor?

É uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a dano tecidual real ou potencial. Este conceito de dor valoriza a experiência de dor pelo paciente, mesmo na ausência de uma lesão tecidual evidente, tanto através de sensações percebidas, em uma ou diversas partes do corpo, quanto seu impacto emocional. A ausência de uma lesão precipitando a dor pode estar relacionada a uma manifestação somática de um transtorno psicológico.

O estudo da dor está cada vez mais avançado e vem ganhando grande importância, afinal uma das principais queixas no consultório do ortopedista é a DOR.

Veja como este tema é complexo e demanda uma boa relação entre o médico e o paciente? Seu tratamento não é simplesmente baseado em uma receita de analgésico ou uma fórmula manipulada milagrosa.

Sempre recebo no consultório e plantões, pacientes que já passaram por vários médicos com uma sacola de exames e receitas, mas que ainda estão insatisfeitos com o resultado, ou seja, a pessoa se depara com um gasto financeiro excessivo, exposição a efeitos colaterais e desgaste emocional, com isso a relação do médico e do paciente se torna frusta por ambas as partes.

A SATISFAÇÃO DO SEU PACIENTE É O SUCESSO DO MÉDICO

Assim devemos responder várias perguntas para realizar seu efetivo tratamento.

Qual o tipo da dor?

Aguda: tem início recente e é associada a uma lesão específica. Consiste em uma resposta fisiológica, normal e previsível aos estímulos lesivos, sendo habitualmente um início súbito, com reversão total do fenômeno após a interrupção do estímulo.

Crônica: é uma dor constante ou intermitente (vai e volta) que persiste por certo período de tempo e não pode ser atribuída a uma causa específica.

Neuropática: é a que se manifesta em doentes com lesões alocadas em estruturas somato sensitivas do sistema nervoso central ou periférico.

Somática: ocorre em doentes que sofrem traumatismos, doenças reumáticas, doenças degenerativas do sistema musculoesquelético, câncer, etc

Mista: pode se ter uma associação entre neuropática e somática, na artrose por exemplo pode estar presente.

Psicogênica: associada a depressão ou ansiedade.

Qual o fator desencadeante?

Cirurgia, trauma, sem motivo aparente, alguma doença sistêmica, uso de alguma substância, entre outros.

 

Como está sendo feito o tratamento desta dor?

Medicações em uso, dosagem, tratamentos alternativos…

Após uma boa conversa com o paciente e respondidas estas perguntas, o médico deve fazer um exame físico minucioso, tentando achar qual a real origem da dor, descobrir pontos chaves e se há uma tumoração, lesão de pele, rigidez articular, perda de força e outras questões que possam estar associadas.

Um erro comum são as dores de coluna e quadril, muitos pacientes possuem patologias em uma destas regiões, mas que podem confundir o avaliador, ou seja, já vi pacientes que operaram a coluna e continuaram com o problema que estava no quadril.

Atualmente temos várias ferramentas para o manejo desta queixa.

Como escolher?

Definir qual o tipo e origem da dor, perguntar sobre as expectativas do paciente, sua demanda, doenças associadas, alergias, risco e benefícios de cada técnica.

Quais as opções?

Temos inúmeras e cada uma deve ser selecionado de maneira individual para cada paciente, NÃO EXISTE MILAGRE OU FÓRMULA MÁGICA, o que serviu para você pode não servir para outra pessoa.

Citando:

Atendimento multidisciplinar com psicólogo, fisioterapeuta, geriatra, clínico, psiquiatra, nutricionista.

Educar o paciente sobre sua condição, pois ele é o mais interessado.

Uso de medicações específicas, temos várias opções (analgésicos, antidepressivos, fitoterápicos, anti-inflamatórios.

Cirurgias: prótese, liberações, ressecções, correção de deformidades, enxertos.

Procedimentos intervencionistas: uso de medicações realizados por ultrassom ou escopia (rx no centro cirúrgico) fazendo uso de ácido hialurônico, proloterapia, corticoides, hidrodissecção, entre outras.

Concluindo, viu como é complexa a dor?

Seu caso não está perdido, talvez esteja faltando uma melhor avaliação e adequação à sua condição. Procure um médico e construa uma boa relação, A DOR TEM TRATAMENTO, mas exige esforço de ambas as partes.

Boa semana a todos.

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