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Saúde Alerta – Por que as mulheres têm mais dores nas costas do que os homens?

qua, 10 de julho de 2019 05:50

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Quem nunca ouviu alguma mulher reclamar de dor nas costas devido ao excesso de peso na bolsa? Ou que ela não consegue mais andar sem sapato de salto alto em decorrência de dores nos pés? Qualquer tipo de dor na lombar é sempre um sinal de que algo está errado e merece atenção especial.

As dores nas costas são um problema que atinge as mulheres por inúmeros fatores, sendo uma das explicações seria a dupla jornada das mulheres, que, além de se dedicarem o dia todo a um trabalho profissional, estão envolvidas em tarefas domésticas e no cuidado com os filhos, o que envolve maior carga de esforços e situações que dependem de uma boa postura, sob pena de surgirem as dores.

Por isso, devido a fatores tanto fisiológicos quanto de hábitos culturais, elas sofrem destas dores por mais motivos do que eles.

Dores nas costas podem ser causadas por simples hábitos errados como sedentarismo, obesidade e tabagismo. Pode ser também uma manifestação de doenças como depressão, fibromialgia, câncer, artrites, hérnia de disco, osteoartrose (bico de papagaio), cálculo renal, aneurisma de aorta, úlcera gástrica, entre outras.

Nas mulheres, em especial, além dos hábitos inadequados e de possíveis doenças, a endometriose e os fatores hormonais podem ser um agravante. Além disso, quem tem seios volumosos deve ter muito cuidado, pois o peso faz a coluna se curvar para frente. Nestes casos, deve-se avaliar para verificar se há necessidade de sutiã apropriado ou até cirurgia para redução das mamas.

Toda mulher precisa entender as necessidades do próprio corpo. A prática de exercícios para o fortalecimento muscular ajuda. Uma alimentação saudável, também. No mais, alguns hábitos, como o uso de salto alto, podem ser revistos. Em casos mais sérios, porém, é preciso intervenção cirúrgica.

As grávidas também sofrem com este desconforto devido ao aumento da lordose, pela obesidade e a liberação do hormônio relaxina perto do parto (que deixa a coluna mais relaxada).

Estudos relatam que mais de 50% das gestantes sofrem com problemas na coluna durante a gravidez. Isso ocorre pelas mudanças estruturais que acontecem no corpo feminino. Com o crescimento do bebê, o centro de gravidade da gestante se desloca para frente e, para compensar, ela se curva para trás, causando a lordose.

Com todas estas possibilidades descartadas, outro vilão das mulheres são os costumes inadequados, como as bolsas pesadas. Carregá-las em um único ombro faz a coluna ficar sobrecarrega, desequilibra a musculatura, facilita as contraturas e o desgaste das estruturas, podendo causar o aparecimento de hérnias de disco. A pessoa sai do eixo, ficando torta.

Outra questão importante é o uso de sapatos de salto alto. O salto alto obriga a mulher a ficar na ponta dos pés e isso deflagra por todo o corpo um caminho de desbalanço, sendo que existe, no corpo humano, um alinhamento, citado como balanço sagital, em que as estruturas trabalham de forma harmoniosa e adequada.

Entretanto, quem usa salto muito alto tem a tendência de levar joelhos e quadris para trás, o que acaba mexendo com o alinhamento da bacia, que repercute na posição da coluna. Isso, porém, não significa que o salto alto esteja vetado para sempre. Desde que não tenham problemas prévios, as mulheres podem até usar calçados desse tipo, se for de seu interesse, mas não por tempo muito prolongado.

Vale ressaltar que sapatos muito altos desestabilizam o corpo: quanto maior a altura do salto, mais o quadril se pronuncia para trás, prejudicando a coluna. Em curto prazo, o uso de saltos pode gerar só dores lombares, mas, se a coluna for exposta diariamente a esse esforço, ela pode sofrer um desgaste maior, podendo gerar problemas mais graves no futuro, como uma hérnia de disco. Quando o salto é superior a 4 centímetros e utilizado diariamente, pode provocar o encurtamento da panturrilha, ocasionando, além das dores na coluna, dores nos pés.

Existem também outros fatores de risco que também podemos ressaltar, como:

– Postura inadequada em frente ao computador;

– Praticar exercícios físicos sem orientação adequada de um profissional;

– Noites mal dormidas;

– Ciclo menstrual: por conta das alterações hormonais, o ciclo menstrual pode causar dores nas costas, principalmente musculares.

– Seios grandes: os seios muito grandes e pesados podem contribuir para o estresse na coluna, causando até deformidades. Nesses casos, a redução mamária precisa ser considerada.

– Osteoporose: as mulheres são geneticamente mais propensas a desenvolver osteoporose. Os ossos femininos são naturalmente mais finos e leves que os dos homens. A osteoporose causa microfraturas na coluna, o que leva à dor.

– Fibromialgia: muito mais comum em mulheres, a doença reumatológica causa dores intensas em todo o corpo.

– Tabagismo, que vem aumentando entre as mulheres;

– Estresse emocional: ligeiramente mais comum nas mulheres, a dor cervical pode ter fundo emocional.

– Avançar da idade;

O ideal é sempre investigar as causas das dores. É preciso verificar se é exclusivamente causada pelo estilo de vida da pessoa ou se existe alguma doença por trás.

A mudança dos hábitos diários também é importante, uma vez que erros de postura crônica podem aumentar o desgaste das estruturas da coluna, provocando problemas mais sérios.

Deve-se evitar curvar a coluna para frente, como quando levantamos da cama, entramos no carro ou simplesmente escovamos os dentes.

Mais um erro comum, dessa vez, por questões culturais, é o auto medicamento. Com o fácil acesso aos medicamentos nas prateleiras das farmácias ou, até mesmo, por indicação das amigas, é rotina do brasileiro tomar remédio quando sente dor. Isso é completamente errado, por que pode mascarar alguma doença grave.

Ainda vale salientar que o medicamento que faz bem para uma pessoa pode fazer mal para outra. Medicamentos como antiinflamatórios devem ser usados com cautela em pacientes com pressão alta ou problemas gástricos e renais. Sendo assim, o acompanhamento médico se faz obrigatório.

Também vale ficar atenta a sinais que podem indicar um problema mais sério, como dor noturna, perda de peso e dor acompanhada por grandes fraquezas.

 

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