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Coluna: Direito e Justiça (18/06)

qui, 18 de junho de 2020 00:51

Abertura-direito-e-justica

 

O lamaçal em que o NOSSO país se encontra:
(Opinião pessoal exclusiva do articulista)

 

Habitualmente, valho-me da sabedoria popular, para ilustrar os meus escritos, até porque, ao longo dos séculos, tem sido dito que “a voz do povo é a voz de Deus”, e, mesmo que assim não seja, ao menos por inteiro, a população muitas vezes antevê ou resume situações assaz verdadeiras.

Por exemplo:

– “O povo tem o governo que merece”.

– “Não vá o alfaiate além das suas agulhas”.

– “Um gambá (sempre) cheira o outro”.

Abstendo-me de comentar exaustivamente esses sugestivos adágios populares, que por si mesmo falam, basta assinalar que se diz por aí que “para o bom entendedor um pingo é letra”. Se não é, deveria ser, ao menos para que se pudesse ler nas entrelinhas, para que se pudesse minimamente esperar por algo melhor a cada eleição ultrapassada. Mas, não é assim. A realidade é bem outra.

Afinal de contas, quem é que nos manda votar no demagogo, prestigiando-se a demagogia, ao invés de avaliar-se exclusivamente a pessoa postulante a cargo eletivo pelo seu passado, pelo seu presente, pela verossimilhança e exequibilidade das suas promessas?

Quem é que nos manda achar que o ignorante, ou mesmo o semianalfabeto, incluindo o político e o funcional, poderá vir a transformar-se da noite para o dia em uma pessoa esclarecida e capaz de administrar e de governar bem, com postura, com compostura, com tirocínio, com bom-senso, com autoridade, com pragmatismo, com racionalidade, ao invés de fazê-lo com ingenuidade, com incapacidade, com idiotia, ou mesmo com corruptibilidade?

Quem é que nos manda votar e confiar em “porcos magros”, tirando-os da lama, da sarjeta, da mediocridade, para colocá-los em “nosso chiqueiro, farto e cheio de guloseimas? Aos “porcos magros” poderíamos chamar de “nosso país”; ao “nosso chiqueiro” poderíamos chamar de “coisa pública” e constatamos agora que esses malévolos e mal criados suínos apoderaram-se de ambos de forma vil e voraz.

 

 

Somente no dia em que se perceber que o voto não tem preço, ou, se tiver, que o seu valor é inestimável, é que as coisas vão realmente mudar. Repudio qualquer indução, direta ou indireta, a que o eleitor venda o seu voto, como aquela de que “se tiver que vender, que venda, mas que o faça várias vezes, votando, no final das contas, naquele candidato de sua própria escolha”.

Aconselha-se, em vésperas eleitorais, o eleitor a ser “esperto”, mas não “experto”, e, no final das contas mesmo, ele não passa é de um otário, conduzido pelo cabresto dos alcunhados “formadores de opinião”, verdadeiros lobistas de si mesmos e de alguns interesses escusos; No frigir dos ovos, quem vende seu voto é tão criminoso quanto aquele que o compra.

O eleitor que se deixa manipular por terceiros é um cidadão brasileiro que posterga os próprios interesses, que se torna vendilhão do templo, pois, em verdade, o condenável nisso tudo é o próprio precedente de vender-se o voto, de abrir-se mão de um direito-dever cívico, enfim, alienando a sua vontade e a sua consciência.

Já escrevi, certa vez, que “aconselhar eleitor a vender voto é crime”, e, ainda que assim não fosse, eu haveria sempre de recriminar, sem exceção, quaisquer autoridades ou integrantes da imprensa (e houve, como há, casos aqui e acolá) que façam esse tipo de aconselhamento. No mínimo e em tese, tipificam-se, pelo menos, um de 2 (dois) crimes previstos no Código Penal Brasileiro, nos artigos 286 e 287, somente não se punindo os respectivos agentes corruptores porque não se incluem naqueles famosos 3 (três) “pês”: P., P e P. … E, ainda se ousa proclamar a igualdade de todos perante a LEI…!

Código Penal Brasileiro:

 

            Incitação ao crime:

                        Art. 296 –        Incitar, publicamente, a prática de crime.

                        Pena –             Detenção de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.

 

                        Apologia de crime ou criminoso:

                        Art. 287 –        Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de                                                       autor de crime.

                        Pena –             Detenção de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.

                       

 

Quando, na década de 60, o então Presidente da França, Charles de Gaulle, visitou o Brasil, circulou à boca pequena que, ante uma série de desatinos, de descumprimento de agendamentos e de horários (coisa tão típica dos brasileiros), teria dito literalmente:

Ce n’est pas um pays sérieux”. (Este não é um país sério)

Nesse nosso atual conjunto de atitudes político-partidárias e eleitorais, nessa diferença brutal de comportamento ético, cívico e patriótico, é que está centralizada a diferença fundamental entre a mentalidade do europeu, do estadunidense, do canadense, do japonês, enfim dos povos verdadeiramente “educados” (mais do que “civilizados”, eu diria) em face da indisciplina atávica do brasileiro.

Lá, nos Estados Unidos, por exemplo, o voto é facultativo, mas, mesmo assim o povo daquele país tem por hábito comparecer para votar nos momentos críticos e difíceis da sua nação; os Partidos Políticos dominantes são apenas dois, o Democrata e o Republicano, a fidelidade partidária é um instituto político básico e o poder presidencial alterna-se sempre, a Constituição se mantém íntegra e a Suprema Corte orienta, ensina, estimula, decide e exemplifica. Enfim…!

E, por quê?  Por que até mesmo presidentes ruins, (iguais ou piores do que os nossos), como os eleitos em 2001 (Bush Filho) e em 2016 (Donald Trump), arrogantes, tolos, vaidosos, belicistas, ignorantes, fanáticos, reacionários, negacionistas, chegam a merecer a aprovação popular maciça e podem concluir com tranquilidade constitucional os seus respectivos mandatos, quase sempre duplicados para os já tradicionais 8 anos.

É simples entender isso. A par do que já foi dito, o estadunidense somente conhece e reconhece, no final das contas, o seu próprio umbigo.  Não é à toa, portanto, que, de forma ufanista, sintomática e emblemática, o povo ianque chame o seu país de “America”.  Indo além, hoje, o lema presidencial vigente é “America First” (América primeiro).

Os outros povos são e serão sempre os outros e toda a História dos Estados Unidos tem mostrado isso. Cresceram por seus próprios méritos, é verdade, mas também muito à custa de outros países. Que o diga o México, onde se diz popularmente: “pobre México! Tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos…!

                        Críticas e queixas à parte, fazendo-se justiça, é bom frisar que o “americano” não admite ver a sua nação sob risco, sob ataque, por baixo em resumo e, desta forma, prefere votar e reeleger aquele que, para a Presidência, inspire maior confiança para enfrentar circunstâncias históricas específicas. O país acumulou no século XX e ainda mantém, um poder militar absurdo. Aliando isto à sua beligerância natural, revida tudo que entenda ameaçar ou ferir os seus interesses nacionais.

 

O lado ruim disso tudo – e eles nem se tocam – é o de que o outrora país de plena democracia, de inigualável liberdade, o paraíso dos emigrantes, dos que buscavam uma nova chance na vida, ou até mesmo uma nova pátria, acabou de vez. Depois do (fatídico) 11 de setembro de 2.001, os Estados Unidos da América mudaram, muito, e para pior. Sob o nosso ponto-de-vista, é claro. Por eles e para eles, continuam sendo os melhores, o inatingível USA.

A vetusta doutrina do “destino manifesto dos Estados Unidos da América”, criada pelos “pais da pátria”, pelos “pais fundadores” vigora ainda hoje e com muito mais força em favor deles mesmos e sob novas facetas de dominação e subserviência, agregando até mesmo países que poderiam ser grandes e almejar algo melhor para si. Exemplo disso é o Brasil.

Temos um enorme potencial em praticamente tudo: território, população, biodiversidade, agropecuária, empreendedorismo. Falta-nos, então, o quê? Falta-nos patriotismo, civismo, bairrismo, disciplina, educação, honestidade, vergonha na cara. Falta-nos o mínimo, o crucial, a fim de que pudéssemos deixar de ser uma nação periférica de segunda ou de terceira classe.

Chega a ser ridícula – além de trágica – a ânsia de imitação barata que faz do nosso presidente tupiniquim um autêntico fantoche do presidente ianque. Ambos são bufões que ocupam cargos para os quais já demonstraram não possuir aptidão. Porém, existe uma diferença: lá, eles podem tudo (ou quase tudo); aqui, nós não podemos nada (ou quase nada). A pandemia demonstrou que estávamos nus, despreparados e sós.

Para encerrar e como quer que seja, eles, americanos do norte, defendem e defenderão incansavelmente os seus próprios interesses, contra o resto do mundo, se preciso for, pois esta sempre foi a mentalidade da “América”.  E, nós, os tupiniquins cá do sul, o que é que fazemos?  Entregamo-nos ao ridículo, ao deboche, ao surrupio da coisa pública, ao descalabro administrativo, à destruição das nossas riquezas naturais, enfim, ao atraso desde os tempos coloniais, mantendo entre nós mesmos uma mentalidade escravagista, subserviente e copiadora de tudo que é estrangeiro, em quase todos os aspectos das nossas vidas, coisa que a “Lei Áurea” não conseguiu extirpar, eis que não redimiu a raça negra e muito menos incutiu um verdadeiro senso patriótico e publicístico nas decantadas “elites nacionais”

Eles dizem:
 – Yes, we can.

Nós dizemos:
– Sim, nós também podemos, mas não queremos.

4 Comentários

  1. darciano disse:

    a subserviemcia deve ter começado em Araguari,com seu ex belo bosque com um nome nao muito tupiniquim ou de pronuncia meio ultrapassada…

  2. Anônimo disse:

    O bosque era chamado pela população de parque de árvores isso antes de ter sido feito umas melhorias. Se for questão de nativos toda a América deveria ter nomes indígenas, pois afinal de contas os habitantes natos eram eles. Somos todos crioulos, todos descendentes genealógicos de Colombo. Tem um estado nos EUA que tem nome de um chefe indígena. Tem nomes e influências de todas as nações em toda a América.

  3. Anônimo disse:

    Os candidatos vão comprar votos, os eleitores vão vender. Quem mais vai comprar são os que já estão lá porque têm condições financeiras pra isso. Provavelmente devem guardar quase todo o dinheiro que ganham, pois a caridade é feita na época das eleições com o chapéu dos outros. Tem um lá que não come a banana para não jogar a casca fora, já tive noticias dele indo nas creches com desculpa de experimentar a comida. Eles irão nos bairros mais carentes da cidade comprar por cinquenta reais e uma cestinha básica cujos alimentos pedidos nos supermercados. E tem outra, sobra muita coisa que passou a eleição ninguém repassa mais nada pra necessitado nenhum.
    Enquanto os bobos forem bobos os ativos vão vivendo e enquanto pessoas sem noção estiverem conservando as mesmas pessoas lá no alto, eles estarão lá no fundo do poço mendigando os que estão sempre no alto e não querem sair de forma alguma.

  4. Anônimo disse:

    Tudo que acontece de errado nesse pais agente agradece aos senhores políticos que tudo fazem em prol deles mesmos. Pergunta se algum politico ofereceu parte do salário deles para ajudar os que estão passando fome. Ficam fazendo é politicagem com o covid 19.O brasileiro aprendeu a viver de esmola do governo. Se perguntar para uma pessoa, você quer trabalhar de carteira assinada ganhando um salário, ou você quer o bolsa família de duzentos reais. A pessoa vai responder a bolsa família.

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