por Laura Alvarenga

O Estado de Minas Gerais preocupa a população com os altos índices epidemiológicos dos últimos meses. Um novo boletim epidemiológico – nº 133, semana epidemiológica 18 – de monitoramento dos casos de dengue, zika e chikungunya, foi publicado na última segunda-feira, 29, pela Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

 

Até o momento foram registrados 165.853 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de dengue em todo o Estado. São 66 óbitos por dengue em investigação, além de 21 confirmados até o momento nos municípios de Arcos (1), Betim (7), Frutal (1), Ibirité (1), Paracatu (1), Uberlândia (8) e Unaí (2).

Em relação à zika, foram registrados 497 casos prováveis da doença em todo o Estado no ano de 2019, até o dia 22 de abril, segunda-feira. Sobre os registros de chikungunya em Minas Gerais, 1.414 casos prováveis da doença foram registrados; não há registros de óbito por suspeita do vírus.

De acordo com a Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais, o estado viveu três grandes epidemias em 2010, 2013 e 2016. O número de casos até abril de 2019 ultrapassou os registros em anos não epidêmicos. Apesar de seguir a tendência de anos epidêmicos, os registros de 2019 seguem com menor intensidade do que as duas últimas epidemias.

Segundo os dados divulgados referente às últimas quatro semanas epidemiológicas, 123 municípios estão com incidência muito alta de casos prováveis de dengue, 65 apresentam incidência alta, 109 com incidência média, 280 com baixa incidência e 276 municípios sem nenhum caso registrado.

No boletim epidemiológico divulgado no dia 15 de abril, o município de Araguari havia registrado até então 1.694 casos prováveis de dengue, ficando em segundo lugar no ranking de cidades com maiores indícios da doença. Agora, após atualização dos dados, a cidade tem 1.797 registros de incidência muito alta. Em primeiro lugar está Uberlândia com 12.272 casos, Uberaba em segundo lugar com 3.750 e Patos de Minas com 1.993.

Dos 1.414 casos prováveis de chikungunya em Minas Gerais, 45 são em pacientes gestantes com três confirmações laboratoriais até o momento. Em 2019 ainda não há registro de óbito causado pela doença. Das 31 cidades mineiras com registros de casos prováveis de chikungunya, Araguari lidera com 98 casos, seguido de Patos de Minas com 28 e Uberlândia com 26. Todos são casos de baixa incidência.

No que se refere aos casos de zika, não houve nenhuma alteração no último boletim epidemiológico. São 497 suspeitas da doença em 2019 em todo o Estado, sendo 164 casos em gestantes registrados em 44 municípios, entre eles Araguari (1), Uberaba (8) e Uberlândia (20). Em relação aos registros gerais, Uberaba está na frente com 38 casos, Uberlândia com 33, Ituiutaba com 8 e Araguari com 7.

Mutirão de limpeza no combate à dengue

No último sábado, 27, a prefeitura através das secretarias de: Saúde, Serviços Urbanos e Distritais, de Obras e a Superintendência de Água e Esgoto (SAE), realizaram um mutirão de limpeza nos bairros Santa Helena e Gutierrez, no intuito de combater a proliferação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika, chukungunya e febre amarela.

O trabalho realizado pelas secretarias conseguiu entrar em 2.800 imóveis da comunidade local, eliminando os possíveis criadouros do mosquito. Na oportunidade também foi realizada a limpeza de 19 terrenos com pá carregadeira que recolheu 130 pneus com a ajuda de 150 servidores dos órgãos envolvidos.

O secretário de Saúde, Guilherme Afonso, enfatizou a importância da colaboração da comunidade no combate ao mosquito. “O combate às doenças transmitidas pelo mosquito é um empenho coletivo, sério e que deve ser realizado todos os dias. Agradecemos a participação dos moradores e pedimos sempre a colaboração de todos com o mutirão, limpem os quintais, recebam os agentes de combate a endemias em suas residências e também, ao perceber a presença do Fumacê, que possam abrir portas e janelas para um efetivo combate ao mosquito.”

Ajuda do Estado

No intuito de dar suporte técnico para o combate às doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), enviou um recurso financeiro no valor de R$ 4,2 milhões através da Resolução SES/MG nº 6719, de 26 de abril de 2019, fazendo a distribuição entre 107 municípios mineiros. As parcelas enviadas aos municípios variam entre R$ 20 mil e R$ 400 mil, sendo que o recurso de maior valor ficará com a capital do estado, Belo Horizonte.

O recurso ficará disponível para a contratação de novos agentes de controle de endemias, capacitações profissionais na assistência hospitalar, confecção e reprodução de material gráfico informativo, aquisição de material de apoio para ações de mobilização, além de mutirões de limpeza em áreas prioritárias.

A estratégia do recurso foi adotada como meio de combate a ocorrências de óbitos pelas doenças. A previsão é de que os municípios sejam contemplados com o recurso até o dia 30 de junho.