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E o Oscar vai para…

qua, 25 de fevereiro de 2015 00:02

Abertura meio desligado

O mundo do cinema parou na noite do último domingo, 22, data da cerimônia de premiação do Oscar 2015. Com melhores produções competindo em relação ao ano passado, a Academia não surpreendeu tanto, exceto pela solitária estatueta concedida a “Boyhood” – atriz coadjuvante para a talentosa Patricia Arquette, merecedora sem dúvida alguma. O filme que acompanha a vida de um garoto desde a infância até o fim da adolescência estava entre os mais indicados e ganhou o Globo de Ouro.

Em geral, os discursos dos ganhadores tiveram um tom politizado. Julianne Moore, que recebeu o primeiro Oscar de melhor atriz por “Still Alice”, falou sobre a situação das pessoas que sofrem do mal de Alzheimer, drama vivido por seu personagem. Eddie Redmayne, ator que interpretou Stephen Hawking de forma magistral, também falou sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica, doença que acomete o físico.

Graham Moore, vencedor do Oscar do melhor roteiro adaptado por “O Jogo da Imitação”, comoveu a plateia ao contar que tentou se matar aos 16 anos por se sentir estranho, não se encaixar, tornando sua conquista uma espécie de apelo para jovens com os mesmos sentimentos de inadequação. “Glory”, de John Legend e Common, ganhou o prêmio de canção original por “Selma”. A canção havia sido apresentada poucos minutos antes, deixando a plateia em lágrimas. Além de pedirem mais igualdade no mundo, os dois intérpretes também chamaram atenção para as prisões de negros americanos.

Em uma bela homenagem a “Noviça Rebelde”, Lady Gaga mostrou que sabe cantar e surpreendeu ao aparecer com um vestido de gala… normal. Isso mesmo, nada de saltos de 50 centímetros ou roupas feitas de carne.

Apesar de momentos emocionantes e discursos inflamados, a cerimônia do Oscar estava um pouco apagada nesse ano, talvez pela fraca apresentação de Neil Patrick Harris. Piadas fracas, pouco carisma e uma tentativa final e desesperada de parecer engraçado, ficando somente de cuecas. Saudade da Ellen De Generes.
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BIRDMAN

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O grande vencedor do Oscar. Levou quatro estatuetas nas principais categorias: melhor filme, direção (Alejandro Gonzáles Iñárritu), fotografia e roteiro original. Muitos acreditavam que os 12 anos de filmagem renderiam ao diretor Linklater e seu “Boyhood” a maior premiação da noite. Para quem vive numa cidade onde este tipo de filme não passa, vizinha de uma cidade maior que também não passa filmes como “Birdman”, uma vitória como essa reacende a esperança de assisti-lo nas telas do cinema, além de possibilitar um terreno fértil para novas produções de Iñárritu.
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GRANDE HOTEL BUDAPESTE

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O filme de Wes Anderson também ficou com quadro estatuetas, mas em categorias técnicas: melhor figurino, melhor cabelo e maquiagem, melhor design de produção e melhor trilha sonora. Um exemplo daquele tipo de filme legal que não passa no cinema mais próximo. Uso de cores vibrantes, figurino elaborado com um estilo que muitas vezes lhe valeu a crítica de colocá-lo acima da substância. Apesar de ter sido lançado em março do ano passado, o filme não perdeu fôlego e se saiu bem na disputa.
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WHIPLASH

whiplash
Ganhou melhor mixagem de som, melhor montagem e ator coadjuvante para J.K. Simmons. O cara malvado de OZ, o pai da Juno, o excelente J.Jameson, chefe do Homem Aranha, são alguns dos personagens marcantes desse ator que sempre está em muitos filmes que gostamos. Uma das premiações mais merecidas deste Oscar. Apesar de “Whiplash”, produção independente, ter uma história batida – relação entre aluno e mestre exigente – o longa conquistou ótimas críticas.

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