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Neuropsi – Como se define Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

qui, 30 de março de 2017 05:43

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1- Como se define Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

O TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento.

O TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como sono e distúrbios gastrointestinais e podem apresentar outras condições como síndrome de deficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia. Na adolescência podem desenvolver ansiedade e depressão.

2-Qual a incidência do Autismo?

De acordo com estudos recentes o autismo seria 4 vezes mais frequente em pessoas do sexo masculino, independente de raça e classe social.

O único estudo epidemiológico sobre autismo realizado no Brasil encontrou frequência de 0,3%, o que significa dizer  que há, pelo menos, 570 mil brasileiros com Transtorno do Espectro Autista.

3-A inclusão social das pessoas com autismo deve começar em casa?

Sim. Todo autista tem direito de ser acolhido por sua família que deve ser fortalecida, instruída e instrumentalizada para defender os direitos humanos das pessoas com autismo, possibilitando seu pleno desenvolvimento e a inclusão na sociedade.
Não se perde direitos por ser autista. Crianças, jovens e adultos com autismo gozam dos mesmos direitos e dignidade que as demais pessoas. Sendo que, se necessário, devem ser garantidos os apoios e adaptações razoáveis para o exercício desses direitos.

4- Os autistas devem frequentar escolas comuns?
Claro! Quando se pensa em termos de inclusão, é comum a ideia de simplesmente colocar uma criança que tem autismo em uma escola regular, esperando assim que ela comece a imitar as crianças normais, e não crianças iguais a ela ou crianças que apresentam quadros mais graves. Pode-se dizer, inicialmente, que a criança com autismo, quando pequena, raramente imita outras crianças, passando a fazer isto apenas após começar a desenvolver a consciência dela mesma, isto é, quando começa a perceber relações de causa e efeito do ambiente em relação a suas próprias ações e vice-versa. Algumas crianças que têm autismo podem demorar muito neste processo de aquisição da consciência sobre si próprio, e outras podem jamais vir a desenvolvê-la. Um atendimento especializado, antes da inclusão numa escola regular, pode ajudar a criança a desenvolver a consciência de si mesma.

5-Como uma criança autista se relaciona como com os pais? É carinhosa como as demais?
Apesar de não demonstrar afeto da mesma maneira que as outras crianças, isso não quer dizer que o autista não ame seus pais. Ele simplesmente se expressa de maneira diferente. O convívio permite que a família aprenda a identificar essas manifestações peculiares de carinho.

6-Meu filho vai se desenvolver normalmente?
Não é possível prever. O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com autismo e torna-se um adulto com autismo.

Assim como qualquer ser humano, cada pessoa com autismo é única e todas podem aprender.

Os pais devem sempre se esforçar para identificar as potencialidades de seu filho, encorajando-o a enfrentar desafios como qualquer criança. Não é recomendado adotar uma postura superprotetora.
Há casos de indivíduos que conseguiram uma boa evolução nas áreas cognitiva, afetiva, social e motora. Além disso, tiveram escolarização regular – com ou sem adaptação curricular – e obtiveram uma realização profissional.
Vale lembrar que o tratamento envolve diversos profissionais, tais como: neuropsicólogo, neurologista, psiquiatra, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, dentre outros.

 

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