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Coluna: Furando a Bolha (25/04)

sex, 25 de abril de 2025 10:00

FURANDO A BOLHA

 

O que é ser patriota?

 

 

Recentemente estive em uma viagem a um país que me surpreendeu positivamente de diversas maneiras: Turquia. E lá tive impressões que se confirmaram acerca do que é ser verdadeiramente patriota. Independentemente das questões políticas que permeiam o país nos dias de hoje, que não cabe a mim analisar, pude perceber um senso de orgulho como há tempos não via em lugar algum. O orgulho genuíno, sem viralatismo; orgulho da história e das pessoas que contribuíram para a unicidade e o crescimento do país. A Turquia é um país islâmico que, graças ao seu líder Mustafa Kemal Atatürk (1881–1938), conseguiu, por meio de políticas de modernização, uma interpretação liberal e ad extensiva do Alcorão, colocar-se no século XX — e, com certo esforço, também no XXI — industrializar-se e rever preceitos que seriam, até então, considerados imutáveis dentro do islamismo. Permitiu-se que as pessoas tivessem liberdades em diferentes segmentos da vida, algo que, convenhamos, não é exatamente um traço comum a outros países de mesma origem ideológica.

Dessa maneira, sempre critiquei parte da imprensa e de cidadãos que se dedicam com afinco a falar mal do Brasil, como se fosse um esporte nacional — o viralatismo performático. Essa turma, que se emociona ao ver nossos minérios cruzarem oceanos sem retorno, ou que vibra ao ver empresas nacionais serem compradas a preço de banana por conglomerados estrangeiros, é a mesma que grita por “soberania” enquanto faz continência a bandeira americana.

Quando o atual presidente americano venceu as eleições, vi políticos brasileiros comemorando como se tivessem vencido também. Alguns, mais empolgados — ou desesperados por aprovação — usavam até boné do MAGA (“Make America Great Again”, para quem faltou à aula de inglês e ainda acha que isso nos inclui). Fiquei confuso. Talvez acreditassem que, ao fazer a América grande de novo, um milagre da geopolítica aconteceria e sobraria um pedacinho de grandeza para nós — tipo brinde de

aniversário infantil. Mas não. A verdade é que, para qualquer presidente americano, o Brasil ocupa um lugar especial… no rodapé das prioridades. Bem ali, entre a política agrícola do Uzbequistão e os preços do cacau em Burkina Faso (ironia).

E é nesse momento que você entende: o problema não é a falta de orgulho nacional. É que, por aqui, a gente ainda confunde soberania com subserviência, modernidade com terceirização da alma e patriotismo… com a bandeirinha de outro país pendurado sob forma de perfume no retrovisor interno.

Mas calma. Talvez ainda haja esperança. Talvez o dia em que estamparem camisetas com “Make Brazil Think Again”, a gente comece a caminhar. Ou, no mínimo, a parar de aplaudir de pé enquanto nos vendem em suaves prestações — com frete grátis e sem direito à devolução.

 

 

 

 

 

 

 

Leandro Alves de Melo, bacharel em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia, advogado, colunista, é proprietário dos escritórios Alves & Melo Advocacia MG e GO, pós-graduado em gestão de pessoas INESP/SP (2018-2020), especialista em Direito Previdenciário pelo IEPREV/BH (2020 a 2022), pós-graduado em Direito Constitucional pelo Instituto de Direito Público de Brasília (2019-2022), vencedor do Top of Mind 2023: advogado previdenciário e vencedor do Top of Mind 2024: advogado constitucional.

 

Alves & Melo Sociedade de Advogados

34 3242 1489 e Whatsapp 34 99900 0819 (MG e GO)

4 Comentários

  1. Eliane disse:

    Nos ficamos felizes do Trump ganhar as eleições porque era mais um pais a sair do buraco. Alegria de ver que os UEA não ia virar o Brasil. Vamos ver se vamos conseguir sair desse atoleiro em 2026. Onde a esquerda pisa, a grama não nasce como disse Margareth Tachear.

  2. Rosmar Shunger disse:

    Agente vê mesmo que o brasileiro, em vez de ter orgulho do próprio país, fica babando ovo pra fora. É só gringo chegar que nego já abaixa a cabeça, acha que tudo de fora é melhor. A gente tem tanta coisa boa aqui, mas parece que tem vergonha de ser quem é. Enquanto não mudar essa mentalidade de vira-lata, o Brasil vai continuar andando pra trás. O problema tá dentro da cabeça do povo. Tá na hora de levantar a cabeça e se respeitar mais. Essa é a verdade nua e crua

  3. ELIANE disse:

    O que estraga o Brasil é Brasília com seus políticos corruptos que rebentam com tudo, todo o dinheiro fica concentrado nas mãos deles. A Venezuela é o país que mais tem petróleo no mundo e no entanto sua população vive massacrada e tem que fugir para não passar fome. O Brasil mandava alimentos para Cuba e pensam que eles dão para os pobres, eles vendem no mercado negro para eles segundo os próprios cubanos. A África Central só vive na pobreza e ainda dominada por terroristas e não adianta um país rico querer ajudar porque vai parar tudo nas mãos dos governos corruptos. Precisamos de mais para as cidades e menos para Brasília, tudo que está acontecendo nas cidades brasileiras são reflexos de Brasília. Outro dia tinham pessoas reclamando pela falta de um remédio, aí eu fui pesquisar e descobri que o problema era lá em Brasilia e não tinha nada a ver com as cidades. Temos orgulho do Brasil, menos de político rato. Roubaram dinheiro no pagamento do INSS da minha mãe durante 14 anos quando eu procurei o advogado ele disse que era sindicato e tinha que entrar na justiça para receber 5 anos, só parou quando tiraram aquela que nos anos Setenta era A de bancos, tentaram prender lá em Catalão, mas ela fugiu. Eu fiquei sabendo no jornal daqui e no Pinterest.

  4. Eliane disse:

    Se estamos escrevendo aqui é porque entramos no Google que é americano e foi criado por dois californianos em 1998 e a sede é na Califórnia que cujo PIB é o Pib do Brasil inteiro e também como outras tecnologias que vem de lá. Aqui no Brasil se não fossem os imigrantes que é só observar as marcas dos produtos criados no passado, ele não seria o que é hoje. Precisamos de políticos que amem o Brasil e não sugadores do dinheiro público que mais parecem sacos sem fundo e não há dinheiro que chega.

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