Meio Desligado – Rock in Rio: o que teve
qua, 30 de setembro de 2015 08:05Queens of the Stone Age mantendo o padrão
As fãs com os peitos de fora roubaram um pouco a cena, mas eles voltaram novamente ao festival fazendo um show bem feito. É uma das bandas que eu teria vontade de ver no festival. O som consistente não fica vazio num palco e local tão grandes, algo que prejudicou outros artistas. Os hits que todo mundo espera deles estavam presentes no setlist e é isso aí, aquele stoner rock de boas que a gente gosta.
Faith no More, ascensão e “queda”
Todo mundo de branco e um monte de flor no palco. Mas isso não importa. Apesar do som não estar lá essas coisas, o vocalista Mike Patton manda bem nos vocais, o baixista também estava muito bem e o grupo apresentou músicas novas, ao contrário de certas bandas. Mas não tem como deixar de falar do tombo. Durante a música Caffeine, Patton tentou pular nos braços da plateia, mas não conseguiu impulso suficiente para ultrapassar o fosso entre palco e público. Bateu as costas na grade, mas se levantou e continuou o show.
Nigthwish
Diretamente da Finlândia e acompanhados de Tony Kakko, da Sonata Arctica, o grupo conseguiu levar muitos fãs ao Palco Sunset, que cantaram junto boa parte das músicas. Tive minha fase de Nightwish, mas à medida que crescemos, esse tipo de som que cai bem em trilhas sonoras de RPG vai perdendo a graça. Para quem gosta, foi muito bom. O show seguiu tranquilo e muito bem feito.
A-Ha, nostalgia e romantismo
Momento nostalgia do RiR. Quem se divertiu mesmo neste show foram os pais do pessoal que foi lá para ver a Katy Perry. Não podia faltar sucessos como “Cry Wolf”, “Hunting High and Low”, Crying in the Rain”, “You are the One”, e é claro, “Take On Me”. Bandas de pop dos anos 80 = muito teclado, muito mesmo. Debaixo de chuva, o vocalista Morten Harket e seus colegas conseguiram empolgar a massa que estava lá só pela Katy Perry.
Meu nome é Júlia! Raiaiaia
O show da Katy Perry é o de sempre: muito brilho, muito figurino, dançarinos, coisas espalhafatosas. Mas dois momentos foram impagáveis no show dela. Um deles foi durante a música “Dark Horse”, quando a plateia gritou “meu nome é Júlia” após o refrão, uma referência ao vídeo de uma menina brasileira que faz uma “dublagem” bem espirituosa da canção. O outro momento foi quando Katy Perry pegou uma menina da plateia pela mão e a levou ao palco. Em seguida perguntou seu nome e ela respondeu: “Rayane”. Mas quem disse que a cantora conseguia falar? Saiu uma espécie de “Raiaiaia”, que ela repetiu continuamente ao se referir a garota.
Rihanna
Confesso que nunca foi minha praia, mas me surpreendi com a qualidade da apresentação. A cantora não chegou com um figurino de diva, não fez uso de cenários ou de outros recursos do tipo. Chegou, cantou e se saiu bem dentro daquilo que propõe. Ao vivo, suas músicas perderam um pouco daquela “luminosidade” do pop e adquiririam uma pegada mais rock. O show foi curto, mas empolgou.
Absurdo
A Justiça presenciou no festival regime de trabalho análogo a escravidão na lanchonete Batata no Cone. Sem saneamento básico, dormindo no chão e com documentos retidos, 17 funcionários seguiam durante o evento. Segundo o Ministério Público, além de pagar de R$ 210 a R$ 400 para ter direito ao trabalho de ambulante no evento, eram obrigados a pagar os produtos que não conseguiam vender. De acordo com as investigações, o preço da batata era de R$ 14 para o público e o lucro para cada trabalhador era de R$ 2.
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O dia em que o povo parar de pagar, parar de comparecer, parar de incentivar esses espetáculos que só visam lucros absurdos ,,,
Excelente abordagem com linguage clara e objetiva. Parabéns!