A série Narcos – produzida pela Netflix e que estreou na semana passada, tem sido digna de boas críticas e comentários nas redes sociais e fóruns do gênero. A produção de José Padilha relata a história de um dos maiores traficantes de cocaína e, sem dúvida, um dos mais famosos e ricos criminosos de todos os tempos: Pablo Emilio Escobar Gaviria (protagonizado por ninguém menos que Wagner Moura). Após me debruçar sobre pesquisas a respeito da série e sobre a vida do chefão do tráfico, descobri que ele também era um fã de carros e figurou nas pistas de corridas. Como quase todo cara rico, Pablo Escobar tinha uma coleção de carros. Entretanto, devo acrescentar que a coleção possui uma diferença. Ele não tinha uma garagem cheia de superesportivos, mas preferia simplesmente adquirir “qualquer coisa sobre rodas”.

 

Carcaças de uma história

Infelizmente há poucos registros visuais e os carros que sobraram foram queimados em um depósito chamado Hacienda Napoles nos arredores de Medellín, na Colômbia. O homem que, um dia, deteve o mercado de cocaína mundial, possuía carros do tipo Renault 4 que foi o primeiro comprado por Escobar. O popular francês produzido entre 1961 e 1992 ainda é fácil de ser encontrado pelas ruas colombianas. Há ainda um Toyota Land Cruiser, o SUV favorito dos traficantes colombianos utilizado para cruzar as péssimas estradas do país e um De Soto 1946. Escobar também tinha uma pequena coleção de Fords do início do século 20; um Mercedes-Benz 300SL Roadster e, como bom criminoso milionário possuía também um  exclusivíssimo Mercedes-Benz 600 Grosser. Entre os carros de destaque está o Cadillac 1928 comprado em homenagem ao lendário mafioso italiano Al Capone.

 

O piloto de corridas

Além de colecionar carros de rua, ele também competiu com um Simca 1000, pequeno sedã francês dos anos 60 e 70. Outras duas lendas alemãs passaram pelas mãos de Pablo Escobar em competições: um Porsche 935 slant nose e um Porsche 911 RSR, este último trata-se do mesmo carro com que Emerson Fittipaldi competiu na primeira edição da Internacional Race of Champions (IROC), um evento para o qual eram convidados os melhores pilotos de diversas categorias do automobilismo americano.

 

Cabeça a prêmio

A trajetória de Pablo Escobar no crime começou no início da década de 1970 com roubos de carros e contrabando. Em fevereiro de 1993 grupos de traficantes rivais financiaram o incêndio ao depósito onde os carros estavam guardados e Escobar não pode fazer nada, pois estava foragido. Ele foi encontrado e executado, em dezembro de 1993, por uma equipe especial da polícia federal colombiana chamada Search Bloc, quando sua cabeça valia US$ 30 milhões. As fotos e demais relatos foram encontradas no blog Proyecto Pablo Escobar, dedicado à história do traficante. Infelizmente, na série Narcos, os carros não tiveram muito destaque, sendo necessário ressaltar que alguns carros que aparecem nos episódios de Narcos foram lançados anos depois de sua morte, como o BMW Série 5 E39 cujo lançamento ocorreu em 1996.