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Meio Desligado – Desocupa, Araguari!

qua, 2 de novembro de 2016 05:54

meio desligado

Há dois fatos que os apoiadores da ocupação tentam abafar, mas que a sociedade já percebeu: as ocupações são orquestradas por entidades, sindicatos e demais movimentos ligados à partidos políticos de esquerda; os alunos não sabem nada sobre a bendita PEC. Mas não pretendo entrar no mérito das reivindicações que motivaram esse movimento, e sim os meios, a forma como isso aconteceu. Tem muita gente que é contra a PEC, mas não concorda com as ocupações. É disso que se trata o artigo.

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Não é novidade para ninguém que o PT, PSOL e companhia tem contato direto com a União Nacional dos Estudantes e com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) que responde pelas ocupações. A presidente da UBES, Camila Lanes, 19, é ligada ao PCdoB e também é integrante da União da Juventude Socialista. Então a retórica de que o movimento das ocupações é apartidário cai por terra. Isso sem levar em consideração o silêncio absoluto com os R$ 9 bilhões de corte feitos pela Dilma na Educação em 2015.

Tanto em Uberlândia quanto em Araguari, as ocupações começaram após a visita de estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). As ocupações foram consentidas pelos diretores e incentivadas pelos professores, pois se os mesmos fossem contrários, dificilmente dariam suporte aos alunos. Além disso, os movimentos de ocupação antecederam o próprio conhecimento dos alunos em relação a PEC e outras pautas que estavam sendo temas das reivindicações, como a reforma do ensino médio e “Fora Temer”.

Então temos um movimento de conotação política que consiste em ocupar as escolas e como consequência interrompe as aulas regulares, supostamente encabeçado por alunos que não conhecem as pautas deste movimento. Se isso estivesse acontecendo na porta da escola, em lugar público, como prevê a lei, a história seria outra.

É aí que está o ponto mais questionável desse movimento. As ocupações não tem legitimidade porque ferem o direito dos outros alunos que querem estudar. Mas como não estão organizados, não dispõe de apoio no ambiente escolar, acabam sendo maioria abafada pela minoria que tem voz ativa. Esses alunos estão sendo prejudicados, principalmente devido à proximidade do Enem. Provavelmente teremos um mega transtorno vindo aí e acredito que isso deve gerar gastos aos cofres públicos da Educação.

Não é por acaso que os movimentos a favor da desocupação tem obtido vitórias ao procurar a Justiça. Os pedidos de reintegração de posse tem feito a quantidade de ocupações reduzir. A morte de um jovem de 16 anos, assassinado pelo colega em uma ocupação do Paraná no dia 24 de outubro, tampouco desestimulou os protestos.

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Quer protestar contra o Temer, contra a PEC, vai lá, é direito seu. Mas faça isso de um jeito que não prejudique o outro, num local público, sem atrapalhar o acesso à educação, o direito de ir e vir. Uma boa causa jamais pode ser justificada a qualquer custo. A história mostra que isso não termina bem.

7 Comentários

  1. Lucas Veiga disse:

    Que texto nojento! Matéria mentirosa e tendenciosa! A mídia é ruim, mas a mídia de Araguari é podre! Quer saber de educação? Pergunte pra quem entende, não pra jornalista baixo-nível.

  2. Lucas disse:

    Que jornalismo é esse? Texto de opinião? Confusão! Que falta de embasamento, técnica e imparcialialidade! Nada mais falta nesse país!

  3. Junior disse:

    Que JORNALISMO É ESSE? Pergunta pertinente quando A MÍDIA TENDENCIOSA fala do absurdo do NÃO MINISTRAR AULAS ou até mesmo uma possibilidade de não TER O ENEM. PARABÉNS TALITA é uma coluna e é claro sua opinião expressa de muita gente que NÃO ACHA CERTO OCUPAR OU INVADIR as escolas.

  4. Victor disse:

    Há três fatos que a jornalista da matéria tenta abafar e/ou distorcer, mas que muita gente faz vista grossa.
    O primeiro deles é que ela nunca colocou os pés dentro de uma escola ocupada e nunca entrevistou os estudantes que estavam organizando o movimento, logo, não tem e nunca vai ter o conhecimento de causa, ou melhor, não possui o conhecimento empírico do que se passou nas ocupações. Aqui jaz o jornalismo sério e com um mínimo de isenção – que se espera dos profissionais dessa área.
    O segundo fato é que a jornalista não sabe o que é Direito. Não consegue ter uma leitura sistematizada do ordenamento jurídico brasileiro e só pontua aqui a parte jurídica que lhe convém. Ocupar é um direito e ocupar não é invadir. Ocupação nada mais é do que o direito de reunião cumulado com o direito de livre expressão, ambos garantidos pela nossa Constituição – Constituição esta que vai ser violada pela aprovação da PEC 55. Sem contar que a escola é dos estudantes e lá eles estavam, tendo aulas e oferecendo aulas pra quem quisesse participar. Sim, são aulas, mas talvez você não concorde porque aula pra você seja só aquela que se passa dentro de sala, com carteiras enfileiradas e 50 minutos de duração. Vamos atualizar, colega? Tudo modernizou, mas esse modelo de educação e de sala de aula é o mesmo desde o século XVIII e está falido. Dúvidas disso? É só você procurar uma foto da sala de aula daquela época e procurar a posição do Brasil nos índices de educação.
    Ahh, falando em história, parece que a jornalista não a conhece. Mal sabe ela que pra conseguir o espaço que ela tem hoje no jornalismo já passamos por muita “bagunça” e que direitos não se conquistam sem “transtornos”. Mal sabe ela que o Estado já usou de seu aparato pra legalizar escravidão e também pra proibir o voto de alguns segmentos da sociedade, fora outras atrocidades que poderia passar a tarde escrevendo.
    E terceiro, sou estudante da UFU e fui o primeiro estudante da UFU junto com outros dois a entrar na primeira escola que estava ocupada em Araguari. Ah, ela já estava ocupada. Pra ficar claro e não restarem dúvidas vou repetir: A ESCOLA JÁ ESTAVA OCUPADA. O – C – U – P – A – D – A. E pra ficar mais claro ainda, não sou filiado a nenhum partido e não faço parte de nenhum movimento estudantil, sindical ou social, apenas me disponibilizei a participar do coletivo que foi criado pela Faculdade de Direito da UFU, em caráter urgente, extraordinário e temporário, com o intuito de assegurar a integridade física e o direito de manifestação e reunião dos estudantes.
    Não sei se você sabe também que quando as pessoas protestam na rua, dois direitos entram em choque e, nesse caso, faz-se um sopesamento e um deles prepondera sobre o outro por determinado tempo. Nesse caso, eu te pergunto: Se você estiver andando de carro na rua (direito de ir e vir) e se deparar com uma passeata (direito de manifestação e reunião) contra o Temer, como você citou , você passaria em cima dos manifestantes pra ter o seu direito de ir e vir exercido e assegurado? Tenho até medo do que você respondeu…
    Sobre o ENEM, vamos combinar uma coisa? De que serve esse processo seletivo se as vagas pra Universidade Pública já começaram a ser diminuídas e daqui a 20 anos podem nem mesmo existir? O ENEM avalia só uma semana de estudo ou os três anos do Ensino Médio? Até onde eu sei, são os três anos e a ocupação durou uma semana e o direito de educação estava lá a disposição de quem quisesse participar dos aulões.
    Por fim, sobre os gastos, não parece que isso é problema pro nosso governo, que aumentou os recursos do Judiciário em 41%, do MPU em 19 % e está dando televisões de brinde pros nossos parlamentares. Fora isso, temos os projetos que estão rolando por aí, de auxílio educação de R$ 7.500,00 para os filhos/dependentes de magistrados e as mesadas pra vereadores que felizmente foram vetadas ontem. Que tipo de cortes de gastos são esses ? São seletivos igual sua matéria?
    Menos ódio, distorção e desinformação. Mais comprometimento, isenção e empatia, por favor.

  5. Bruno Honório disse:

    O pessoal que escreveu insultando a autora do texto acredita mesmo que todo esse movimento é apartidário ?? Ou que tem embasamento essa bagunça toda nas escolas ?? E que quem organizou essa palhaçada não tem interesse no mesmo ?? Sério mesmo ??

  6. Talita Cristina Gonçalves disse:

    Boa tarde,

    Coluna de OPINIÃO é DIFERENTE de MATÉRIA. Eu assino esta coluna. Esta é a minha opinião.

    COLUNA: Uma coluna é um artigo redigido por um colunista, normalmente assinado, publicado com determinada regularidade num jornal, revista ou outro tipo de publicação, quer impressa, quer na Internet. A coluna pode ser publicada em revistas diariamente, semanalmente ou mensalmente.

    Características de uma coluna:
    A coluna diferencia-se de outros tipos de jornalismo por ter as seguintes características:

    É um artigo regular numa publicação;
    É normalmente assinado;
    Os temas podem ser variados.
    Contém explicitamente uma opinião ou ponto de vista do autor;
    O autor pode utilizar a primeira pessoa do singular;
    O autor pode definir o tom, o ponto de vista, etc. com que pretende dirigir-se aos seus leitores.

    Obrigada pela compreensão,

    Abraços

  7. Thiago Scalia disse:

    Fantástico artigo! Em Araguari muitos ocupantes sequer estudam. Tornaram-se massa de manobra política. Vão primeiro conhecer a PEC e inserí-la num contexto maior. Tal PEC se fez necessária em função dos exorbitantes gastos públicos e desvio de verba (executados principalmente pelo partido que apoia e organiza as manifestações). Por que não invadiram o Congresso quando descobriram o rombo nas contas públicas?

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