Ficha Técnica – Quem fez o quê?
qui, 18 de janeiro de 2018 05:39
Há nove anos, Ronaldinho recusava uma proposta astronômica do Manchester City para defender as cores do Milan, na Itália. Deixava em Barcelona um legado conquistado com magia, encanto e reverência com a bola nos pés. Na Terra da Bota, oscilou entre a titularidade e o banco de reservas, e seguiu para Rio, Belo Horizonte e México. Durante esse período, estádios se transformaram em arenas, Vasco e Palmeiras visitaram o céu e o inferno, o Brasil foi sede da Copa e das Olimpíadas e Neymar e Marquezine romperam e reataram outra vez. O que não mudou mesmo foi o Ginásio Poliesportivo de Araguari, que permanece de portas fechadas em plena região central do município.
Essa semana, uma matéria da Gazeta do Triângulo trouxe em destaque a famigerada terceira etapa das obras da praça esportiva araguarina, que segue em fase de aprovação na Caixa Econômica Federal. As fontes de informações reverberam de outros nomes, mas os discursos ressoam na mesma sintonia de anos anteriores. Lembro quando, ainda no sonho de salvar o mundo, acompanhei o anúncio do projeto de modernização do espaço. Esqueceram de mencionar a sua transformação em canteiro de obras, balcão de negócios e dormitório para moradores de rua.
Não foi uma, nem duas ocasiões em que vi o Ginásio Poliesportivo “Mário Brum Negreiros” na lista do pacote de promessas de chefes do Executivo. Em março de 2015, dessa vez com outros habitantes do Palácio dos Ferroviários, a liberação do espaço foi garantida como presente de aniversário para a população, ainda em agosto daquele ano. A comunidade, nesse caso, acompanhou feito o filho que espera a recompensa dos pais no fim do ano. Ainda assim, faltou alguém fazer a sua parte.
Talvez somente com um bruxo como Ronaldinho que a magia da reinauguração do Ginásio Poliesportivo pudesse tornar realidade. Quem sabe até a solução fosse uma obra divina, como a utilizada para ocupar diversas cadeiras no Legislativo. O problema é que há muito os milagres não acontecem por aqui. Queria mesmo era falar da carreira do craque brasileiro. Resgatar suas histórias, conquistas e lembranças pelo mundo, mas padeço à sórdida realidade do quintal de casa.
Não é de hoje que a situação na rua Virgílio Melo Franco, 225, acusa-me de indigestão. Não pela falácia descabida de outrem, mas por não conseguir engolir tamanha morosidade daqueles que circulam ao redor. Mudam-se os prefeitos, perduram os problemas, e o principal elefante branco do município continua alimentado com hipocrisia, oportunismo e conflito de interesses. Jogado para escanteio, como as vítimas da estréia de Ronaldinho pela seleção, em 1999, sob gritos estapafúrdios de Galvão Bueno – “Olha o que ele fez!”. A realidade é que carecemos de genialidade. Afinal, por aqui, quem fez o quê?
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Esse país só tem obras inacabadas, todo mundo só pensa no seu próprio umbigo. País estranho , estradas de ferro abandonadas. Grandes fábricas abandonadas enfeiando as cidades. Do que adianta ser grande e pobre. Ao invés do presidente pagar os deputados para votar nele porque não manda dinheiro para as cidades resolverem seus problemas. Esse ginásio precisa de uma boa soma para terminá-lo, tem gente que só vem pedir votos e trazer merrecas. O melhor seria cada Estado virar um país, quem sabe progredia mais.