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Araguarina protagoniza espetáculo que tem trilha sonora assinada por filho de Caetano Veloso

qui, 14 de janeiro de 2021 11:36

Da Redação

Filho de Caetano Veloso assina trilha sonora de espetáculo liderado por artista araguarina

Filho de Caetano Veloso assina trilha sonora de espetáculo liderado por artista araguarina

Natural de Araguari, onde iniciou sua caminhada artística e atuou por vários anos, Juliana Iyafemí é formada em Teatro pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), bailarina e produtora cultural. Uma artista movida pela sua própria inquietação. Atualmente, vive em Natal (RN) e se prepara para novos desafios na Bahia; já rodou o Brasil e países como Itália, Espanha, Peru, Uruguai, Suíça e Alemanha, em apresentações de dança, teatro, rodas de capoeira, dentre outros projetos que reforçam o quanto a cultura afro está enraizada na sociedade. “Em todos esses países sempre fiz uma ‘Jam Session’, uma apresentação livre. Por onde vou levo meu corpo, que é minha casa e meu trabalho”, revela.

 

Ao completar uma década e meia na estrada artística, Iyafemí leva para o palco de forma minimalista todos os elementos da natureza – água, fogo, ar, terra, mato –, bastante presentes no candomblé e que são apresentados artisticamente e de maneira respeitosa. Com duração de 20 minutos, o solo de dança é protagonizado pela dançarina e atriz Juliana Iyafemí, que também compôs toda a narrativa. A artista fará outras apresentações, sempre com a proposta de um bate-papo ao final.

 

O título do espetáculo – “Qual é seu nome?” – foi tirado do trecho de uma das mais recentes composições de Moreno, que assim como a trilha sonora do espetáculo, foi feita especialmente para Juliana Iyafemí. O que aliás foi algo inédito na carreira do compositor. Ele já havia produzido trilha sonora que inspirou outros trabalhos de dança, como o grupo Corpo, de Belo Horizonte, mas, no caso atual, ele fez o caminho inverso, ou seja, criou uma trilha para um espetáculo que tinha os movimentos definidos. Sobre a relação com Moreno, a atriz diz que “foi um reencontro e que a generosidade dele é imensa, além do impecável profissionalismo. Trabalhar com Moreno é uma gratidão imensa.”

 

Essa dinâmica se deu por conta da pandemia, o que fez com que toda a produção fosse acompanhada à distância. A artista, por exemplo, fez a maioria dos ensaios sem música. “Tive que me reinventar, aprender a escutar o som do silêncio, o som do palco”, conta Juliana Iyafemí, que agora tem o desafio de dançar para a câmera, sem o calor do público.

 

Desta vez, no entanto, seus passos serão acompanhados pelos ritmos africanos entoados numa trilha que tem como principais instrumentos a lixa, o pandeiro e o violoncelo.

 

Filme

 

No fim do ano passado, Juliana protagonizou e idealizou o curta-metragem “Entenebrecida – Um experimento sobre a carne” em que mira os holofotes na questão racial, de classe, de gênero e canaliza sua energia na elucidação das culturas de matrizes afrodescendentes, o que na essência é um trabalho de valorização da própria história do Brasil.

Com direção de Rafael Bacelar, o filme está disponível para exibição gratuita no YouTube até o dia 17 deste mês. Depois, o trabalho será inscrito em editais de cultura nacionais e internacionais.

 

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