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Ficha Técnica – ANDARILHO DA BOLA

qua, 2 de dezembro de 2015 08:36

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Perdemos tempo. Quando vimos o gol escancarado e esperamos pelo próximo lance. Na hora que fechamos os olhos para aquilo que estava ao nosso alcance. Nos minutos que hesitam em passar imitando histórias de romance. Nos ponteiros que paralisam sem apitar e nos punhos que permanecem cerrados nos impedindo de reverenciar. Mais um jogo chegou ao fim, e dessa vez, o que teremos para comemorar?

Wendell Lira e o reflexo da realidade do futebol brasileiro

Wendell Lira e o reflexo da realidade do futebol brasileiro

 

Lembro do Outono de 2015. Na estação em que as folhas das árvores costumam cair, tu erguestes um novo caminho. Carregando a humildade que o trouxera até aquele lugar, passou despercebido por entre os adversários, deu de ombros para o bandeirinha e, de costas para o arqueiro, imitou uma obra de Picasso com um tiro certeiro. Saltou rumo ao teu destino feito Os Sertões de Euclydes da Cunha. E com o pé, desafiou Carlos Drummond de Andrade ao dizer que ninguém faria um gol como Pelé.

Com um lance antológico, garantiu a vitória do time e a liderança do grupo no campeonato estadual. Foi reverenciado durante dias por alguns, mas acabou ofuscado por tantos outros. Até que oito meses depois, percebeu o real valor daquela oportunidade. Mesmo desempregado, passou a ter o nome falado pelos corredores da maior entidade do futebol mundial. De Goiânia para o mundo, o menino franzino estava na boca do povo, em diferentes idiomas.

O sucesso colocou o jovem de 26 anos novamente no mercado. Depois de passar por nove times e quatro estados diferentes em cinco anos, ganhou um novo emprego em sua cidade natal. O ano que parecia encerrado ganhou novos capítulos. Antes que retomasse a batalha anual de procurar uma oportunidade em cada canto do país, disputar um torneio e tentar a sorte de despertar o interesse de algum grande clube, um convite bateu a sua porta.

No dia 11 de janeiro, ele trocará as chuteiras e as camisas desbotadas por trajes de gala e sapatos importados. Conhecerá a Europa e sentará ao lado de lendas vivas do mais popular dos esportes. Levará na bagagem o peso da maioria dos seus colegas de trabalho no Brasil. Enquanto isso, ganharemos tempo para reverenciar mais um desses personagens de outrora. Seu nome, Wendell Lira, um andarilho da bola.

Para votar em Wendell Lira na eleição do gol mais bonito do ano na FIFA, acesse:

www.fifa.com/ballon-dor/puskas-award

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