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Meio Desligado – PT é o novo Collor, PT é o novo Maluf

qua, 5 de outubro de 2016 05:59

meio desligado

por Flavio Morgenstern

Que o PT foi o maior derrotado das eleições municipais, isto é óbvio para todo o país. Duas análises de mentalidade podem decorrer do fato: funcionamento do PT e a visão do restante do país a respeito do partido.

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Apesar de a esquerda hoje se dividir em vários partidos, do velho PDT à nova extrema-esquerda de PSOL e Rede, o PT continua como partido-metrópole e única ideologia política consubstanciada em um partido que a defenda claramente no país.

Tal ideologia é baseada na ideia de tomar o Estado para proteger os pobres: o Estado é visto como um grande programa social, usando seu orçamento para fazer a chamada “distribuição de renda”: os pobres, portanto, deveriam ser de esquerda e adorar o Estado, enquanto a direita seria composta apenas por “ricos”, filhos de igualmente ricos que têm seu “capital” ameaçado.

É um ideário que muitas pessoas têm na vida, quando o ouvem pela primeira vez, sobretudo na juventude. Quando refletem mais posteriormente a respeito do funcionamento da economia e do que permite o enriquecimento dos pobres, a crença no Estado vai sendo escanteada para as pressuposições infantis, atrasadas e risíveis da puberdade e, mesmo que não formulada em novos conceitos e difíceis livros de ciência política, a esquerda vai sendo abandonada em favor da vida real.

O PT tentou uma sobrevida pós-impeachment com a mesma narrativa. Após o Brasil testemunhar seus desmandos e o que é mesmo um poder estatal gigantesco em troca de algumas migalhas para os pobres em troca de votos, só restou a militância mais histérica e fanática, negadora da realidade, que sempre vai defender o partido, não importam quais sejam os fatos.

Essa militância acredita em “golpe”, em “fim da democracia”. Em 2014, no prenúncio do processo de impeachment, falavam em “respeitar as urnas”. O discurso havia mudado a partir do momento em que foi ficando claropara o público que as eleições de 2014 foram vencidas com fraude. Ainda assim, alguma tentativa de discurso tentava ser ventilada, completamente apartada da realidade.

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Em números, este foi o primeiro recado óbvio de domingo: não houve golpe. Não houve o fim da democracia. O impeachment não foi obra de Eduardo Cunha contra o voto do povo, que seria totalmente petista. (…)

Na vida concreta, fora de livros de acadêmicos em torres de marfim, longe da visão de jornalistas incapazes de entender o que eles próprios relatam e de estudantes repetindo roboticamente bordões de seus professores, o PT perdeu muito mais do que a mais anti-petista das projeções poderia imaginar.

Assim como a propensão da pessoa ao petismo se afasta quanto mais ela está apartada da puberdade prolongada em movimentos estudantis, o PT só consegue sobreviver em cidades minúsculas, com ligações tênues com o noticiário e a exposição de políticos ao público.

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O ocaso petista será se refugiar onde figuras ultrapassadíssimas e vergonhosas da política como Collor e Maluf se refugiaram: nos currais eleitorais perdidos no interior do país (ou de Universidades ideológicas) com alguns votos garantidos para figuras sobreviventes, como um Eduardo Suplicy ou os cupinchas dos irmãos Viana.

Não se trata apenas de números, mas também de geografia e mentalidade. Os jovens, os jornalistas e os famosos não percebem o futuro, mas as eleições de 2016 o descortinam claramente: ter sido petista será considerado muito mais vergonhoso do que ter sido malufista ou collorido.

P.S. Peço desculpas aos leitores da Meio Desligado pela falta de tempo. Isso não se repetirá nas próximas semanas.

3 Comentários

  1. Igor disse:

    Que texto é esse, meu Deus?
    Como deixam alguém subir um texto com tamanha asneira?
    Tomei a liberdade de imprimir esse maravilhoso conteúdo para debatermos aqui na USP sobre os devaneios do jornalismo.

    Vocês deveriam pedir desculpas não pela falta de tempo e sim por trazer até o leitor algo tão raso e estupido. Precisamos ler, tomar conhecimento de e depois rabiscar um papel. PELO AMOR!

  2. Alex Guimaraes disse:

    Pra que uma coluna que reproduz textos soltos que lê por ai? A sua carinha no topo é para dar a impressão que é vcoê que escreve?

  3. Igor disse:

    Voltei para dizer que encontramos esta publicação no site sensoincomum.org.
    Aqui você nos apresenta um texto que foi lido na rede e que deu credibilidade ou apenas “gostou” e achou legal republica-lo aqui. Aquela máxima, né? Já que recebo por estar aqui, deixa eu produzir.

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