Usuários reclamam de atendimento e da falta de médicos nas unidades de saúde
qui, 1 de maio de 2014 00:38SAMARA ARRUDA – Cidadãos se aglomeram nas proximidades das Unidades Básicas de Saúde para obter atendimento médico. Os problemas na saúde, denunciados diariamente pela população, dificultam ainda mais a vida de quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar dos órgãos responsáveis afirmarem que não é preciso permanecer nos postos de saúde para marcar uma consulta, a reportagem apurou as denúncias e verificou que, de fato, as filas se estendem desde a madrugada, principalmente nos bairros com maior demanda de atendimento e nas regiões periféricas, onde moradores relatam as mesmas dificuldades.
Caso parecido ocorreu na manhã desta terça-feira, 29, no bairro Goiás. “Cheguei aqui na segunda-feira, às 2h para pegar uma ficha, porque aqui os funcionários distribuem as vagas por ordem de chegada. No dia da consulta, muitas pessoas permaneceram no local aguardando o médico, mas só me avisaram que ele não viria às 7h, depois de eu passar horas aqui no frio,” comentou uma moradora que estava esperando sua vez de ser atendida, na calçada da Unidade Básica de Saúde (UBS).
Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, a média é de 1,76 médicos para cada mil habitantes. Frente ao aparente “excedente”, especialistas explicaram que a deficiência no atendimento à saúde é resultado da má distribuição dos profissionais.
De acordo com informações do setor da secretaria de Saúde no município, durante esta semana apenas um médico pediu afastamento por motivo de saúde, o que causou alguns problemas no atendimento. “Quanto à formação de filas, estamos promovendo um estudo na tentativa de evitar que as pessoas permaneçam no local por muito tempo. Em todas as unidades os médicos possuem um número limite de guias para atendimento, mesmo assim, é da cultura da população formar filas achando que irão ficar sem atendimento,” explicou a secretária Lucélia Rodrigues.
Conforme afirmou, na segunda quinzena de maio a equipe do setor de atenção primária irá redirecionar um novo método de marcação nas UBS e PSF do município.
A população questiona ainda o programa “Horário do Trabalhador”. A medida foi criada para beneficiar aqueles que precisam de atendimento médico, mas cumprem jornada de trabalho durante o horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde.
O programa deveria estar disponível entre 17 e 21h, entretanto, a informação obtida na portaria da Policlínica Dr. Oabi Gebrim é de que o atendimento deveria ser feito primeiramente nas unidades dos bairros para só então, o trabalhador obter encaminhamento para a consulta desejada.
Sobre isso, a secretária de Saúde explicou que a informação pode ter sido repassada de maneira equivocada, uma vez que basta que o trabalhador tenha em mãos sua Carteira de Trabalho ou algum documento que comprove sua atuação no mercado. “O cidadão deve apresentar este documento e fazer sua ficha para marcação da consulta. Informações diferentes desta devem ser encaminhadas à secretaria de Saúde, caso haja dúvidas,” finalizou.
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