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qua, 11 de dezembro de 2013 00:00
A menos de 200 dias para a Copa, permanece a violência em estádios brasileiros
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“Isso não é futebol, é barbárie”, classifica jornal espanhol . Foto: Divulgação

“Isso não é futebol, é barbárie”, classifica jornal espanhol . Foto: Divulgação

“Devido ao alto risco de confrontos na estrada, em consequência do grande número de torcedores de clubes rivais que estarão se deslocando para os jogos da última rodada, nesta viagem não serão vendidas passagens para mulheres e menores”. Nota oficial emitida pela torcida “Os Fanáticos”, do Atlético Paranaense, sete dias antes do confronto decisivo diante do Vasco.

Como penalidade por um tumulto no estádio Durival Britto, em Curitiba, os rubro-negros tiveram que levar a partida derradeira da temporada para a Arena Joinville, a 130 km da capital paranaense. Além do mando de campo, o Atlético teve que desembolsar R$ 30 mil ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A receita para uma nova tragédia.

As cenas de brutalidade e selvageria protagonizadas no último domingo são apenas o retrato da cultura permissiva das nossas autoridades. A menos de 200 dias para a Copa do Mundo, o câncer do futebol brasileiro se alastra sem tratamento intensivo. Ao invés do banco dos réus, pessoas fantasiadas de torcedores infiltram nas arquibancadas dos quatro cantos do país.

Não adianta as torcidas anteciparem um confronto via internet, tampouco o clube ter que pagar uma multa inferior ao que seria arrecadado na bilheteria. A falta de controle é um convite aos “baderneiros de plantão”.  Um assunto de segurança pública.

De acordo com um levantamento do “Diário Lance!”, desde 1988, 234 pessoas perderam a vida por conflitos de torcidas uniformizadas. Ao menos 30 mortes ocorreram este ano. Mais de duas vítimas fatais por mês. As punições? Perdas de mando de campo e lucros com excursões fora das dependências dos clubes.

Pai protege o filho durante confronto nas arquibancadas. Foto: Divulgação

Pai protege o filho durante confronto nas arquibancadas. Foto: Divulgação


Assim como no Brasil, a Inglaterra optou por retirar todos os alambrados das praças de esporte após a morte de 96 torcedores durante uma partida em 1989. Antes da medida, todos os responsáveis identificados foram banidos e a segurança reforçada. Enquanto isso, no país da próxima Copa, os novos estádios abrigam velhos problemas. Arenas de batalha, onde os jogadores, de protagonistas, se tornam coadjuvantes.

PRÓXIMA PARADA: Copa do Mundo

O caminho está lançado. Na última sexta-feira, 6, a Fifa divulgou as oito chaves da Copa do Mundo. De bonito, apenas a apresentação impecável de Fernanda Lima. Destaque para os confrontos de gigantes na primeira fase e o “grupo da vida” garantido para a Argentina. Ao contrário dos nossos hermanos, o Brasil pode ter a sequência mais delicada a partir das oitavas de final. Curiosamente, apenas os argentinos, em 1986, faturaram o título passando de quatro campeões mundiais.

 

Os piores grupos da morte da história das Copas:

1978: Itália, Argentina, França e Hungria
1990*: Camarões, Romênia, Argentina e URSS
2002: Argentina, Inglaterra, Nigéria e Suécia
2006: Argentina, Holanda, Sérvia e Montenegro e Costa do Marfim
*Quatro potências do futebol mundial, com a atual campeã Argentina, URRS, Camarões de Roger Milla e a Romênia de Gheorghe Hagi

BOLETIM DO BRASILEIRÃO

Coluna PJ 3

Os principais desempenhos na gangorra do campeonato

Passes: São Paulo (14.032)
Finalizações certas: Cruzeiro (266)
Desarmes: Santos (942)
Cruzamentos certos: Atlético – PR (166)
Lançamentos certos: Botafogo (839)
Melhor ataque: Cruzeiro (77 gols)
Pior ataque: Náutico (22 gols)
Melhor defesa: Corinthians (22 gols)
Pior defesa: Náutico (79 gols)
Mais violentos: Criciúma (772 faltas), Atlético – MG (109 cartões amarelos) e Fluminense (11 cartões vermelhos)
Maiores fiascos: Fluminense, último campeão e rebaixado (pela primeira vez na história) e Vasco (em cinco anos acumulando dois rebaixamentos);
Seleção: Fábio (Cruzeiro); Vitor (Goiás), Dedé (Cruzeiro), Gil (Corinthians) e Alex Telles (Grêmio); Nilton (Cruzeiro), Elias (Flamengo), Seedorf (Botafogo) e Éverton Ribeiro (Cruzeiro); Walter (Goiás) e Éderson (Atlético – PR). Técnico: Marcelo Oliveira (Cruzeiro)
Revelação: Marcelo (Atlético – PR)
Melhor jogador: Éverton Ribeiro (Cruzeiro)

O ADEUS DE NELSON MANDELA

“Madiba” usou do esporte para unir brancos e negros na África do Sul

“Madiba” usou do esporte para unir brancos e negros na África do Sul

“O esporte tem o poder de mudar o mundo. Tem o poder de inspirar, tem o poder de unir as pessoas de uma forma que poucas outras coisas conseguem. Ele fala aos jovens em uma linguagem que eles compreendem” (1918 – 2013).

VARANDÃO DA SAUDADE

Na penúltima edição da série que relembra os ícones dos gramados nacionais, Jairzinho. De gandula a ídolo do Botafogo. De fã a substituto de Garrincha. De reserva na seleção brasileira a “Furacão da Copa”.

Ícone alvinegro, foi um dos três únicos a balançar as redes em todos os jogos de um mundial. Foto: Divulgação

Ícone alvinegro, foi um dos três únicos a balançar as redes em todos os jogos de um mundial. Foto: Divulgação


Nome: Jair Ventura Filho

*: 25/12/1944, no Rio de Janeiro

Clubes: Botafogo (1961 – 1974 e 1981); Olympique de Marselha, França (1974 – 1975); Cruzeiro (1975 – 1976); Portuguesa (1977); Noroeste (1978); Fast Club (1979); Jorge Wilstermann, Bolívia (1980)

Seleção: 1964 – 1982 (80 jogos, 33 gols)

Principais conquistas: Campeonato Brasileiro (1968), Copa do Mundo (1970) e Taça Libertadores (1976)

* A série “Varandão da Saudade” é baseada no livro “Os 100 melhores jogadores brasileiros de todos os tempos”, obra dos jornalistas André Kfouri e Paulo Vinícius Coelho

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