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Coluna: Furando a bolha (30/06)

qua, 30 de junho de 2021 10:45

por Leandro Alves de Melo

MEIO AMBIENTE (VOL 1)

O mundo passa por uma transformação de posicionamento em relação ao meio ambiente inevitável. A defesa não é mais um discurso de poucos. Hoje em todas frentes globais; fundos de investimentos, indústria 4.0, Estados nacionais, a preocupação ambiental é fundamental para qualquer um desses agentes.

Derrubar árvores, matar animais, depredar os biomas, só faz sentido na cabeça retrógrada de pessoas que ainda não compreendem o básico: os nossos recursos naturais são esgotáveis, e sem eles a vida na terra se tornará impossível.

É impressionante como a mentalidade de uma parcela da população é tacanha. Destroem a Amazônia, o pantanal, o cerrado, e tudo que estiver à frente, apenas pensando no dinheiro presente, na ganância do dia a dia. Será que essas pessoas não têm filhos, netos ou alguém com quem se importam? ‘Passar a boiada’ é o patrimônio que querem deixar para o país?

Obviamente, devemos fazer uma separação. Grande parte da nossa agroindústria se esteia no que há de melhor e mais moderno. O campo sabe da importância do meio ambiente, cada vez mais tecnológico e conectado com as modernidades inerentes. Os bons, caso não acordem, poderão pagar o preço pelos ruins. Se o Brasil pegar a pecha de país que agride o meio ambiente e ter seus produtos contaminados pela destruição, certamente sofrerá severas sanções mundiais, prejudicando assim toda a cadeia produtiva, o legado de nação líder nessa frente durante anos e que teve como bandeira o respeito à natureza.

É importante destacar que se o país mantiver seus recursos naturais e investir na bioindústria será infinitamente mais lucrativo comparado a destruir para vender produtos primários, como madeira, minerais brutos, etc., de acordo com inúmeros estudos realizados na área. Essa conta é simples.

Nossa legislação ambiental já foi uma das mais desenvolvidas e respeitadas, porém está sendo cada vez deteriorada em maior intensidade, em prol de grupos com interesses individuais: grileiros, madeireiros, posseiros… no ano passado, na famosa reunião do dia 21 de abril, o ex-ministro da pasta declarou claramente que era necessário aproveitar o momento de atenção da imprensa sobre a Covid-19 para passar a boiada e afrouxar toda legislação. E ele conseguiu. Até quando permitiremos essa debacle? Podemos até mudar o ministro, mas se não mudarmos a política ambiental, de nada nos restará… Nem mesmo a vida.

 

Nota do colunista: Para falar mais desse assunto, na próxima semana eu tenho uma convidada que analisará aqui todo esse cenário.

                Mariana Ferreira Alves é graduada em biologia pela Universidade Federal de Uberlândia, mestre também pela mesma instituição, e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Sendo assim, uma pesquisadora que poderá contribuir com essa coluna, nos ajudar a furar a bolha e compreender esse assunto com maior profundidade. Até lá!

3 Comentários

  1. Joaquim Militão disse:

    Embora ainda existam pessoas na escuridão, o capitalismo tirou o mundo da idade das trevas do obscurantismo. Acelerou o crescimento e a evolução dos meios de produção. Porém, acelerou também a destruição do meio ambiente. Hoje a busca do lucro imediato é o maior predador da natureza. Para piorar este processo de esgotamento ambiental, o governo federal de 2019 para cá vem agindo institucionalmente como apoio aos crimes ambientais. Já passou da hora de termos a coragem de construir novos parâmetros para nosso modo de produção de riquezas e renda. Precisamos superar o capitalismo e vermos o mundo como uma casa que deve garantir a todos(as) o mínimo de dignidade em suas vidas. O lucro tem que estar a serviço desta mudança e não como um fim em si mesmo. Do contrário, a natureza poderá nus cobrar um preço impagável num futuro não muito distante.

  2. Tânia Maria Alves Helou disse:

    É realmente urgente que cada dia mais pessoas entendam que, sem a devida atenção ao meio ambiente, sem o respeito e cuidado com a vida, estaremos todos condenados a sofrer cada vez mais com as bruscas mudanças climáticas, com a falta ou o excesso de chuvas, com altas temperaturas etc. Esse governo da morte precisa acabar o maís rápido possível. Só assim teremos condições de voltar a ser um país respeitado também no trato ao meio ambiente.

  3. Ernane Machado disse:

    Realmente se faz necessário uma mudança na política ambiental. A cada dia que passa “assistimos” nosso país sendo condenado à uma grande crise futura, na minha opinião, até mais próxima do que muitos nem podem imaginar. Foi uma pertinente escolha do tema e uma excelente reflexão. Sempre leio a coluna, porém não muitas vezes comento. Na verdade considero os conteúdos muito completos e esclarecedores. Aguardando o vol 2.

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