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Coluna: Direito e Justiça (27/04)

qui, 27 de abril de 2023 08:09

Direito e Justiça:

A eterna maldição do vice:
– Quase sem exceção alguma, a escolha de um vice – de qualquer vice – deve ser tão ou mais importante do que a do titular – de qualquer titular -, pois a propensão ou vocação dos estepes é e será sempre a de tomar o lugar do principal. Sendo assim, se o vice não vier mesmo para acrescentar votos, virá para tomar votos e, quase sempre, o cargo do titular. . Estamos no Brasil e, onde já se disse que a política não é para amadores. De fato, não é, pois sobrevivem por aqui apenas as raposas, os chacais, as hienas e bichos análogos, ou seja, os costumeiros espertalhões, predadores e carniceiros. Os que apenas lutam e batem de frente são poucos, se é que ainda existem. Simplificando, poderíamos chamar tudo isso de “a teoria dos pneus furados ou carecas”.

Terra Brasilis:
Vamos (re) lembrar essa historinha, pois ela nos cai muito bem:
– Há quatro tipos de sociedade no mundo: 1ª) – A sociedade inglesa, que é a mais civilizada, em que tudo é permitido, salvo o que é proibido; 2ª) – A sociedade alemã, onde se vive sob rígidos controles, pois tudo é proibido, salvo o que é permitido; 3ª) – A sociedade totalitária, que é pertinente às ditaduras, na qual tudo é proibido, mesmo o que é permitido; 4ª) – A sociedade brasileira, onde tudo é permitido, mesmo o que é proibido.
Ditaduras e democracias:
– Está ficando cada vez mais difícil distinguir de forma correta o que é uma ditadura e o que é de fato uma democracia. Isso parece soar como um absurdo, mas não soa. Vejamos: pelo menos, nas ditaduras punem-se os opositores de forma igual, ou seja, injusta, severa e cruel, mas sob critérios análogos. Enquanto isso, nas decantadas democracias adotam-se critérios e tratamentos diferentes e apenas de acordo com a posição política das pessoas, levando-se em conta serem elas apoiadores ou opositores.

O comércio local não cuida de si:
– Como poderíamos melhorar o comércio local, se o cliente mal consegue (ou não consegue) estacionar o seu carro no centro da cidade, para visitar uma loja e eventualmente fazer sua compra? Nem mesmo a zona azul resolveu essa situação. Tampouco as “calçadas alargadas” da rua Rui Barbosa, que hoje mais parece ser um “mercado persa”. Chamar aquilo lá de calçadão ou mesmo de shopping center a céu aberto, isto sim, soa como absurdos.

Novos centros comerciais que seguem:
– Felizmente, enquanto o nosso hiper centro comercial degrada-se a olhos vistos, inclusive devido aos aluguéis irreais de imóveis incondizentes, novos centros comerciais surgem com força e de forma irreversível. Por exemplo: na avenida Bahia, na avenida Brasil, na avenida Senador Melo Viana. Se não for suficiente, para quem puder, basta atravessar a ponte, indo em direção à “grande cidade”, onde as opções são melhores e numerosas. É impressionante, mas os empresários locais não têm coragem (ou temeridade), para nos brindarem com um shopping center, mesmo pequeno ou médio. Não têm!

Araguari, a cidade das confusões:
– Quem vem de fora e nos visita não entende a situação de balbúrdia com a qual já nos acostumamos. O forasteiro inadvertido transita pela mesma rua, mas depara-se com nomes diferentes; encontra ruas com nomes duplicados, triplicados e até quadruplicados; esbarra com numerações pares e ímpares do mesmo lado ou descendo e subindo, ou vice-versa, alternadamente. Enfim, um despropósito. De quem é a culpa? Minha é que não é!

Eles não sabem os nomes dos vereadores atuais:
– Eles não sabem os nomes dos vereadores atuais. Pelo menos, não de todos. Não sabem por quê? Porque boa parte deles é formada de zeros à esquerda, que ainda não disseram a que vieram. Lembram-se dos nomes antigos. Como eu me lembro de muitos vereadores excelentes que já abrilhantaram a nossa centenária Casa de Leis: Joaquim Farias de Godoy, João Caixeta, Patusco, Odilon Neves, João Rodrigues Alves, Limírio Martins Parreira, Marlene Rodrigues da Cunha, por exemplo, sem ordem de antiguidade e sem nomear todos que mereceriam menção.

De 17 para 19 vereadores? Sou contra e faço objeções:
1º) – Mesmo mantendo o atual repasse de 6%, que já é exagerado;
2º) – Onde é que vão colocar mais dois? Vão empilhar?
3º) – Por que você não têm a decência de diminuir para 17, 15, 13, 11, 9 …? Hein?
4º) – Que tal abrir a famosa caixa preta? Quanto gastam no mês? Quanto sobra?
5º) – Põe que não adequam à nossa realidade as suas remunerações nababescas?
6º) – E se o pânico na TV voltasse aqui? Quanto é 7 X 8? Ou 8 X 7? Hein?
7º) – A população nem sabe o nome dos 17. Lembram-se dos antigos. Por que será?
8º) – Por que essa quantidade irracional de assessores? Precisam mesmo de tantos?
9º) – Desistiram da nova sede? Para onde foi o dinheiro economizado? O gato comeu?

Conjecturas acerca do lamaçal em que nos chafurdamos.

• É preciso ser forte para sobreviver entre os fortes.
• Os tempos de hoje são difíceis, estranhos e “bicudos”.
• Jamais o nosso país correu tamanho risco entre as nações.
• Precisamos de líderes que entendam o momento histórico atual.

Habitualmente, valho-me da sabedoria popular, para ilustrar os meus escritos, até porque, ao longo dos séculos, tem sido dito que “a voz do povo é a voz de Deus”, e, mesmo que assim não seja, ao menos por inteiro, a população muitas vez antevê ou resume situações assaz verdadeiras.
Por exemplo:
– “O povo tem o governo que merece”.
– “Não vá o alfaiate além das suas agulhas”.
– “Um gambá (sempre) cheira o outro”.
Abstendo-me de comentar exaustivamente esses sugestivos adágios populares, que por si mesmo falam, basta assinalar que “para o bom entendedor um pingo é letra”. Afinal de contas, quem é que nos manda votar no demagogo, prestigiando-se a demagogia, ao invés de avaliar-se a pessoa pelo seu passado, pelo seu presente, pela verossimilhança das suas promessas?
Quem é que nos manda achar que o ignorante, ou mesmo o semianalfabeto poderá vir a transformar-se da noite para o dia, administrar e governar bem, com postura, com compostura, com tirocínio, com bom-senso, com autoridade, com pragmatismo, com racionalismo, ao invés de fazê-lo com ingenuidade, com incapacidade, com idiotia, ou mesmo com corruptibilidade? Quem é que nos manda votar em “porcos magros”, tirando-os da lama, da sarjeta, da mediocridade, para colocá-los em “nosso” chiqueiro, cheio de guloseimas, que, no final das contas, poderíamos chamar, aquele, de “nosso País”, este, de “coisa pública” dos quais esses malévolos e mal criados “porcos magros” apoderaram-se de forma vil e voraz?
Somente no dia em que se perceber que o voto não tem preço, ou, se tiver, que o seu valor é inestimável, é que as coisas vão mudar. Repudio qualquer indução, direta ou indireta, esconjuro que o eleitor venda o seu voto, como também aquela ideia de que “se tiver que vender, que venda, mas que o faça várias vezes, votando, no final das contas, naquele candidato de sua verdadeira escolha”.

Aconselha-se, em vésperas eleitorais, o eleitor a ser “esperto”, mas não “experto”, e, no final das contas mesmo, ele não passa é de um otário, conduzido pelo cabresto dos alcunhados “formadores de opinião”, verdadeiros lobistas de si mesmos e de alguns interesses escusos; eleitor este que se deixou manipular por terceiros, cidadão brasileiro que postergou os próprios interesses, que se tornou vendilhão do templo, pois, em verdade, o condenável, nisso tudo, é o próprio precedente de vender-se o voto, de abrir-se mão de um direito-dever cívico, enfim, alienando-se a sua vontade e a sua consciência.
Já escrevi, certa vez, que “aconselhar eleitor a vender voto é crime”, e, ainda que assim não fosse, eu haveria sempre de recriminar, sem exceção, quaisquer autoridades ou integrantes da imprensa que fizessem esse tipo de aconselhamento. No mínimo e em tese, tipificam-se, pelo menos, um de 2 (dois) crimes previstos no Código Penal Brasileiro, nos artigos 286 e 287, somente não se punindo os respectivos agentes corruptores porque não se incluem naqueles famosos 3 (três) “pés”: P., P e P. … E, ainda se ousa proclamar a igualdade de todos perante a LEI !
Código Penal Brasileiro:
……………………………………………………………………………………………………….
Incitação ao crime.
Art. 296 – Incitar, publicamente, a prática de crime.
Pena – Detenção de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.
Apologia de crime ou criminoso.
Art. 287 – Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime.
Pena – Detenção de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.
……………………………………………………………………………………………………….

Na década de 1960, o então presidente da França, Charles de Gaulle, descontente com atitudes do nosso país, teria dito: “Ce n’est pas um pays sérieux”. (Este não é um país sério). Sem adentrar no mérito, pondero que as nossas opções político-partidárias e eleitorais apresentam uma diferença brutal de comportamento ético, cívico e patriótico, em relação à maioria dos países do mundo. Contra nós, ressalto!
É nesse comportamento, nem sempre louvável, que está centralizada a diferença básica entre a mentalidade do europeu, do estadunidense, do canadense, do japonês, enfim dos povos verdadeiramente “educados” (mais do que “civilizados”, eu diria) e a do brasileiro. Por isso tudo e mais, tornaram-se grandes nações e países.

 

Vejamos os Estados Unidos da América. Por que o norte-americano, que de forma ufanista chama o seu país de AMÉRICA, quer que o resto do mundo se dane, mas não admite ver a (sua) nação sob risco, sob ataque, e, desta forma, sempre preferiu eleger e reeleger aquele que, para a presidência, lhe inspirava maior confiança?
Trata-se da arraigada doutrina do “destino manifesto dos Estados Unidos da América”, criada pelos “pais da pátria”, pelos “pais fundadores”, que vigora ainda hoje e com muito mais força em face das neófitas doutrinas do unuilateralismo e do ataque preventivo e que agora se veem confrontadas pelo pluralismo global numa nova cena mundial em gestação.
Todavia, é bom frisar-se que o outrora país de plena democracia, de inigualável liberdade, paraíso dos emigrantes, dos que buscavam uma nova chance na vida, ou até mesmo uma nova pátria, acabou-se de vez. Depois do (fatídico) 11 de setembro de 2.001, os Estados Umidos mudaram muito, e para pior. Jamais voltarão a ser aquilo que eram. Jamais! Tolos são os que pensam o contrário.
Como quer que seja, eles, americanos do norte, defendem e defenderão incansavelmente os seus próprios interesses, contra o resto do mundo, se preciso for, pois essa sempre foi a mentalidade dos ianques. E, nós, os tupiniquins cá do sul, um país periférico, desarmado, que vive e sobrevive aos trancos e barrancos, dividido e polarizado, que so que é que fazemos?
Eu respondo. Entregamo-nos ao ridículo, ao deboche, ao surrupio da coisa pública, ao descalabro político-administrativo, à destruição das nossas riquezas naturais, enfim, ao atraso atávico dos tempos coloniais, mantendo entre nós mesmos uma mentalidade escravagista, ou ao menos subserviente e copiadora do estrangeiro e dos estrangeirismos pernósticos, visíveis em quase todos os aspectos das nossas vidas, coisa que a “Lei Áurea” não conseguiu extirpar, eis que não redimiu a raça negra, assim como todas as outras leis não conseguiram incutir nos brasileiros um verdadeiro senso de justiça, de moralidade e de patriotismo.
Resumindo tudo: A LEI NÃO MUDA OS COSTUMES…!

Araguari – MG, 25 de abril de 2023.

Rogério Fernal .`.

3 Comentários

  1. Eliane disse:

    Mas a Rua Rui Barbosa deveria ser somente para os pedestres andarem e a maioria daqueles carros que ficam parados são dos donos de lojas que entopem as ruas do centro, deveria ter também um local amplo separado para eles colocarem seus carros e pagarem uma quantia simbólica por mês por exemplo onde fica aquele terreno do hotel Central e deixar a rua somente para os clientes. Nos Estados Unidos vemos muito isso. Não temos a vastidão das ruas dos Estados Unidos e também tem o problema de aluguéis caríssimos e aí os produtos saem tudo caro.

  2. Eliane disse:

    A turma do quintal, não acha muito bom os Estados Unidos ser chamado de América, se bem que eles poderiam ter arrumado um nome para o país para não usarem o nome do continente América, afinal todos que nascem na América são americanos, mas deve ter sido adotado quando os Estados Unidos teve a sua independência em 1776 porque o Brasil também já foi Estados Unidos do Brasil. Povo muito trabalhador, foram colonizados por irlandeses a orientação religiosa Protestantismo que ensinou a importância do trabalho. Se o de Gaulle falou isso nos anos Sessenta época que ainda tinha um pouquinho de Respeito imagina agora. O povo não tem jeito vão continuar vendendo voto a troco de banana, não podem ver uma merrequinha de Cinquenta Reais. O maior culpado do desastre desse país é o povo.

  3. Eliane disse:

    Mas, eles são apaixonados pelo país, tanto que cada casa tem uma bandeira, eles se orgulham disso e comemoram como ninguém o dia do veterano de guerra. Tem um brasileiro que foi deportado de lá porque cometeu um erro, a policial até deu uma chance para ele, só que o brasileiro para quem ele trabalhava falou você tem que voltar lá para terminar o serviço e ele disse eu não posso voltar lá porque a dona vai chamar a polícia, mas se ela chamar é muito difícil vir a mesma pessoa, então ele foi, passou uns minutinhos chegou a mesma policial porque a dona da casa chamou e aí não teve mais jeito ele foi deportado. O erro que ele cometeu ele fez xixi em um canto e a dona da casa viu.

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