Da Redação

Nesta terça-feira, a ocupação de leitos hospitalares aumentou para 35 pacientes internados

Cidades pequenas são mais vulneráveis ao coronavírus em Minas Gerais, segundo estudo feito pela Faculdade de Medicina (Famed) e em parceria com o Instituto de Geografia (IG) da Universidade Federal Uberlândia (UFU). Para chegar a esse resultado, pesquisadores analisaram o perfil epidemiológico dos 853 municípios mineiros com relação à pandemia, sendo utilizados pelo menos 23 indicadores com alguma relação com o processo de adoecimento e morte causada pela covid-19.
O estudo mostra que as mesorregiões do Jequitinhonha, Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce são as mais vulneráveis no Estado. Apesar dos números ainda crescentes, a mesorregião do Triângulo e Alto Paranaíba são regiões que têm menor vulnerabilidade geral. “Nós temos uma infraestrutura de saúde, demográfica e econômica que é mais favorável quando comparada com outras regiões”, explicou o coordenador do estudo, professor Stefan Vilges de Oliveira, do Departamento de Saúde Coletiva da Famed/UFU.
No total, a doença já atingiu 795 municípios mineiros, o que representa 93% do estado. Há ao menos uma morte confirmada em 375 municípios. Diante disso, a orientação das autoridades municipais é manter a rotina de cuidados como uso de máscaras, higienização de mãos e ambientes, além do distanciamento social, que tem se reduzido em toda a região.
Em Araguari, por exemplo, a reportagem verificou que, devido ao retorno das atividades comerciais, grande número de pessoas está circulando na região central. Diante disso, a Secretaria Municipal de Saúde alerta a população para o aumento de casos que pode vir a ser registrado, caso não sejam cumpridas as determinações de segurança. Sobre a possiblidade do município aderir ao Mina Consciente, o que resultaria no aumento das medidas restritivas, a reportagem verificou que ainda não há nenhuma determinação judicial. Assim, Araguari continua cumprindo a Deliberação nº 17, do Comitê Extraordinário da Covid-19, que dispõe sobre as medidas emergenciais de restrição e acessibilidade a determinados serviços e bens públicos.
Vale lembrar que no município já são 1.418 diagnósticos positivos da doença e 735 suspeitas. A ocupação de leitos hospitalares é de 35, sendo 11 em UTI e 24 em enfermaria. Além disso, o município registrou alterações no número de mortes, tendo contabilizado mais dois obitos confirmados no dia 27. As pacientes do sexo feminino, com idade entre 70 e 77 anos, eram pertencentes ao grupo de risco. Assim, o município passa a ter 35 mortes pela doença e outras três seguem em investigação. O número de pessoas que se recuperaram da doença também aumentou, passando de 959 para 1010.
A reportagem verificou que, cerca de 94,17% dos casos registrados em Araguari permaneceram em isolamento e 5,83% tiveram a necessidade de internação. Para atender à necessidade de internações na cidade, a Santa Casa informou que continua em obras para a construção de 10 novos leitos de internação.
A direção se coloca à disposição para quem quiser auxiliar o trabalho por meio de doações, que podem ser informadas por meio do telefone 3249-1500. Além disso, o Hospital de Campanha tem disponível vinte e seis leitos para assistir pacientes de leve e média complexidade. A prefeitura informou, ainda, que outros leitos serão disponibilizados conforme necessidade, até atingir nível máximo de ocupação.
Na região do Triângulo Mineiro, é possível verificar que Uberlândia possui maior quantidade de casos, sendo 12.036 confirmações e 198 mortes. A cidade é a segunda na lista dos municípios mineiros, ficando atrás de Belo Horizonte com 483 óbitos e mais 17.714 casos. A SES-MG destaca que o Estado registrou até o momento 116.645 casos confirmados de coronavírus, sendo 2.927 a mais em relação à última segunda-feira. Também foram registrados 2.551 óbitos em decorrência da doença, 27.300 pacientes em acompanhamento e 12.718 casos de internação hospitalar na rede pública e privada. A letalidade da doença é de 2,1%.

Vacina

Outra boa notícia é de que a tão esperada vacina contra o coronavírus chega a Belo Horizonte nesta semana. A garantia foi dada pelo Instituto Butantan, que enviou as doses da Coronavac, da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, aos 12 centros do Brasil habilitados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul e em Brasília – responsáveis pelo recrutamento dos voluntários – para fazerem os testes. Em solo mineiro, a responsável por esse processo é a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em Minas Gerais, a expectativa é que 800 voluntários recebam as doses. Esta é uma das últimas etapas de avaliação para que a Coronavac possa chegar aos brasileiros em larga escala, caso seja aprovada.