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COP 29: Brasil na busca por soluções para a crise climática e sustentabilidade no agronegócio

sex, 22 de novembro de 2024 08:03

Da Redação

 

A COP 29 corresponde à 29ª edição da Conferência das Partes (COP), um encontro de líderes e representantes dos países e territórios que são signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC). A COP 29 está ocorrendo no Oriente Médio,

especificamente na cidade de Baku, capital do Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro de 2024.

A finalidade é dar sequência às discussões globais sobre as mudanças climáticas e o agravamento do aquecimento global, com foco no financiamento climático destinado a países em desenvolvimento e subdesenvolvidos para enfrentarem esse sério desafio ambiental. Por esse motivo, a COP 29 tem sido chamada de COP Financeira ou COP das Finanças, devido à relevância que a questão econômica assumiu nesse encontro.

A COP não se limita apenas à troca de ideias. Seu objetivo é mobilizar os países para a criação de novas políticas internacionais para enfrentar a crise climática, além de revisar medidas anteriores e avaliar como têm sido implementadas pelas nações signatárias da UNFCCC. Na COP 29, também serão discutidos temas relacionados à organização da próxima edição do evento, que ocorrerá no Brasil em 2025.

O tema central da COP 29 é o financiamento para enfrentar a crise climática. No Acordo de Paris de 2015, os países estabeleceram uma meta de US$ 100 bilhões para apoiar países menos desenvolvidos no combate aos efeitos climáticos. Na COP 29, espera-se aumentar esse valor para entre US$ 500 bilhões e US$ 1 trilhão, além de discutir as condições de empréstimos e os pagamentos de retorno.

A transição energética é um dos temas principais da COP 29, focando na redução do uso de combustíveis fósseis,

que representam cerca de 80% da matriz energética global e emitem grandes quantidades de CO2. A COP 29 discute como ampliar o uso de fontes renováveis de energia e desenvolver estratégias para ajudar países dependentes do petróleo, como o Azerbaijão, a se adaptarem à possível queda na demanda por combustíveis fósseis.

Na COP 29, as metas de emissões de gases poluentes estabelecidas no Acordo de Paris, como as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), estão sendo revistas, determinando objetivos de redução de gases de efeito estufa para cada país. O Brasil, por exemplo tem a meta de reduzir 48% até 2025. A revisão está focando na necessidade urgente de reduzir as emissões para controlar o aquecimento global e evitar um aumento de 1,5 ºC nas temperaturas. Também está sendo feita uma avaliação do cumprimento dessas metas, com responsabilização dos países que não as atingiram ou que não se empenharam o suficiente.

A COP 29 está discutindo medidas de adaptação aos impactos da mudança climática, em um cenário de “ebulição global”, com eventos extremos como ondas de calor, secas e chuvas intensas, que afetam especialmente países subdesenvolvidos e emergentes. A conferência aborda estratégias para mitigar esses impactos e adaptar a infraestrutura dos países para enfrentar tais fenômenos, sendo o financiamento uma das principais soluções discutidas.

Nesta semana, o deputado federal Zé Vitor (PL-MG), acompanhado de uma comitiva brasileira, viajou para o Azerbaijão para participar da COP 29. O grupo, composto por parlamentares, tem como objetivo participar das atividades com entidades e representantes do mercado, buscando parcerias e incentivos, além de defender projetos e promover boas práticas sustentáveis no setor agropecuário.

Segundo o deputado federal Zé Vitor, que também é diretor de Meio Ambiente da FPA (Frente Parlamentar Agropecuária), existem duas grandes negociações sendo discutidas: financiamento e mercado de carbono. Em relação ao financiamento, está sendo discutido de onde virá o recurso para custear programas de preservação, conservação e recuperação. Já no que diz respeito ao mercado de carbono, está sendo debatido as oportunidades e obrigações de cada região produtiva, quais obrigações podem ser atendidas e as oportunidades que podem ser aproveitadas.

“Percebo um desinteresse dos grandes países em assumir compromissos com os países menores, o que resulta na falta de uma agenda global relacionada ao clima. O que mudou ao longo dos anos foi a percepção internacional sobre o Brasil; os produtores rurais, os industriais e toda a cadeia produtiva do país têm dado grandes exemplos. O Brasil tem liderado importantes discussões internacionais, especialmente no setor de energia. No Triângulo Mineiro e no Alto Paranaíba, por exemplo, temos muitas usinas de álcool e açúcar, e esses

biocombustíveis têm representado o Brasil de maneira exemplar. Dentro das propriedades rurais, os produtores têm mostrado grande competência, e passo a passo isso tem sido reconhecido. Somos muito eficientes, sobretudo no setor agropecuário”, disse o deputado.

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