Violência: (1)

* Trabalho escolar de Rodrigo Cardoso Fernal.
* Professora: Maria do Carmo Nonato.
* Colégio Sagrado Coração de Jesus.
* Araguari – MG = 1999.
* As seis notas finais são minhas.

OBSERVAÇÃO:
Agradeço à Professora Maria do Carmo Nonato haver guardado e conservado com carinho e diligentemente os trabalhos escolares do meu filho e seu aluno Rodrigo. Que essa publicação tardia seja uma singela homenagem à valorosa Mestra, e a todos os Professores do Brasil e do mundo na passagem do seu dia, 15 de outubro.

1) – Causa ou Efeito?

Ambos. A violência é causa e também efeito, constituindo um problema atual e explode de forma praticamente incontrolável em nossa cidade, atingindo indistintamente, sob suas diversas formas, todas as classes sociais, visto não ser mais um problema somente de pobres ou somente de ricos.

É causa na medida em que é inerente ao ser humano desde o seu aparecimento e/ou desenvolvimento sobre a face do planeta. Ser humano que, apresar de ser definido como animal racional, conserva dentro de si um aspecto primitivo, animalesco, onde existem e ainda afloram os instintos de forma incontrolável e perigosa para os semelhantes mais fracos, como o de sobrevivência, permitindo a pratica de atos reprováveis e sem limites, caracterizados pelo egoísmo, pela ambição e pela maldade.

Ainda como causa, a violência gera mais violência, transformando-se num círculo vicioso, gerador de inúmeras tragédias, que a História da Humanidade registra, como as Duas Grandes Guerras Mundiais neste Século (1914/1918 e 1939/1945), que custaram milhões de vidas. = * Nota 1.

Como efeito, a violência revela uma distribuição desigual das riquezas naturais e industriais, dividindo a Terra entre os muito ricos e os muito pobres, alijando parcelas imensas da população mundial do acesso a melhores condições de vida, sendo a maioria privada de condições adequadas de saúde, educação, segurança e lazer.

1) -Tipos de Violência:

a) – Violência domestica

Dentro de muitas casas existe uma violência constante e que passa despercebida, porque na maioria dos casos, não sai registrada nos órgãos da imprensa sensacionalista.

Violência entre os pais, de pais contra os filhos, de filhos contra os pais, entre os irmãos. Essa violência doméstica não ocorre somente através de agressão física direta, aquela que deixa marcas, mas sob a forma de desunião, de rancor, de falta de assistência moral, intelectual e financeira.

Ausência de diálogo, falta de carinho, de amor e de compreensão, privação do estudo, são todas formas sutis de violência que corroem o organismo familiar.

Criou-se, por exemplo, a Delegacia de Crimes Contra a Mulher, exatamente para apurar e punir os crimes praticados silenciosamente dentro dos lares, já existindo uma em Araguari.

Em Belo Horizonte, um filho enlouquecido, sob o efeito de drogas (cocaína) assassinou cruelmente seus pais; outro, estuprou e matou a própria avó de 85 anos de idade.

b) – Violência política:

A política – arte de governar – considerada em si mesma é uma coisa boa e necessária para a organização e o controle da sociedade. Entretanto, o que se vê em nosso País, em boa parcela, é a luta pura e simples pelo poder, pelo mando, sem se levar em conta os interesses maiores da população brasileira.

Um Deputado Federal do Estado de Alagoas, que teve cassado o seu mandato, está sendo processado sob acusação de haver mandado matar uma Colega, eleita com mais votos, objetivando tomar o seu lugar.

Os Presidentes do Senado Federal (Senador Antonio Carlos Guimarães), e da Câmara dos Deputados (Deputado Michel Temer) trocaram entre si acusações violentas e mesmo de baixo nível moral. = * Nota 2.

c) – Violência esportiva:

Existem esportes, como o boxe, a capoeira, o karatê, o jiu jitsu, o tae Ken dô, e outros, que são, por si mesmos violentos, mas que conseguem conter essa violência, dentro de suas regras.

Esses esportes, como é o caso do boxe, possuem adversários que defendem a sua extinção, mas pelo menos permitem e fixam regras e limites, onde os lutadores seguem essas regras e esses limites, podendo soltar e, por isso, controlar, sua agressividade, assim como as plateias. = Nota 3.

Claro que existem excessos, golpes baixos, que exigem castigo, como a desclassificação e a expulsão.

O automobilismo é muito perigoso, e de vez em quando, ocorrem acidentes fatais, registrando mortes e ferimentos de pilotos.

Isso não justifica e nem significa que o ser humano vá abrir mão desses esportes perigosos, pois são melhores do que as guerras e os assassinatos, que não tem regras a observar, onde vale tudo.

O ser humano é violento e é melhor que essa violência – fique sob controle, com base nas leis e regras de cada esporte especializado.

d) – Violência estudantil:

Uma pergunta torna-se necessária. O que está havendo com nossos estudantes, com os estudantes do mundo inteiro?
Nos Estados Unidos, foram registrados massacres covardes e premeditados, praticados por estudantes contra professores e colegas de escola, sem qualquer motivo aparente ou provocação anterior.

No Brasil, também há muitos casos de estudantes que vão às escolas armados de revolver e de faca, que matam e que ferem. Isso sem falar nos atos de furto e de vandalismo, privando os estabelecimentos de ensino da merenda escolar e dos aparelhos eletrônicos (computadores, televisores, vídeo cassete) que servem para melhorar a qualidade de um ensino já deficiente em nosso país. Por qual motivo ocorre tanta violência?

e) – Violência televisiva:

A televisão representou um grande progresso, transformando o mundo numa aldeia, num lugar pequeno e sem mistérios. Uma notícia cobre o mundo num piscar de olhos.
Em compensação, devido ao enorme poder de domínio que possui, a televisão tem o seu lado ruim e perverso, na medida em que dissemina a violência de forma exagerada, por falta de opção para coisa melhor ou simplesmente para conseguir maiores índices de audiência e, com isso, mais patrocínio e mais ganho de dinheiro para os proprietários das grandes redes.

Os noticiários mais assistidos baseiam-se sempre em notícias ruins, onde a violência é a marca registrada. A guerra da OTAN contra a Iugoslava, ataques de Israel contra o Líbano, massacres no interior da África, guerra entre traficantes do Rio de Janeiro, etc. =Nota 4.

Sem falar nos filmes de guerra, de faroeste, policiais, onde surgem a máfia, a corrupção, toda sorte de banditismo, mostrando a pratica de crimes e de cenas de horror.

As novelas também já não possuem limites rígidos e nem respeitam o horário, mostrando cenas fortes de sexo (como os filmes), desunião familiar, conflitos de toda sorte.

Seria necessária a volta de uma censura do governo para a televisão ou bastaria um pouco mais de responsabilidade dos donos das emissoras?

Filmes com Charles Bronson (Desejo de Matar I, II, III, IV), com o assassino Jason (I, II, III, IV), Hora do Pesadelo, Sexta-Feira 13, etc.

O Programa do Ratinho, mostrando pessoas doentes e pervertidas, inclusive envolvendo-se com animais, talvez cause mais mal do que bem, como no caso do sequestro de Wellington, irmão dos cantores sertanejos Zezé de Camargo e Luciano, onde o apresentador pretendeu lançar uma campanha nacional, pedindo contribuições para pagar o resgate exigido, atrapalhando as negociações que a família fazia em segredo. = Nota 5.

A Tiazinha com apelo ao sexo e cenas de sadismo (uso de chicote e depilação com dor nos rapazes que erram as respostas) desvia os telespectadores dos reais problemas do Brasil. = Nota 6.

* Aluno: Rodrigo Cardoso Fernal.
* Professora: Maria do Carmo.

Notas:

* 1) – As duas (últimas) guerras mundiais ocorreram no Século XX.
* 2) – Hoje: Senador David Alcolumbre e Deputado Rodrigo Maia.
* 3) – Hoje: full contact e/ou MMA primam pela violência desmedida.
* 4) – Hoje: dou como exemplo o “terrorismo midiático” em face da pandemia.
* 5) – Isso de fato aconteceu. Sem intuito de denegrir quem quer que seja.
* 6) – Isso também aconteceu. Cada um pense e conclua como quiser.