Curtindo a vida adoidado em São Paulo
qua, 28 de maio de 2014 00:00
Em alguns momentos da vida, a melhor coisa a se fazer é dar um tempo para si próprio, por a mochila nas costas e sair. Ainda mais se o destino, tempo, espaço e uma conjunção astrológica de fatores lhe presentearem com excelentes shows e aqueles filmes que você estava morrendo de vontade de assistir e não passam na sua cidade, justamente no final de semana em que você está em São Paulo. Tipo a apresentação da banda Jesus and Mary Chain no encerramento da 18ª edição do Cultura Inglesa Festival. Ou a Gang do Eletro “tremendo” na Trackers. Essas coisas dão uma renovada na mente e são altamente recomendáveis.
A apresentação do Jesus and Mary Chain dividiu opiniões. Uma rápida digressão: essa é uma daquelas “bandas ótimas que ninguém conhece”. Esse rótulo meio sectário pode dar a entender que o Jesus só é bom justamente porque ninguém conhece, mas ter sucesso de público ou não, nunca foi critério de qualidade. Eles fizeram álbuns incríveis com um casamento perfeito entre pop e noise, estão ali no hall dos gigantes do alternativo junto com o Pixies e o Sonic Youth.
Falou-se do bom humor da banda. Mas perto do que faziam no passado, principalmente o vocalista Jim Reid, que cantava de costas, não interagia, xingava o público e por aí vai, comportamento “catalogável” no rock alternativo, ele estava um poço de simpatia. Acenou, falou com o público, esboçou uns sorrisos. Em algumas músicas houveu paradas. Numa delas, Jim reclamou com o irmão William, dizendo que ele errou nas guitarras. Não deu para saber se era sério, mas parecia ser problema de retorno. Jim estava constantemente tapando os ouvidos enquanto cantava. Esses errinhos contribuiram para que ele perdesse um pouco o gás. Como não houve venda de bebida alcoólica, a platéia também estava meio desanimada.
O repertório tinha muitos hits, como os principais, “Head on”, regravada pelo Legião Urbana, e “Just Like Honey”. A sensação não ficou restrita aos ouvidos. Dava para sentir no corpo os graves da bateria e do baixo. Choveu antes dos escoceses subirem ao palco e por isso muita gente usava aquelas capas plásticas. Uma coincidência interessante foi a chuva começar na hora que eles tocaram “Happy when it rains”.
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Treme treme treme
Gang do Eletro foi um capítulo especial em São Paulo. Com um tecnobrega/electromelody descontraído, mostram que a criatividade anda morando mesmo lá no Pará. O grupo formado pelos vocalistas Marcos Maderito, Willian Love, o DJ Waldo Squash e a diva front woman Keila Gentil faz parte dessa recente onda da música que vem rompendo o rótulo de que brega é cafona. Impossível não se deixar levar pela batida e pelo carisma deles. As músicas trazem um pouco da cultura paraense, de um jeito bem espontâneo e engraçado. Num dos momentos mais singulares do show, pedem para a platéia fazer com as mãos aquele famoso chifrinho icônico do rock na música “O Búfalo de Marajó”. Genial. Acho que o segredo do sucesso deles está nessa sinceridade. Algo que anda em falta no cenário musical, inclusive numa região do interior de Minas Gerais onde predominam bandas genéricas de stoner rock e new metal sem personalidade alguma.
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