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Separados pela imigração

qua, 27 de agosto de 2014 00:01

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Durante os anos 1880 e 1930, o Brasil se tornou o destino de milhares de imigrantes que deixavam a Itália influenciados por mudanças socioeconômicas. Apesar de ser de descendência italiana, desconheço algum familiar durante essas expedições. Pior ainda, da terra da bota lembro apenas das histórias do meu avô.

‘Irmãos’ de origem, Cruzeiro e Palmeiras tomam rumos diferentes na história. Foto: Divulgação

‘Irmãos’ de origem, Cruzeiro e Palmeiras tomam rumos diferentes
na história. Foto: Divulgação

Brasileiro, torcedor do Palmeiras, ele desenhava minha imaginação a cada frase que ressoava. Nascido no interior paulista, ainda guarda lembranças dos 100 anos de seu time de coração. O irmão mais velho da família Palestra Itália sobrevive de suas memórias.
Entre 1914 e 1921, imigrantes italianos enxergaram nas terras descritas como “Novo Mundo” o país do futebol. Separados por 500 quilômetros, São Paulo e Belo Horizonte se uniam por um único nome. Duas agremiações que em razão de rivalidades da Segunda Guerra Mundial, tiveram que abdicar seu nome de origem para Palmeiras e Cruzeiro.

Na inauguração do estádio Mineirão em 1965, os atletas do alviverde paulista escreveram mais um capítulo da história ao representarem a seleção brasileira diante do Uruguai. A futura casa de festas do irmão caçula era aberta por quem dele se distanciava. Desde então, Palmeiras e Cruzeiro tomaram rumos diferentes, mas não se livraram da cultura dos estrangeiros.

Sob o comando do argentino Ricardo Gareca, nomes como Mouche, Mendieta e Allione detêm a missão de resgatar o time consagrado por Oberdan, Djalma Santos, Ademir da Guia, Julinho Botelho, Evair, César Sampaio, Marcos e tantos outros que levaram o antigo Palestra ao sucesso. Se o Palmeiras precisa de um binóculo para enxergar a liderança do campeonato brasileiro, para o Cruzeiro basta um retrovisor.

Único clube capaz de transformar um conjunto de jogadores em time no cenário nacional, a celeste reedita a célebre campanha protagonizada por Sorín e companhia em 2003. No ano em que o seu irmão mais velho comemora 100 anos de existência, os herdeiros do Palestra mineiro ensinam como implantar um projeto de futebol.

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